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Eu estava atordoada por meus pensamentos, começando a me perguntar por que diabos eu tinha me colocado nessa situação, estava prestes a me vender para o homem mais poderoso de toda a nova York, para ele e seus fetiches dignos de pena, seria obrigada a ser tratada como mercadoria pelo resto da minha vida, e isso tudo em troca de um mísero pedaço de papel que me dava o direito de continuar vivendo nessa cidade, a cidade aonde eu passei boa parte da minha vida, vivendo entre os subúrbios, vendo minha mãe vender o almoço para comprar a janta, e logo depois, tendo eu mesma que vender o almoço, agora estou aqui, prestes a vender o meu corpo, a minha vida, a minha alma, para esse homem que m*l conheço.
-Será que o senhor poderia andar logo com isso? eu não tenho o dia todo, sou um homem ocupado.-Disse Anthony, impaciente.
Pude perceber o olhar do escrivão que estava em nossa frente congelar, uma das poucas coisas que sabia sobre Anthony até agora, era que ele tinha esse poder sobre as pessoas, costumava causar muito medo nelas, e elas geralmente faziam o que ele queria.
O homem começou a digitar mais rápido, enquanto juíz de paz dizia nossas obrigações como marido e mulher, estávamos nos casando em um cartório qualquer, escolhido pelo advogado de Anthony, que a pedido dele, tornou tudo o mais discreto possível, Anthony não queria os olhares da mídia sobre mim, isso ia contra todo o sentimento de posse que ele tinha, eu era propriedade particular dele, ele seria o único que poderia me admirar, e me tocar quando bem entendesse, esse era o acordo.
Antes de estar aqui, passei a noite em claro, lendo nosso acordo pré-nupcial, que era muito específico, e muito claro, eu pertencia a Anthony Fitzgerald, todos os meus passos, atividades, decisões, tudo tinha que passar pela aprovação dele, minhas roupas, meu corte de cabelo, o tom do meu cabelo, além é claro, de aulas de etiqueta todas as sextas, e acompanhamento mensal em uma ginecologista de SUA confiança, ter filhos era proibido, era quase como cometer um crime, o contrato dizia que se comprovado imprudência com os anticoncepcionais, todo o acordo seria anulado e eu deveria devolver cada centavo gasto ao senhor Fitzgerald, era literalmente, a mesma coisa que vender minha alma.
-Senhorita Rosália Marigaldi, a senhorita aceita Anthony Fitzgerald como seu legítimo esposo, para ama-lo e respeitá-lo até que a morte os separe?
Perguntou o Juiz, interrompendo meus pensamentos.
Percebi Anthony me encarando, com um olhar fatal, ele não queria que eu demorasse para responder, não queria passar a impressão de que estava sendo forçada aquela situação, de forma alguma, e eu não iria voltar atrás, já tinha chegado até aqui, já tinha assinado aquela porcaria de contrato, não ia desistir agora.
-Aceito.-Respondi, com um tom baixo de voz, quase nulo.
Em seguida, o juíz repetiu a mesma pergunta para Anthony, que aceitou prontamente, ele não tinha qualquer dúvida, era um homem muito seguro de si, nunca tomava decisões erradas, nunca fazia um m*l negócio, e é isso o que eu era, um negócio.
-Pelo poder investido em mim, pelo estado de Washington, eu os declaro, marido e mulher, pode beijar a noiva.
Anthony se aproximou, afastando o fio de cabelo que estava em meu rosto, e me dando um beijo, seco e sem qualquer emoção, apenas como quem fechava um acordo, colocando seu carimbo.
Saímos do cartório em silêncio, as testemunhas que Anthony havia trago para nossa união, nada mais eram do que homens de sua confiança, que simplesmente desapareceram depois de fazer seu trabalho, nós entramos no carro esportivo de Anthony, ele mesmo quis dirigir, não queria motorista, pois não queria que parecesse que estávamos indo para uma lua de mel, ele não queria me dar qualquer possível esperança de que isso fosse ser um casamento tradicional, muito longe disso, ele não demonstrava qualquer emoção.
Assim que chegamos em sua enorme mansão, logo ele tratou de pedir que os empregados fizessem com que eu me sentisse em casa.
-Essa é Antônia, minha governanta, ela cuidará de você, vou precisar de você em 1 hora, tome um banho e se arrume, deixei uma lingerie em seu quarto, e deixe o cabelo preso.-Ele disse, subindo as escadas em direção ao seu quarto.
A mulher que ele mencionou, Antônia, ficou me olhando, com um olhar de pena, pela situação que tinha acabado de presenciar, meu marido, que me deu apenas algumas instruções, e subiu para o seu quarto, esperando que seu produto estivesse pronto no horário combinado.
Mas eu não tinha razão pra esperar algo diferente, ele pôs as cartas na mesa, eu aceitei, mas começar a viver tudo isso era diferente, muito diferente.
Antônia me levou até meu quarto, que devia ter o tamanho de todo o apartamento que eu morei com minha mãe a vida inteira, pensar nela me fez sentir sua falta desesperadamente, Anthony não permitiu que ela viesse morar conosco, não queria que mais ninguém soubesse do que acontece dentro dessa casa, mas concordou em dar a ela um apartamento confortável, próximo a nós, e eu poderia visitá-la em dias combinados, além é claro, de pagar por todo o tratamento que ela precisava, eu estava fazendo o que é certo, não? qualquer coisa por quem me deu a vida, era assim que eu precisava pensar.
Entrei naquele quarto, uma lingerie vermelha esperava em minha cama, mas ali, solta, sem qualquer bilhete ou algo do tipo, era como um uniforme, me lembrando que estava na hora de pegar no serviço.
Tomei um banho demorado, esperando que toda aquela espuma da banheira, me fizesse sentir um pouco melhor comigo mesma, quando olhei para o relógio sob a bancada da pia, percebi que estava na hora, eu não podia mais adiar, precisava me preparar, uma das inúmeras cláusulas do contrato, é que ele não aceitava atrasos, de forma alguma.
Sai da banheira, passei um creme hidratante sob o corpo, e vesti a lingerie, fazendo uma trança no cabelo, e passando um perfume suave, respirei fundo, pensei na minha mãe, no quanto ela fez por mim, e fui, com a cara e a coragem.