capítulo 9

843 Palavras
Caleb: Impossível, Sarah. Seu pai eliminou todos os lobos daquela região. Sarah: (Sinto um aperto no peito. Não sei se é tristeza, medo ou apenas choque. Já tinha ciência de que meu pai caçava lobos — minha mãe me contou isso há algum tempo —, mas nunca imaginei que ele houvesse matado todos. O que o levou a tomar uma atitude tão drástica? Meu pai nunca abordou esse tema, e se eu perguntar, sei que ele não fornecerá nenhuma resposta. Será que o lobo que vi na floresta é um sobrevivente?) Essas reflexões ocupam minha mente. Sarah: É... você tem razão. Deve ser apenas uma paranoia minha. Vamos deixar isso de lado, Caleb. Caleb: Sarah, você não parece bem. Tem certeza de que não está escondendo nada? Se precisar de ajuda, saiba que pode contar comigo. Sinceramente, você está parecendo um zumbi. Ele brinca e ri, e realmente acho que é isso mesmo que estou parecendo. Sarah: Se você quiser ocupar meu lugar na faculdade, eu aceito, porque já estou cansada e sentindo uma pressão enorme sobre mim. Não estou indo bem nas provas, tirei notas baixas em alguns trabalhos e até a diretora foi falar com meu pai, dizendo que estou sendo a pior da turma. Estou quase desistindo da faculdade, pois já não aguento mais. Minhas amigas acham que eu deveria sair por aí beijando qualquer um, e talvez eu precise de ajuda com tudo isso e com todas as coisas que estou passando. Para completar, descubro que meu pai anda por aí caçando lobos, e estou cansada de ser a filha obediente e de ter informações ocultadas de mim. Peço desculpas, Caleb, por estar desabafando com você sobre assuntos que talvez não devesse compartilhar. Ele saiu do balanço onde estava e se agachou na minha frente. Caleb: Sarah, eu entendo que deve ser difícil para você perceber que o mundo aqui fora não é como você imaginava. Esses lobos que seu pai matou não são animais indefesos; na verdade, são criaturas perigosas. Na minha opinião, seu pai tomou a decisão certa. Uns lobos a mais ou a menos não fazem diferença para nós e não acrescentam nada à nossa vida. De repente, Caleb afastou meu cabelo que estava caindo sobre o meu rosto e o prendeu para trás, passando a mão suavemente pelo meu rosto, antes de repousar sua mão na minha perna, que estava exposta devido ao short que eu usava. Caleb: E não se deixe influenciar pelas suas amigas. Elas não entendem que você é uma garota de valor, que não precisa sair por aí beijando qualquer um. Ele falou e, de repente, me deu um selinho, o que me pegou de surpresa e me levou a levantar correndo. Sarah: Você ficou louco Caleb! Por que você fez isso? Caleb: Desculpe, Sarah. Eu te vi tão vulnerável e não consegui resistir. Sarah: Fomos criados como irmãos; você não deveria ter feito isso. Ele tentou se aproximar, mas eu me afastei. Caleb: Sarah, eu... Sarah: Não quero conversar com você neste momento, Caleb. Preciso de um tempo sozinha. Acabei saindo correndo sem um destino definido, apenas ouvindo os gritos de Caleb me chamando. Naquele momento, eu não queria ouvir ou vê-lo; só desejava correr e mais nada. Talvez tenha sido imaturo da minha parte ter fugido assim dele, mas senti algo estranho no comportamento dele hoje, desde o toque em minhas pernas até o beijo que se seguiu. Acabei parando um pouco, percebendo que já estava longe do parque. Por que ele fez isso? Por que Caleb me beijou? Meu Deus, que loucura foi essa? Logo eu, que sempre o enxerguei como um irmão e que sempre vou vê-lo dessa forma, não consigo imaginar isso de outra maneira. É ele a quem sempre confiei meus segredos e, agora, não posso acreditar que isso esteja acontecendo. Primeiro, sou informada de que meu pai matou os lobos da floresta. Então, o que é aquilo que vi? Será que estou imaginando coisas, considerando tudo o que tenho enfrentado nos últimos dias, como os pesadelos e a pressão da faculdade? Começo a pensar que talvez tenha sido apenas uma ilusão. Se meu pai exterminou todos os lobos, como poderia existir algum ainda? Preciso voltar lá para verificar se realmente foi coisa da minha cabeça. Mas o medo agora fala mais alto. E se eles forem um perigo e decidirem me atacar? E se Caleb estiver certo e meu pai estiver certo em matá-los, já que eram perigosos? Havia tantas coisas passando pela minha cabeça que parecia que ia explodir. Decidi começar a correr novamente, na esperança de dispersar esses pensamentos. A cidade era imensa e eu já estava longe de casa. Quando olhei para trás para avaliar a distância percorrida, levei um susto ao colidir com alguém. Essa pessoa me segurou pela cintura, fazendo-me inclinar para trás. Meus olhos se fixaram nele instantaneamente, e a sensação que experimentei foi indescritível. Meu coração acelerou mais do que o normal e senti um borbulhar no estômago, sem entender o que estava acontecendo. Sarah: Dário?
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