Capítulo 55

2100 Palavras

Nariz narrando Acordei com a mente ligada no 220 e cheiro de pólvora que nem tinha ainda, ciente que dia de operação a favela muda de cor, o vento muda de direção e até o latido de cachorro vira aviso. Botei o colete, conferi carregador, rádio, testei o bip do toque curto — um, dois, três — e desci pra primeira barricada pra trocar os plantões. Molecada já com o olho estalado, dedo nervoso na AR, cada um querendo virar herói sem entender que quem volta pra casa é quem respira, não quem aparece. Passei visão: corredor da escola é recuo, beco do campinho é funil, telhado é só pra quem tem perna boa e sangue frio, nada de ficar de selfie com fuzil apontado pro céu. No ar já tinha aquele ronco distante de caveirão vindo da principal, não é barulho de qualquer carro, é um “uummm” grosso que

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR