Capítulo III – Que a paciência reine

3388 Palavras
Apesar de parecer que sou anti social e introvertida, na verdade sou muito comunicativa e expressiva. O único problema é que nem todo mundo sabe lidar com minha sinceridade. Além disso, desde quando Tessa anunciou seu casamento internacional, cortei as idas às festas e baladinhas para economizar. Por isso, não me subestime. Sei como fisgar um homem, ok? Sou tão boa nisso que, às vezes, meus conhecimentos são aplicados no alvo errado… Só que essa parte a gente finge que não acontece. Mas o homem que Tessa quer que eu fisgue não é solteiro, não é meu ex, não é nem meu crush! Respirei fundo e me joguei na minha cama de casal mais confortável do mundo. Será que é feito com pena de ganso? Estava tão entretida no meu conforto que quase ignorei as batidas insistente na minha porta. Me levantei e, quando abri a porta, fui atropelada por uma Tessa saltitante e sorridente que foi me empurrando cada vez mais para trás até cairmos de costas na cama maravilhosa. — Amiga! Que saudade de você, sua vaca — Ela me abraçou mais apertado e, antes que eu pudesse dizer que também estava com saudades, ela começou a tagarelar de novo. — Seu beijo está virando um sucesso. Viu quantos compartilhamentos? Teve direito até de depoimento das inimigas. — Ah, senhor. Podemos mudar de assunto? — É claro que não. Quero saber tudo e todos os detalhes. — Ele só ia tirar uma foto abraçado comigo para sacanear o Miguel, mas fez parecer que roubou um selinho. Não tem história. — Quero saber tudo desde o começo. — Que começo, minha filha? Não tem começo, nem meio, mas terá um fim. Irei afogá-lo em algum canto depois do seu casamento. Ela gargalhou e virou o rosto para o teto. — Vocês dois fazem minha alegria. Eu estava tão abatida ontem, mas tão abatida… Aí vi aquela postagem, todos os comentários e compartilhamentos… Adorei tudo! — Ah, obrigada. Fico feliz que minha desgraça trabalha à favor do seu sorriso. — Sua boba. Mas vamos lá, temos que arquitetar nosso plano. E é claro que não vou contar para você, não é? Veja bem, não leve a m*l, não é que eu ache que você vai contar para o George ou coisa assim, é só que quero manter o elemento surpresa aqui. *** Depois de ter dormido um pouco, vesti vinte quilos de casaco, embora tenha adorado ter motivo para usar bota de cano longo, e segui em direção para o restaurante do hotel. Eu ainda estava enjoada com a ideia de seduzir o noivo. O dinheiro não me importava, até porque, como eu seria capaz de aceitar dinheiro em troca do sofrimento da minha melhor amiga? Não havia sentido nisso. Estava tão perdida em achar que aquilo tudo era loucura, que nem dei importância para os dois pares de tênis que entraram no meu campo de visão. Respirei fundo, vi a porta do elevador se fechar e, subitamente, senti aquele perfume masculino que tanto odeio. — Sai. Ergui a cabeça quando senti uma mão me puxando para o lado. Quando me dei conta, a gargalhada gostosa de Tedy encheu o elevador e as costas gigantes de Miguel me tampava. — Será que posso viver um dia livre sem vocês dois, por favor? — Seria lindo ter dois irmãos brigando por mim, se não fosse trágico. Mas Miguel não se mexeu. Continuou parado na minha frente, supostamente me protegendo da visão de Tedy. Quando as portas se abriram, ele só iria me deixar passar quando Tedy já estivesse há quilômetros de distância. Respirei fundo e o empurrei com tanta força que o panaca quase caiu. Me olhou furioso. — Ficou louca? — Sempre! — Ela odeia elevadores, seu burro. Olhei para o lado e lá estava Tedy, há três metros de distância, e rindo como um trem desgovernado. Tentei controlar a respiração e voltei