A FIEL

17

Capítulo 24

Antonella narrando

Eu estava na fila esperando para fazer a visita para Toco, olho para todos os lados e vejo sempre o mesmo movimento, eu realmente não nasci para estar em uma fila de presidio.

— Documentos – Agente pede e eu entrego – coloque a bolsa aqui em cima, entre na sala, tira a roupa para revista.

— Ok.

Eu deixo a bolsa para passar pelo raio x e entro na sala e faço conforme é pedido, elas fazem a revista e eu fico cuidando no lado de fora porque na bolsa tinha o celular.

— Está liberada – a agente fala e eu saio para fora.

— Aqui está suas coisas – a mulher que estava controlando o raio x fala, ela assente com a cabeça e eu assinto de volta para ela.

Começo a passar pelos corredores respirando mais aliviada, chego no pátio e vejo Toco sentado me esperando, eu ando até ele e ele se levanta me dando um beijo.

— O celular está aqui dentro, tenho emdo que tenha microfone – falo enquanto abraço ele baixo.

— Entendi – ele fala – estava com saudade de você.

— Também, trouxe as coisas que você pediu.

Eu sei que Nolasco queria escutar o que eu e Toco a gente tinha para conversar, então disfarçamos.

— Esse estrogonofe é o melhor que existe no mundo – ele fala.

— Eu sei que você gosta por isso eu trouxe – eu falo sorrindo para ele.

— Você é maravilhosa Antonella.

— Falta você comigo lá no morro – eu falo para ele.

— Em breve eu vou sair e retomar tudo que é meu – ele fala – como você está?

— Estou bem, sentindo sua falta lá dentro. Nolasco acha que sou culpada por tudo que acontece naquele morro, teve um incendil.

— Um incêndio? – ele pergunta sorrindo e eu sorrio para ele.

— É, pegou fogo em uns galpão, casas e ele acha que fui eu a mando de você.

— Nolasco é um filho da p**a – ele fala – vou falar com ele, ele não tem que ficar mexendo com você.

Ele fala se levantando e levando a bolsa para longe com o celular e depois ele volta.

— Ele desconfiou?

— Me levou lá para cima, meteu a arma na minha cara – eu falo para ele.

— E você fez o que?

— Transei com ele – Toco me encara – era a única saída dele parar de desconfiar de mim, ainda mais que a pessoa que me viu, foi morta nesse dia.

— Melhor do que você ser pega – ele fala – mas não gostei de escutar isso.

— Relaxa – eu falo para ele – você é o único amor da minha vida – eu falo beijando ele – você sabe disso.

— Fica na reta guarda – ele fala – precisamos que ele pare de desconfiar de você.

— Ele quer tomar o morro para ele – eu falo para Toco – precisamos armar um plano.

— Eu tenho um plano – ele fala

— E qual seria? – eu pergunto

— Você se envolve com ele, faz ele comer na sua mão, você é boa nisso – ele fala acendendo um cigarro – já fez isso com vários inimigos, policia.

— Nolasco é esperto pra c*****o.

— Mas nenhum homem vai resistir a uma loira gostosa como você, ainda mais envolvente.

— É um plano perigoso.

— É a nossa saída, dificilmente Nolasco vai me ajudar sair da cadeia – ele fala – e provavelmente se eu sair, não vai me deixar ter meu morro de volta.

— A não ser que ele morra – eu falo para ele

— Tem Ryan – Toco fala

— Esse é um filho da p**a.

— A fiel dele está onde? – ele pergunta

— Morando com a gente.

— De um jeito dele ficar bem ocupado com ela – ele fala – assim ele sai do seu pé.

— Eu já sei como fazer – eu falo – vamos proteger nosso morro, o nosso império – ele abre um sorriso e a gente se beija.

Capítulo 25

Nolasco narrando

Eu abro o microfone para ver o que eles estão conversando, mas não tinha nada de interessante um papo água com salsicha de mais.

Eu pego aqueles dois nomes Donatella Salvatore e Onella Montenegro, quando penso no sobrenome Montenegro me vem um episodio de alguns anos atrás, que por algum motivo tinha se apagado na minha cabeça mas que agora veio com tudo a tona.

Flash black onn

— Por favor Nolasco, eu tenho uma filha – ele fala.

— E eu estou ai com suas filhas? – eu pergunto para ele – não sou pai dela.

— Ela só tem a mim – ele fala – o que vai ser dela se você me matar?

— Deveria ter pensado nisso antes de tentar passar a perna em mim – eu falo para ele.

— Não estou tentando passar a perna em você.

— Cala boca seu filho da p**a! – eu falo nervoso com a arma apontada na cabeça dele – você roubou grana, muita grana da facção. Tentou me passar para trás.

— O negocio está em dia – ele fala – eles ainda não me pagaram, você tem que me dar um prazo.

