capítulo 8

690 Palavras
Sarah Estou me sentindo exausta devido a esses pesadelos que venho enfrentando desde a minha primeira visita àquela floresta. O pior é que não consigo mais dormir direito; sinto que aquele lobo n***o está me perseguindo, não importa aonde eu vá. Acredito que preciso buscar ajuda, pois o que estou passando não é normal. Há dias em que me pergunto se vou enlouquecer. Passo as noites em claro, revirando-me na cama e temendo que os pesadelos voltem. Decidi tomar um banho na esperança de me relaxar e agradeço a Deus que hoje é sábado, pois não teria condições de ir à faculdade. Esses dias têm sido terríveis, e m*l consigo me concentrar nas coisas que mais amo. Coloquei uma roupa confortável e fui para a cozinha, para tomar um café bem forte. Minha mãe estava sentada à mesa junto com meu pai; é raro ele estar presente em refeições familiares. Sarah: Bom dia, mãe! Bom dia, pai! Fui até minha mãe e a beijei no rosto. Quando fui fazer o mesmo com meu pai, ele me ignorou e virou o rosto, não permitindo que eu o beijasse. Fiquei sem reação, triste e envergonhada ao mesmo tempo. Sentei na cadeira para tomar meu café, e foi então que ele quebrou o silêncio que estava na mesa e começou a falar. Luiz: A diretora da faculdade me ligou e disse que, ultimamente, você tem estado muito distraída, que não é mais a aluna exemplar e dedicada de antes. Os professores só têm reclamações sobre você. Qual é o seu problema, garota? Você está pensando que eu obtenho dinheiro do nada para que você possa cursar a faculdade? O mínimo que se espera é que você demonstre gratidão sendo a melhor aluna da classe. Salomé: Por favor, não fale assim, Luiz, deve haver uma razão para a Sarah estar reagindo dessa forma; ela sempre foi uma aluna exemplar. Não a trate dessa maneira. O que está acontecendo, meu amor? Você tem agido de forma estranha e parece estar com medo de admitir que não está indo bem na faculdade. Decidi não revelar a verdade sobre ter visto o lobo na floresta e, por isso, optei por mentir. Sarah: Sim, mamãe, estou enfrentando dificuldades nas matérias finais. Peço desculpas, pai. Sei que sempre exigiu que eu fosse a melhor da turma e até tentei, mas estou sobrecarregada e não estou conseguindo cumprir com a promessa de ser a melhor da classe. Lamento se te decepcionei e fiz você gastar dinheiro à toa comigo. Depois de falar, deixei a casa rapidamente e fui para um parque próximo. Sentei-me em um balanço e comecei a chorar. Um arrepio repentino percorreu meu corpo e tive a sensação de estar sendo observada, até ouvir uma voz. — Sarah Virei-me, mas não vi ninguém e pensei que poderia ser apenas uma alucinação. Fiquei assustada quando alguém me cutucou por trás. Era Caleb, que notou minha expressão de medo e começou a rir. Sarah: Não tem graça, Caleb. Você precisa parar com esses sustos, já perdeu a graça. Ele se sentou no balanço ao meu lado e, de repente, ficou sério. Caleb: Sua mãe me contou que você saiu correndo de casa e imaginei que estaria aqui. Sempre foi seu refúgio quando está triste. O que está acontecendo com você? Ultimamente, você está estranha, distante, com olheiras. Parece que não dorme há dias. Eu precisava conversar com alguém e sempre tive uma ligação especial com Caleb, com quem compartilhei muitos segredos. Decidi me abrir com ele. Sarah: Caleb, preciso te contar algo, mas você não pode revelar a ninguém, especialmente ao meu pai. Você tem que prometer que não dirá nada. Caleb: Tudo bem, eu juro, Sarah. Sarah: Lembra da primeira vez que fomos à floresta? Pois então, outro dia eu avistei um lobo n***o com olhos vermelhos. Caleb: Um lobo? Impossível, Sarah. Deve ter sido algum animal parecido, mas um lobo... Sarah: Sim, Caleb, era um lobo. No começo, pensei que poderia ser coisa da minha imaginação, mas era realmente um lobo. Caleb: Impossível, Sarah. Seu pai e os caçadores exterminaram todos os lobos daquela região, sem deixar nenhum.
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