a olhar para meu carrasco. Ele consertou a blusa preta de lã e me olhou um pouco culpado, depois se virou carrancudo para Tedy. — Como é que você sabe? — Ela odeia ficar em lugares fechados. Você também saberia se prestasse o mínimo de atenção — O que eu perdi? Desde quando Tedy se importa em esfregar as verdades que sabe sobre mim na cara de Miguel? — Você é claustrofóbica? –- Ignorou o irmão e se aproximou de mim. Respirei fundo e, em troca, ele me abraçou apertado. Seria fofo, muito romântico até, se ele não tivesse usado esse momento para xingar Tedy e o mandar ir embora. — No momento eu sou faminta. Me solta, preciso ir comer alguma coisa. Ele me soltou sem problemas nenhum, enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans e rangeu os dentes para o irmão. Mas, em troca da minha liberdade, ganhei um guarda-costas. Quando chegamos ao restaurante, nos sentamos em uma mesa. O garçom veio solicito e fiz meu pedido com um inglês bem cagado. Depois Miguel fez o dele e sorriu para mim. — Quem é o demônio que está sentado na minha frente e o que fez com o Arcanjo? — Quase fechei os olhos tentando enxergar apenas ele. Como é que fazem isso nos doramas sem ficar com a visão embaçada? — Você sabe que é feio brincar com temas bíblicos, certo? — É só que você nunca grudou em mim. O que eu perdi? — Minha paciência. — Novidade! E o que mais? — Helena… Ele odiava me chamar de Len, odiava que eu preferisse gatos, odiava que eu morasse em um apartamento pequeno, odiava que eu simplesmente joguei aos ventos a melhor vaga da Federal que conquistei, odiava que eu desse mais atenção para o Tedy do que para ele, odiava que eu fosse sincera, odiava que eu gostasse de uma baladinha de vez em quando, odiava que eu não gostasse de beber nem vinho, odiava que eu trabalhasse como balconista em uma padaria… Eu realmente não entendia porque insistia em querer algo comigo quando me odiava em tantos aspectos. — Miguel… — Não seja sínica, sabe que estou fazendo o que devo fazer. Suspirei cansada e olhei em volta. Precisava colocar meu plano magistral em ação, mas fica difícil quando não vejo o noivo em canto nenhum. — Hum… — Helena, você já pediu para Tedy apagar aquela foto? — Ai, Miguel. Vira o disco, credo. Ele riu. A encarnação da morte riu na minha cara e ainda cruzou os braços com vitória estampada nos olhos. — Você não viu a postagem ainda, certo? Eu estava pronta para mandá-lo catar coquinho, até porque, estamos em Londres e eu duvidava da proeza dele na tarefa, quando vi George entrar no restaurante ao lado de Tedy. — Fique aqui, preciso ver meu futuro cunhado. Miguel não se mexeu e deixou que eu fosse. Atravessei todo o recinto, respirando igual um macaco furioso, e cheguei ao meu destino. George é alto para um caramba. Com 1,90 m de altura, cabelos loiros curtos e barba por fazer, me parecia uma estrela de cinema. — Len! Que bom que chegou. Sorri forçada e deixei que ele me abraçasse. Como eu imaginei que faria, infelizmente, sua mão desceu para abaixo do meio das minhas costas dando um leve aperto, enquanto afogava a cabeça no meu pescoço e ria com saudações. Se afastou e manteve uma mão no meu cotovelo esquerdo. — Como é que vai, George? — disfarcei o desgosto. — Bem. Acabei de voltar da Índia, então estou um pouco assustado com o clima. Mas e você, como está? É impressão minha ou perdeu peso? Tem algo diferente em você… Já sei! Tirou o aparelho. Tenho que admitir, ele é bom nisso. Ninguém falou ainda sobre Amanda, minha dentista, ter tirado meu aparelho duas semanas atrás. — É isso mesmo. Me livrei daquela aberração. — Mas valeu a pena, você está mais linda ainda. Sorri com força, mas dessas que