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15 dias no paraiso

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Sinopse

Andrea Sanches, uma bela garota espanhola com um pouco de brasilidade, é escritora de guias de viagens, foi enviada ao Brasil para cobrir a feira literária que ocorre na cidade de Paraty, RJ.

Tendo quinze dias para conhecer a cidade e falar sobre a feira literária, ela procurou chegar na cidade um dia antes. E esta antecipação fez toda a diferença, para o encontro dela com a bela morena brasileira Mayra Ortiz.

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POUSADA EM PRAIA JABAQUARA
"Bem vinda ao Paraíso" Quando Andrea aceitou o trabalho, ela não tinha ideia de que seria enviada ao paraíso. Sim, agora sentada de frente para a rua de onde podia avistar o mar, degustava o seu café da manhã tropical com cereais e frutas. A pousada que a editora escolheu era mesmo acolhedora, tinha uma construção clássica típica das cidades praianas com a fachada toda branca e detalhes em madeira que dava o ar clássico ao local. Havia chegado na pousada já tarde da noite, aquela era a primeira impressão que estava tendo da cidade.  Lembrava enquanto dava mais uma colherada em seu cereal com frutas à duas noites atras quando sua chefe Mayra disse, “Você vai ao Brasil, fazer um guia sobre Paraty e a feira literária que ocorre lá todo ano. ” Ela sempre quis conhecer o Brasil, apesar de a sua mãe ser brasileira em todos os seus 36 anos de vida nunca esteve nos litorais do país e nutria grande paixão por praias, a cidade estava na sua lista de desejos, fez as malas mais vazias que pode e embarcou.  A cidade se preparava para a festa literária que ocorreria no mês de julho, uma programação que já era uma tradição na cidade e fazia parte do calendário literário mundial, seria uma semana intensa, onde fervilhava autoridades renomadas da literatura brasileira e mundial, em palestras, tendas mesas.  Um mundo perfeito para quem aprecia toda forma de literatura. O tema deste ano era o escritor Lima Barreto, um escritor e jornalista brasileiro. Filho de pais pobres e mestiços sofreu esse preconceito em toda sua vida. Andrea não conhecia o escritor a fundo e por isso tinha em uma das mão uma de suas obras - Clara dos anjos, o livro em questão expõe o papel feminino e os preconceitos que a mulher sofria naquela época, retratando a década de 20, como a submissão, o abandono, a violência e o constrangimento público. Lima Barreto retratou a mulher num momento em que casar era necessário e feito como moeda de troca. Uma obra do pré-modernismo brasileiro.  Uma leitura acertada para ela, mulher, feminista, lésbica que se acredita estar no tempo certo lutando pelo que é certo. Enquanto se voltava mais uma vez a leitura da capa, bem desenhada do livro, passou a mão em seus cabelos curtos, num corte repicado, e quando terminava de contornar as mãos na cabeça, seus olhos se encontraram com os verdes não definidos de uma morena bem torneada que parava a sua frente. Ela perdeu o fôlego e foi salva com a introdução da voz da bela moça.  -- Desculpa o lugar está lotado, posso me sentar com você? - Como o som do sotaque português do Brasil é envolvente. Andrea não respondeu apenas abanou a cabeça positivamente. -- Desculpa mais uma vez, todo ano neste período a cidade lota todas as pousadas ficam cheias, e eu sempre me esqueço desta profusão humana.  -- Sí, estoy aquí, precisamente por esta profusión humana, me gusta escribir sobre personas y lugares que visito y es mejor cuando la ciudad interactúa con una gran variedad de personas de diferentes lugares. Brasil es rico por eso, la interacción humana invita todo el año. -- Que lindo, que sorte a minha, você fala espanhol? Eu adoro o som desta língua.  -- Desculpe, me sinto confortável em minha língua quando fico nervosa, mas posso falar bem o português, que tem um som maravilhoso também. Me chamo Andrea Muniz e você? -- Laura Vargas, e diferente da maioria das pessoas, nestes dias, estou aqui por que estou de férias. Olha só você está lendo um bom livro do Lima Barreto, escolheu bem.  -- Na verdade não o conheço. Mas gostei do título e a história é bem interessante, serve de pano de fundo para o que eu pretendo registrar desta cidade enquanto estiver aqui. Clara dos Anjos, me apresenta uma mulher forte, mesmo na adversidade, gosto de mulheres assim.  -- Eu me perdi na parte, “gosto de mulheres”... - Andrea também se perdeu neste momento, o olhar de ambas se encontram numa troca muda onde se dizia muito e nada. E o que era preciso ser dito, ficou preso num sorriso.  Neste momento, entrou um grupo de jovens fazendo algazarra e as tirando do transe em que se colocaram.  Andrea, limpou a garganta, pegou o livro e fez um gesto de se levantar, mas foi prontamente interrompida com o toque rápido e suave de Laura sobre a sua mão. Ambas sentiram o calor do toque, a corrente elétrica que passou do corpo de uma para a outra, a atração já era clara, mas esta tensão elétrica era algo a mais.  -- Deixa eu te apresentar a cidade… Eu sou fotógrafa, conheço muitos locais interessantes por aqui.  -- Me encantaría A morena sorriu, também pegou a sua bolsa e seguiu a frente de Andrea exibindo toda a sua beleza brasileira, naquelas curvas de alagar um deserto, por onde passava todos a seguiram com o olhar, e aparentemente isso já não incomodava a bela a  sua frente, que caminhava rumo a praia que ficava de frente para o hotel, ao chegar na areia sorriu para um jovem garoto que estava próximo, e este devolveu o sorriso como se tivesse ganho na loteria e saiu rápido para voltar logo a seguir com duas cadeiras de praia.  -- No seu local de sempre senhorita? -- Claro Gabriel, você é o melhor em conhecer o melhor local desta praia, depois traga para nós uma água de coco.  -- Claro senhorita. É muito bom te ver por aqui.  -- Eu gosto de voltar.  -- então você vem sempre aqui?  -- Sim, tenho uma casa aqui próximo, e sempre que saio de folga ou tiro férias, venho para cá que é meu refúgio, meu paraíso.  -- Isso justifica conhecer as pessoas do local.  -- Só as que valem a pena, o Gabriel por exemplo, ele trabalhava nos sinais pedindo esmolas aos turistas, certa vez pediu a mim, que vinha para cá com meu carro. Ele me impressionou com seu discurso franco, deixando claro que o dinheiro não era para drogas ou mesmo para ser enrolado por malandros, ele queria ajudar a família. Mentiu em casa dizendo que tinha arranjado um emprego num destes quiosques, pois o pai estava desempregado e ele não queria desmoralizar o chefe da família, pedindo esmolas. Aquilo me comoveu. Eu quis saber mais sobre ele e sua família, e agora eles trabalham para mim. Quero dizer os pais dele, são caseiros na residência que tenho aqui perto. Para o Gabriel conversei com os donos do quiosque que são amigos de longa data e eles ofereceram o emprego para o jovem.  -- Entonces arreglaste su mentira.  -- De certa forma sim, ele é um garoto esforçado. Cheguei em casa tarde ontem, ainda não o tinha visto, na verdade não vi ninguém, acordei cedo e corri para o mar. -- Pensei que estivesse hospedada aqui.  -- Ah não, eu só passei e parei por que te vi, inventei uma desculpa para sentar à sua mesa. Eu precisava ouvir a sua voz, para fixar na imagem que eu já tinha.  -- Como?  -- Eu tirei uma foto sua, enquanto estava distraída com o livro em suas mãos, precisava dar um nome a foto.  A naturalidade com que Laura falava e agia encantava Andrea a cada gesto, em pouco tempo a morena deixou claro que estava dando em cima dela, com toda a classe e discrição que poderia ser entendido nestes encontros mágicos que a natureza nos reserva.  A sutileza, as palavras subentendidas e o sorriso enigmático e encantador que ela doava eram impossíveis de serem ignorados. E não, não estavam sendo. Em pouco tempo Andrea que vinha de uma cultura caliente sem dúvida mas muito discreta, estava impressionada com o tanto que soube de uma pessoa num tempo tão restrito.  Sim ela tinha certeza que estava diante de uma pessoa mágica, como as lendas brasileiras que tinham chegado até ela além dos oceanos.  