— Acabou seu prazo.

— Você vai se arrepender de me matar, eu não estou mentindo – ele fala – eu preciso ficar vivo, eu preciso ficar vivo para criar as minhas filhas.

— Manda mensagem positivas do inferno para elas – eu falo e coloco a arma na cabeça dele.

— Minahs filhas, elas precisam de mim. Ela cuida sozinha das irmãs – ele fala – elas são doente.

— Não são da minha família – eu atiro na cabeça dele.

Isso era o preço que quem me traia tinha que pagar.

Flash black off

— Nolasco? – Ryan me chama – Nolasco?

— Eu preciso de informação de uma pessoa – eu falo para ele.

— De quem? – ele pergunta

— Carlos Montenegro – ele fala

— Montenegro? – ele pergunta – porque isso agora?

— Ele tinha três filhas, três filhas – eu falo para ele

— E o que tem?

— Donatella, Onella e Antonella – eu falo para ele – duas mortas e uma viva.

— Você deve estar ficando maluco, Antonella filha de Montenegro? – ele pergunta

— Só vai atrás das informações que eu estou pedindo – eu falo e ele assente com a cabeça.

Capítulo 26

Antonella narrando

Eu saio da penitenciaria e dou um olé nos vapores, pego um táxi e vou até o cemitério, compro umas flores e vou até o tumulo onde os três estão enterrados, eu coloco uma flor para cada.

— Não achei que te encontraria aqui – eu olho para o lado vendo a minha mãe. – Antonella – ela fala me encarando – faz anos que eu não te vejo.

— A última vez que fui visitar a senhora, a senhora foi bem certa nas palavras, disse que jamais me consideraria sua filha.

— A morte dos três é sua culpa – ela fala – da sua ganancia.

— Não foi minha culpa e eu procuro vingança por eles, todos esses anos. Eu era uma adolescente, você não pode me culpar.

— Procura vingança como? Casada com um bandido? – ela pergunta

— Não vou discutir com você dona Gabriella – eu respondo – eu vim em paz.

— Vai embora – ela fala – e nunca mais volte aqui, ninguém merece ter sua visitia mesmo depois de mortos.

— Um dia a senhora vai se arrepender por tudo que fez comigo.

Ela me encara e eu a encaro, depois vou embora, eu vou direto para o morro, quando chego Ryan estava na entrada do morro e me encara.

— Os vapores chegaram sem você – ele fala

— Eu tinha coisas para resolver – eu falo para ele e ele me encara.

— Que tipo de coisas?

— Coisas de mulher – eu respondo.

— Nolasco vai saber sobre isso – ele fala

— Manda ele vir no meu quarto, me questionar sobre – ele me encara e eu abro um sorriso falso para ele.

Eu entro dentro do meu quarto e tranco a porta, meu quarto vivia sempre com as portas trancadas para evitar que alguém entrasse aqui, estava sentidno tudo muito quieto, até mesmo a mãe de Toco não estava implicando comigo, só sabia rezar pela vida do filho, parecendo que estava entre a vida e a morte.

Eu saio do banho, coloco uma roupa confortável e tiro meu colar, abrindo ele com cuidado e vendo a foto do meu pai, abro um sorriso.

— Vou vingar a morte de vocês papai – eu falo – nem que seja a ultima coisa que eu faça na minha vida.

Capítulo 27

Toco narrando

Estou há semanas dentro desse presidio e dessa cela horrível, apenas pensando no dia que vou sair daqui de dentro e pegar meu morro de volta

Nolasco está no comando, mas isso não duraria por muito tempo, eu realmente estou com sangue nos olhos para retomar o que é meu e acabar com tudo isso.

E eu teria um acerto de contas grande, principalmente com Antonella, que na primeira oportunidade está querendo seguir o rumo da sua vingança sozinha, se eu souber de tudo mesmo, se ela não me escondeu nada.

— Liga para Nolasco – eu falo para Preto.

— Ele não atende – ele fala – está dando fora de área.

— Filho da p**a – eu falo

— Posso conseguir informação sobre o morro – ele fala – o mais rápido possível, se quiser.

— Faça o que for necessário, eu quero saber o que está acontecendo no meu morro, quero que chegue até Antonella um telefone de total confiança para que eu consiga falar com ela.

— Vou resolver isso – ele fala.

Flash black onn

— Olha aquela garota – Salve fala apontando para uma loira andando por ali.

Eu olho para ela e logo a reconheço.

— Ela não é a filha de Montenegro? – eu pergunto para ele.

— Depende qual das três – ele fala me encarando

Flash black off

Eu tirei aquela vagabunda daquele lugar imundo, dei casa, alimentei seu plano e sua vontade de vingança, dei tudo para ela, ela não iria me passar para trás, não mesmo.