MEU EX MARIDO TRAFICANTE

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NATHALIA E MARCOS:

Capítulo 6 - Natália narrando

- Tudo isso para ir no Alemão? – Gustavo falou, me olhando de forma curiosa enquanto eu ajustava meu visual.

- Estou feia? – Perguntei, provocando um pouco. – Vai, não estou tão m*l assim.

- Você está linda, mãe – Ele respondeu, com um sorriso sincero. – Vou para o meu plantão.

Gustavo saiu de casa falando ao telefone com alguém, e eu fiquei ali, sozinha por um momento. Eu queria tanto que ele encontrasse alguém que o fizesse feliz, que formasse uma família, mas o Gustavo tinha um lado seco e fechado que me lembrava muito o pai dele. Ele parecia tão distante, como se nunca fosse se abrir para o mundo.

Quando estacionei o carro na frente do morro, um sentimento estranho apertou meu peito. Nunca tinha voltado a esse lugar desde que saí de lá, e confesso que os calafrios me invadiram assim que meus pés tocaram o chão do lugar que eu tanto tentava esquecer.

- Ei, menina! – Rayssa falou ao me ver chegando. – Pensei que não ia vir.

- E perder meu filho cantando? Jamais – Falei, sorrindo para ela.

- Acho que você vai causar bem mais coisa nesse baile – Rayssa disse, com um tom de provocação.

- Não inventa – Respondi, já desconfiada do que ela queria insinuar.

- Tais tá putona que tu tá vindo – Ela falou com um sorriso travesso.

- Quero confusão não – Eu falei, tentando manter a calma. – Não tenho mais idade para isso não.

- Que idade? Com esse corpo e esse rostinho tá se chamando de velha? – Rayssa começou a rir, e não pude evitar soltar uma risada nervosa também.

O baile estava lotado, como sempre. Faziam muitos anos que eu tinha saído dali, mas parecia que nada mudava. Quando chegamos à quadra e subimos as escadas, dei de cara com Marcos, Lucas e Mateus, e atrás deles estavam Tais e Bruna.

- Aquela lá é a mocreia? – Perguntei para Rayssa, com um olhar curioso.

- Ela mesma – Aline respondeu, também observando.

Eu olhei Tais de cima a baixo e dei uma risada debochada. Marcos definitivamente tinha o radar dele ligado para esse tipo de mulher.

- Mãe! – Ruan falou, se aproximando de mim com um sorriso radiante. – Você veio.

- Eu disse que ia vir – Falei para ele, sorrindo. – Eu apoio os dois iguais, eu amo você.

Ele sorriu mais ainda, e por um momento me senti orgulhosa, mas também com uma pontinha de saudade do que eu ainda poderia ter com ele, se as coisas tivessem sido diferentes.

- Uma pena que Gustavo não veio – Ruan disse, com uma leve decepção na voz.

- Até parece que ele ia subir aqui – Marcos falou, se aproximando de nós. – Boa noite, Natália.

- Boa noite, Marcos – Eu respondi, com um sorriso. – Ou devo te chamar pelo seu vulgo?

Ele deu um meio sorriso, tentando esconder qualquer desconforto. Antes que eu pudesse dizer algo, Tais chegou ao seu lado, colocando a mão em seu ombro.

- Vai me apresentar? – Ela disse, com um sorriso desafiador.

- Natália e o seu? – Eu perguntei, sorrindo de volta.

- Você deve saber – Ela respondeu, com uma atitude arrogante.

- Desculpa, mas a minha bola de cristal quebrou – Eu falei para ela, mantendo o tom sarcástico. – Não faço ideia de quem seja você.

- O nome dela é Tais – Marcos falou, tentando aliviar a tensão.

- Meu nome é Tais – Ela disse, com um sorriso calculado. – Mulher dele, primeira dama do Alemão, e o amor da vida dele.

- Ah, claro – Eu falei, sorrindo com um toque de ironia. – Então vou me apresentar melhor também – Eu a encarei, de forma calma, mas sem deixar de ser firme. – Natália, mãe do Ruan, futuro cantor; do Gustavo, futuro delegado; dona de uma grife de roupas famosa no Brasil e fora do país; e também... – Eu dei uma pausa, encarando-a com um sorriso sutil. – Não dependo de homem nenhum para me sustentar.

- Paz – Marcos disse, interrompendo qualquer possível discussão. – Já conversamos em casa, Tais – Ele olhou para ela, como se alertasse. – Não caça confusão aqui em cima, Natália.

- Eu não estou caçando nada, querido – Eu falei, com a mesma tranquilidade.

- Vamos para perto do palco – Rayssa disse, quebrando o silêncio. – O show já vai começar.

E com isso, seguimos para o camarote, eu tentando manter a compostura, mas com o olhar de Tais me seguindo, como uma sombra. O baile estava apenas começando, e eu sabia que a noite prometia muito mais do que um simples show.