Capítulo 50

1476 Palavras

Filipe/ brinquedo narrando Tava aquele fim de tarde de cadeia que parece nunca acabar, luz amarelada batendo torta na parede mofada, TV da galeria cuspindo novela r**m, J roncando baixinho de lado como sempre, cabeça encostada no travesseiro de espuma velha. Eu sentado na minha comarca, chinelo torto, barriga ainda feliz do restinho da farofa do almoço, só passando as fotos da mente pra não pirar. Aí o “ligação” da cela apita baixo — dois toquinhos na grade, nosso código — e eu já entendi: pista livre por cinco minutinhos. Puxei o bico do esconderijo, dedo no modo avião, tira e bota pra pegar sinal, e já veio a chamada: Nariz. — Visão, meu mano? — atendi de sopetão, voz baixa, olhando pro corredor. — Visão, cria… — ele veio daquele jeito, rindo no canto e ao mesmo tempo sério. — Tô com

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR