Ela voltou ao balcão ainda com o olhar perdido, como se tivesse visto um anjo. Belinda franziu a testa para a prima, achando que ela estava possuída.
"Juliana, você está bem?" perguntou, segurando seu ombro.
"Tô... tô ótima! Gente, acho que encontrei minha alma gêmea!" Juliana respondeu, ainda distraída.
"Sério?! Como ele é?" Alina, também já animadinha, aproximou-se curiosamente.
"Esse é o problema... Não lembro direito do rosto, mas ele me deu um beijo na bochecha!" respondeu, tocando o local como se ainda sentisse o contato.
"Ele te beijou? Conta tudo! Como foi?" Alina gargalhou, balançando a prima.
"Incrível!" Juliana suspirou, como se ainda estivesse sonhando acordada.
"Juliana, você está bem mesmo?" Belinda insistiu, preocupada.
Seu olhar ansioso percorreu as duas primas - ambas com pais bastante rigorosos. Então lançou um olhar assassino para Herman.
Herman sentiu a culpa pesar. Com Dwyane desaparecido, sobrava para ele.
"Irmão, cadê você?", pensou, desesperado.
"Você tem um plano brilhante, Herman?" Belinda cutucou o jovem.
"Hã?! Ah! Bem, não podemos levá-las para casa assim!", ele disse, nervoso.
"Eu sei disso!" exclamou Belinda, irritada.
"Onde podemos esconder essas duas até amanhã, Clive?" Herman virou-se para o gerente, que parecia ter visto um fantasma.
"Não acho boa ideia, Jovem Mestre Blake!", sussurrou ele, segurando a mão de Herman sem querer.
"Clive, você está bem? Está tremendo!" notou Belinda.
Embora estivesse preocupada, Clive estava visivelmente pior - não apenas tremia, estava apavorado. Herman seguiu seu olhar até a entrada e... quase caiu do banco.
"Jovem Mestre Blake!" Clive ajudou-o rapidamente.
"Herman, você está bem?!" Belinda também se alarmou.
Sua raiva evaporou, substituída pela preocupação. Juliana e Alina bêbadas, Dwyane desaparecido, e agora Herman caindo... Como explicaria tudo isso para os tios?
"Meu Silencioso C, você nem bebeu e já parece bêbado!" Alina riu.
"Haha Herman, pescou muitos peixes no chão?" Juliana zombou, despertada pelo barulho.
"Parem de gritar meu nome!" Herman resmungou, esperando que quem estava na entrada não tivesse ouvido.
"Tenho uma ideia. Vi os quartos no terceiro andar. Juliana pode ficar lá até amanhã, e dizemos que saímos cedo!" Dwyane apareceu subitamente das escadas.
Ao ver Herman se levantando com ajuda de Clive, balançou a cabeça.
"Nem me diga que você também bebeu!"
Quando viu o rosto corado de Alina, resmungou: "Alina, você também?!"
"Ok, plano!" Dwyane começou, mas Clive o cutucou. "Espera, Clive! Juli e Alina dormem no terceiro andar. Acompanhamos elas e dizemos que saímos cedo!"
"Mas, Jovem Mestre!" Clive suava frio.
Herman baixou a cabeça, evitando olhares. As três garotas, incluindo Dwyane, estavam de costas para a entrada, então não viram...
"Plano brilhante, jovem!" A voz familiar de Brian ecoou atrás deles.
Dwyane congelou no lugar.
"Hã? Soou como o papai. Querido, você imitou a voz dele? Vou contar!", Alina abraçou o pescoço de Herman, que sentiu como se correntes o sufocassem.
"Hrmm! Vocês esqueceram que hoje é sexta-feira, hein?!" A voz trovejante de Daniel fez até Juliana dar uma risadinha.
"Ha ha, a voz do papai é assustadora, mas ele não está aqui! Vocês esqueceram que hoje é sexta-feira, hein!", ela imitou.
"Ahm! Juliana, olha... atrás de você!" Herman sussurrou trêmulo.
Ao ouvir sua voz, um calafrio percorreu todos. Entreolharam-se antes de se virarem lentamente. Seis pares de olhos severos os encaravam.
"Papai..." Belinda falou baixinho para o pai, que ergueu uma sobrancelha.
"Qual é a boa, filhota?!" Matt sorriu de lado.
"Oi, papai..." Alina acenou hesitantemente para o pai, cujo rosto estava n***o.
"P-papai!" Juliana m*l conseguia falar ante o olhar furioso do pai.
"Papai, ahm! A mamãe está sozinha. Vamos para casa!" Dwyane tentou.
"Vocês dois estão de castigo. Clive, me compre um novo cinto de couro!"
"S-sim, Diretor!" Clive gaguejou.
Os gêmeos começaram a choramingar imediatamente.
"Mano, me empresta depois!" disse Joshua, seu olhar decepcionado fixo em Herman, que empalideceu.
Os outros tios balançavam a cabeça, com pena dos pestinhas - mas regras foram quebradas, e a punição era inevitável.