a gente faz quando quer correr para o Tibete e sabe que não consegue. — Len, Miguel está te olhando como um cachorrinho abandonado, acho melhor você ir salvá-lo. Me lembrei do pedaço de gente quando ouvi sua voz séria. Mas seu olhar não estava em mim, me virei e vi que Miguel realmente me encarava como quem estava pedindo ajuda, só que bem disfarçado, bem na dele. No meu lugar estava uma modelo, a outra madrinha do casamento. Ao lado dele estava uma mulher mais velha, talvez cinquenta anos, mas tão bem cuidada que não sei dizer sua idade ao certo. — Isso me lembra, você e Miguel vão anunciar o casamento nessa viagem? Me virei apavorada para George. — Está me jogando alguma maldição? — Mas vocês estão namorando há uma vida! Pensei em me virar e sair de perto dele, mas havia um plano para pôr em prática. — Não somos um casal de namorados e nunca fomos. Tenho interesse em liberdade, apenas isso. Vi Tedy me olhar estranho, como se me recriminasse por mentir, mas resolvi que era uma boa ignorar. — Isso é muito legal, Len. Admiro seu espírito livre. — Me sorriu como se eu fosse a liberdade de sua vida. E isso doeu. Eu queria que Tessa estivesse certa, que ele mudaria. Mas, embora ele fosse um cara muito legal, não nasceu para amar uma mulher por vez. Resolvi que não adiantava prolongar as coisas, então comecei a pôr o plano em ação. Ou melhor, eu tentei. — Você sabe para que lado ficam as lojas de departamento daqui? Algo estilo Walmart. — Claro. Você quer ir até lá? — Sim, preciso comprar algumas coisas. — Espero que não seja nada para tentar melhorar sua beleza. Se você fizer algo assim, só vai ofuscar as mulheres ao seu redor. — Jorginho, p***a. Esqueceu que temos que ir na frente de todo mundo para ver se amanhã as acomodações estarão prontas? Você prometeu para a Tessa e ela vai ficar p**a se não formos no horário. — Tedy o olhou com seu sorriso diabólico. Havia algo de muito errado aqui. — p**a merda, esqueci disso. Desculpa, Len. Vou ter que resolver isso, mas posso te dar uma carona até lá. — Isso seria ót… — Tentei com muita vontade, mas Tedy é mais rápido. __ Eu tenho uma ideia melhor. — E então o 171 sorriu para mim com seus dentes brancos de comercial de pasta de dente. — Por que não pede para meu brother te levar? Ele sabe como se localizar aqui, seu inglês é ótimo e vai te servir de guia. Antes que eu pudesse responder, ele puxou George para longe de mim e ainda garantiu que o noivo prostituto não me encarasse. Havia algo errado. Tinha que haver. Tedy nunca interferiu nas conquistas de George. Exceto se ele resolveu mudar o melhor amigo, o que acho improvável, ou… — Merda. Respirei fundo. Eu havia perdido 24h de possibilidades com o George e isso só prolongaria as coisas. Foi nesse momento que lembrei que sou temente ao Senhor Todo Poderoso e rezei para que um milagre acontecesse. “Papai do céu, sei que não ando muito comportada ultimamente, e que tenho falado um pouco de palavras feias, mas tira da minha amiga aquilo que não lhe pertence. Mas se pertencer e sabemos que lhe fará m*l, tira do mesmo jeito. Ela não merece sofrer assim.” Já estava agradecendo aos mensageiros que levam nossas orações quando parei ao lado da mesa. Miguel estava muito encrencado, embora sustentasse aquela expressão de quem não ouvia nada, sabia que ouvia tudo e não gostava nem um pouco. — … e então vocês poderiam morar em Milão. O que acha? A mulher mais velha estava sorrindo para ele. A mais nova era madrinha de casamento da Tessa e estava entediada, mas quando me viu, sorriu simpática. — Len, que bom que chegou! Eu não sabia dizer se ela estava feliz por me ver perto delas ou no hotel em si, mas a abracei