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A Família Green e o Segredo da Ordem

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poderoso
independente
bruxa/mago
drama
mistério
mundo mágico
witchcraft
habilidade especial
sacrifice
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intro-logo
Sinopse

Toda história tem um início e essa não seria uma história diferente sem isso. Em um tempo que antecede o nascimento dos Campbell's havia a família Green. Todos os mistérios e segredos revelados em um livro repleto de aventura e romance. O que é a Ordem, de onde vem, por que surgiu? Você não está curioso?

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Kerina
— Como já era de se imaginar, os pais sempre criam expectativas demais ao ter apenas um filho. E é ainda pior quando este filho nasce mulher. E uma mulher obstinada. Difícil de ser controlada. Difícil de ser obediente. O pesadelo, como diria Sir. Dean. Aquele homem que fuma o charuto mais fedido de todo o País e se acha o encantador de donzelas com aquele seu sorriso nojento e astuto. Mas, como eu dizia, os pais sempre criam expectativas demais nos seus filhos únicos. É assim que eu me sinto. Uma frustração. Kerina se olhava no imenso espelho da sua penteadeira velha e falava com a mulher que penteava os seus longos cabelos loiros. A mulher nunca a olhava nos olhos, não sorria ou sequer dizia uma palavra, isso irritava Kerina, como sempre. — Por que vocês são sempre tão caladas? Eu gostaria de não ter que falar sozinha, todas as vezes. — ao notar que a mulher nada dizia ou esboçava qualquer indiferença, ela levantou-se do assento e se desprendeu das mãos da mulher. — Não precisarei mais que escove os meus cabelos por hoje, pode se retirar dos meus aposentos. A criada imediatamente abaixou a sua cabeça e parecia estremecer de medo ao colocar a escova na penteadeira e zarpar do quarto como raio, na pressa de sair dali o mais breve o possível. Era sempre na hora de sair do quarto que as criadas demonstravam qualquer emoção, geralmente de medo. A criada acabou por deixar a porta entreaberta que foi, gradualmente, se abrindo. Kerina nem mesmo se importou com isso, na verdade, ela nem mesmo percebeu que a porta havia ficado aberta. Ela se jogou com força na imensa cama de cor verde-escuro e fechou os seus olhos com raiva. Ela ficou a repassar os últimos anos na sua mente e percebendo que ninguém nunca havia dito um bom dia, nunca perguntou se estava tudo bem, e sempre com aquele olhar vazio e distante, como se não quisessem estar ali. — É tão difícil assim ficar na minha companhia? - resmungava. - Quanto descaso! Um dos guardas que estavam em posição do lado de fora do quarto percebeu que a porta estava entreaberta e observou o seu interior por um instante, vislumbrando uma mulher tão linda que parecia um anjo. Os seus cabelos loiros eram longos e estavam esparramados por sua cama e os seus olhos fechados faziam a sua face pálida enrijecer. A menina parecia estar triste, talvez frustrada com algo. Ele observou-a por breves momentos antes que ela o percebesse, ela olhou-o diretamente nos olhos, confusa e surpresa, os seus olhos castanhos como mel arregalados. Ela levantou-se num salto e o encarou. Ela não estava propriamente vestida, embora parecesse não se importar com isso. O guarda inclinou-se para frente, tentando não fazer o contacto visual inapropriado. — Desculpe-me, senhorita. — disse ao fechar rapidamente a porta. — Mas o que foi isso? — ambos disseram, cada um em seu lado da porta. Surpresos, ofegantes e inquietos. — Tudo em ordem, van Doorn? — perguntou o outro guarda, que parecia não ter percebido nada. Muitos guardas acabam dormindo de pé. — Sim. O seu coração martelava sem sentido e a sua mente estava além daquele momento, viajava sobre possibilidades impossíveis e em mais momentos como aquele. A guarda da princesa era a menos disputada e de fácil acesso, já que ninguém queria ficar doze horas em pé no mesmo lugar vigiando uma pessoa que não se podia ver ou falar. O guarda van Doorn ficou interessado com aquele olhar curioso, embora não devesse se atrever e tentava a cada dois plantões, ficar de guarda no quarto da princesa. Muitas semanas se passaram, mas ele nunca mais teve oportunidade de vê-la novamente. A ouvia, muito raramente, resmungar da falta de diálogo das criadas, mas era o mais próximo que ele podia chegar dela. Ele caminhou do seu plantão, certa noite para o dormitório da guarda, cansado demais para olhar os arredores. Tudo que conseguia ver era o piso liso e os seus pés cansados se arrastando lentamente. Só pensava em chegar lá, tirar o seu uniforme se jogar no beliche vazia. — Sir Bentley virá hoje a noite, vocês souberam? Um dos guardas pronunciou-se em meio às conversas que se fazia no dormitório do castelo, deixando todos em silêncio rapidamente. Ele desceu as escadas da sua cama e pulou no chão, fazendo um som leve e oco. Em seguida seguiram-se choramingos e reclamações dos demais presentes. — Achei que ele não voltaria mais depois do incidente com o vinho. - disse alguém. — Seria realmente satisfatório nunca mais ver aquela cara f**a cheia de cicatrizes, ele nos deixa no inferno quando vem. — Pelo visto nada é suficiente para mantê-lo distante. O burburinho só se intensificava a cada frase frustrada dos guardas cansados. O guarda Van Doorn abriu a porta ao entrar com outros três colegas que encontrou no caminho e um silêncio se formou no mesmo instante, voltando a aumentar de tom após verificarem que eram apenas guardas voltando de outro turno. — Do que estão a falar? - perguntou para alguém próximo. — Sir Bentley está a voltar esta noite. — Oh... - disse num suspiro triste. — Ele novamente... De todas as pessoas no castelo, Bentley implicava mais com o guarda Van Doorn, já que ele era o mais novo cordeiro do rebanho. Van Doorn só possuía cerca de seis meses de serviço, desde que fora recrutado. Os seus dias foram difíceis e o treinamento árduo. Sir Bentley não deixava passar nada. Guardas não podiam esboçar que estavam cansados em serviço. Não podiam conversar e não podiam falar com outras pessoas, a não ser que fosse extremamente necessário. — Ouvi uma das criadas dizer que a princesa ainda pensa que é filha única. - ao ouvir a lavra princesa, Van Doorn rapidamente virou a sua cabeça na direção da conversa, interessado. — A coitada vive aprisionada naquele quarto desde que nasceu, o que esperava? Os pais nem mesmo a procuram. - disse alguém. — A verdade é que eles têm medo, já que ela é a primogénita. — Isso é apenas boato. O que eu ouvi é que ela assim que nasceu já demonstrou grande aptidão mágica, quando o seu irmão pareceu ter nascido normal. — Shi! Sabem que não podemos falar sobre isso, se nos ouvem... - disse alguém já sussurrando — Sim, sim. Tudo bem. - o guarda revirou os olhos - Vocês viram a criada nova que entrou esses dias na cozinha...? A conversa tomou outro rumo desinteressante para Van Doorn e ele se endireitou em sua cama. O que todos no castelo suspeitavam era que a Princesa Kerina havia nascido antes de seu irmão gêmeo, o Príncipe Philippe, que todos chamamos Herdeiro. Sobre a aptidão mágica era tudo mais especulação. Havia boatos que ela quando era criança foi isolada de todos por conta de seus poderes incontroláveis, herdados, possivelmente, pela primogenitura.O rei preferiu isolar a menina e deixá-la apodrecer em sue quarto, sem nunca poder sair ou falar com alguém para abafar que os poderes da família haviam passado para uma mulher e não um homem. Mas todos do castelo tinham essa sensação, de que a menina havia nascido primeiro e por isso toda essa crueldade. Com o tempo foram surgindo mais boatos, alguns diziam que se falasse com a princesa poderia ser amaldiçoado ou se a menina se enfurecesse com você, você poderia morrer. E, conforme ela foi crescendo, sem saber de nada disso, as pessoas que frequentavam o seu quarto foram gradativamente diminuindo. As paredes de mármore foram ficando estreitas, o teto mais baixo, o chão um buraco.

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