da mesma forma. Seu português era bem carregado, e eu apreciava seu esforço em falar no meu idioma. — Cheguei já faz algumas horas. Como você está, Katy? — Um pouco cansada. Sabe quando vamos para Guildford? — Amanhã, mas eles ainda vão falar o horário. Miguel se levantou instantaneamente e colocou uma mão na minha cintura. Sorriu elegante, galanteador, enganador e mandão para elas. — Adorei falar com as senhoritas, mas gostaria de aproveitar que ainda estamos em Londres para dar uma volta. Vamos, Helena? Resolvi aceitar, pois precisava do meu secador, mas algo me dizia que eu me arrependeria amargamente. Mas antes de sair, a mãe de Katy atacou mais uma vez: — Você já tem companhia para o casamento, Miguel? Minha filha iria adorar te fazer companhia. Entendi o ponto. A velha estava tentando jogar a filha para cima do Miguel e como a mão dele apertou minhas costas, eu soube que ele não gostou nem um pouco. Mas o que me motivou não foi ele, foi a cara de pânico de Katy. — Ele já tem sim, senhora. Vamos, querido? — Me virei para ele o beijando no rosto, não esperei a resposta e o puxei pela mão. Logo, ouvi o suspiro aliviado dele. *** Eu sabia… Eu juro que sabia! Se lembra dos instintos que mencionei, os que nunca usamos? Eles devem estar rindo da minha cara agora. — Miguel, pelo amor de Deus! Vamos logo. Eu não tinha comido nada ainda, graças à presença da mãe de Katy. Katy é um amor, que isso fique registrado. Mas sua mãe? Deus me livre e guarde! Se minha mãe é casamenteira, ao menos ela faz isso com um homem só. Mas a mãe de Katy atira para todos os lados. Sendo manipulada do jeito que fui, aceitei a sugestão de Tedy e pedi que Miguel me levasse para uma loja de departamento. Essa foi a parte fácil, pois ele usou a internet e o GPS para nos localizar. Quando chegamos até a loja, ele ficou interessado nos eletrônicos enquanto babei em tudo. Me senti em casa! Depois de eu me obrigar a escolher somente o secador, nós fomos para o caixa. Ele havia escolhido alguns livros que não haviam sido lançados ainda no Brasil, além de alguns DVD’s e doces. Sofri para convencê-lo a não pagar pelo meu secador, mas depois dele ter feito um menino de um ano chorar só de olhar para sua carranca, taquei o f**a-se e deixei gastar dinheiro comigo. Por fim, feliz da vida que iriamos voltar para o hotel — andando — e que poderia comer alguma coisa, ele resolveu me arrastar para uma joalheria. A desculpa? Comprar o presente de casamento de Tessa. Me empolguei escolhendo uma gargantilha para ela, afinal, não era meu dinheiro mesmo! Mas tomei o cuidado para escolher algo não muito caro. E aí, quando achei que seria feliz na minha cama com as comidas tudo ao meu redor, igual uma rainha em seu dia de folga fugida do palácio, Miguel me arrastou para o cinema. Só para chegarmos lá e ele resolver que todos os filmes que estavam em cartaz eram chatos demais. — Eu ainda estou decidindo o que vamos ver — resmungou enquanto eu tentava puxá-lo pelo braço. — Não estou nem aí, só quero a pipoca. — Hã? — Não comi nada ainda, ok? — Tedy tinha razão, Miguel não prestava o mínimo de atenção em mim. — Então vamos comer alguma coisa. — Miguel! — Quer comer ou não quer? — Eu não aguento mais andar, quero ficar quietinh… Miguel! Quando me dei conta, ele já tinha me arrastado para fora do recinto pela mão e olhava para os dois lados. — Para com isso, Helena. — Eu quero voltar para lá. — Você disse que queria comer. — Pipoca, droga. Eu disse também que não quero andar. — Deixa de birra, acho que tem um starbucks aqui perto. — Não quero. — Para com isso, Helena. Parece criança. — E você parece um pai rabugento. — Helena… — Que é? Ele estava furioso comigo e eu com ele, sempre foi assim entre nós. A onde foi que amarrei meu jegue? No fim das contas, não fomos nem para o cinema, nem para o starbucks e nem para o hotel. Já estava de noite e ele resolveu irmos para um restaurante local. Eu, veja bem, EU escolhi um que tinha algumas mesas na calçada e fui muito infeliz na minha escolha, mas é r**m que eu assumiria isso. — Está muito frio aqui. — Meu carcereiro esfregou as mãos enluvadas e escondeu o nariz e a boca para tentar se aquecer. — Deveríamos ter escolhido uma mesa do lado de dentro. — Pensei que homens como você não sentissem frio. — Homens como eu? — Gelados como um iceberg. Ele me fuzilou com o olhar e só não respondeu nada porque o garçom chegou para pegar nossos pedidos. — Você diz isso tudo, mas não é diferente de mim. — Tem certeza disso? — Helena, você não se importa com os sentimentos dos outros. Se se importasse, trancaria a língua. — Começou… — Deveria usar sua inteligência para algo mais útil. — Sabe porque nosso casamento nunca daria certo? — Por quê? — Eu nunca seria uma esposa submissa e conservadora do jeito que você quer. Meu jeito te aborrece e suas ordens me enfurece. — Minhas ordens? Ha! Ele estava incrédulo. Restava saber se era fingido. — Enquanto Tedy dá espaço para escolhas, você… — Ah, claro. Tedy — Ele recostou na cadeira e tentei ignorar sua pele iluminada pela luz opaca da vela. — Você sempre foi meio apaixonada por ele, não é? — Isso já passou. — Passou mesmo? Mas não importa. Você tem plena consciência que, para ele, você é só sua irmãzinha, certo? — Por que está fazendo isso? — A verdade dói, não é? Como é se colocar no lugar dos outros agora? Respirei fundo e senti vontade de me levantar e sair correndo, igual a gente vê nesses filmes de romance. Seria um sucesso, se eu ao menos soubesse para que lado ficava o hotel. — Eu parei de sonhar com ele quando tinha dezoito anos. Me arrependi do ato no ponto final. — Ah é? Merda. — Não foi por causa disso. — Humrum… Putz grila. — Estou falando sério. Eu o vi com uma garota e… — Acredito em você agora. Fodeu. Respirei com toda a dignidade que me resta, o que não é muita, e esperei o garçom colocar nossos pratos. Todas as alegrias do mundo para quem inventou lasanha. — Você sabe que aquilo não mudou nada, certo? — tentei com um certo desespero. — O que eu sei nunca te importou. — Que coincidência. Miguel sorriu e comeu um pedaço da sua lasanha. O silêncio nos ocupou durante toda a refeição, e quando eu estava feliz achando que poderia relaxar com meu suquinho, eu o ouvi dizer. — O único problema é nossa diferença de maturidade. Existem muitas garotas da sua idade que pensam mais do que você, até mais do que eu. — Adoro quando você me elogia assim, me sinto uma deusa. — Helena… — Se minha idade te incomoda, não temos que nos casar. — São só três anos. Posso lidar com isso. Lidei facilmente quando você tinha dezoito, posso continuar lidando agora. Respirei fundo. Eu respirei muito fundo. Daquele jeito que só falta encher a alma com ar. — Você vai sempre esfregar na minha cara que foi minha primeira transa? — Vou sempre te lembrar que é para mim que você corre quando está em uma fase importante da sua vida. Nunca fui de momentos, Helena. Comigo, você sempre soube o que queria e, pensando por esse ângulo, podemos ver que não sou tão desprezível assim, aos seus olhos. — Já parou para pensar que você deve ter batido a cabeça na quina da porta em algum momento da vida? É que não estou vendo coerência nas coisas que diz. Ele me olhou puto, eu sorri vitoriosa. E assim voltamos para a ordem natural das coisas.
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