Laura recebeu as cadeiras de Gabriel e o ajudou a abri-las sob um guarda sol não tão grande que fazia a disposição das cadeiras ficar bem próximas uma da outra e foi onde elas se sentaram, de frente ao mar de onde vinha uma brisa e tinham uma vista privilegiada do mar até onde a sua linha do horizonte se juntava ao céu, sim era quase uma pintura e elas tinha a oportunidade de ver a tela se transformando a sua frente.  -- Então você é fotogra a muito tempo?  -- Um sonho de infancia que se tornou profissão, eu hoje trabalho para uma grande agência e tenho a oportunidade de viajar o mundo com ela. - Disse apontando para a camera que tinha disposta à mesa junto a dois cocos.  -- Então você todas as férias voltam ao Brasil? É muito bom ter um endereço no paraíso.  -- Sim, oficialmente meu endereço hoje é Nova York, mas se passei dois meses em casa este ano foi muito. A única certeza que tenho é que quando estou de férias, volto para o Brasil, e ainda assim nem é férias, tenhoque fazer algumas fotos turísticas para uma editora, por isso estou na rua com a câmera e tive o prazer de te ver.  -- Que maravilha, trabalhar enquanto se diverte, ou receber nas suas férias, fazendo o que gosta.  -- Sim eu tenho o melhor emprego do mundo, me permite conhecer o mundo, culturas, pessoas e eu sempre volto para o meu refúgio.  -- Eu poderia usar suas palavras, mas eu escrevo sobre lugares, faço roteiros turísticos. Eu sei, é batido já existem muitos. Mas os meus são peculiares e detalhados. O público gosta e me dá um feedback que insiste em me motivar.  -- Eu já li algum guia seu? Qual o nome?  -- Provavelmente já, On the road.  -- Sério? Você acredita em coincidências? Eu fui contratada para fazer fotos para este guia.  -- Sério? então você vai ficar comigo?  -- É tudo o que eu quero. - Estas palavras foram ditas com tantas más intenções. Visíveis aos olhos.  Andrea passou os lábios de forma provocativa, piscando em resposta. Estava claro que a química entre as duas estava funcionando.  -- Então você foi contratada para fazer as fotos dos meus textos nos dias em que eu estiver por aqui? Preciso agradecer a minha editora, vou ligar para ela. - E enquanto ligava para falar com a editora, LAura também estava em seu telefone, fazendo ligações.  Era observada, pois tinha habilidade em mandar, ela falando o português rápido não era tão fácil de Andrea entender, principalmente porque estava encantada com a morena e a sua voz.  Ouvia Mayra falar dela do outro lado da linha -- É uma profissional incrível e tem o seu espirito aventureiro acho que vocês farão um bom trabalho juntas, mas era só para vocês se encontrarem amanhã, eu acabei de enviar os dados e contrato para ela agora.  -- Imagina você que o destino nos colocou no mesmo lugar, nos encontramos na pousada onde eu me hospedei e ela sentou a minha mesa, a conversa fluiu fácil com ela, ela me falou que fotografava e eu disse que estava fazendo materia para o guia. -- Andrea, você só deu atenção porque ela é linda.  --  Todavía no tengo palabras para describirlo. Ciertamente eres una mujer maravillosa. Gracias jefe, me gusta más mi trabajo, ahora... E as duas riram alto, das palavras cheias de segunda intenção da escritora. O som da gargalhada de Andrea chamou a atenção de Laura, que sorrindo a tomou pelas mãos e disse "Vem comigo!" -- Para onde?  -- Vou te mostrar Parati. Hoje eu serei sua guia. A história de Paraty surge quando no século 18, quando a Coroa Portuguesa decidiu oficializar os caminhos para o trânsito de ouro e diamantes que tinha que vir de Minas Gerais para chegar nos portos do Rio de Janeiro. os caminhos ou trilhas por onde o escoamento destas riquezas nacionais eram levados, foram delegadas pela realeza como Estrada Real. Essa é a parte conhecida da história. Por aqui temm muita história contada de boca a boca, herença dos nossos antepassados, minha historia pessoal mesmo se mistura um pouco com a cidade, mas isso não vai para o seu guia.  -- Mas um dia você vai me contar?  -- Claro, mas continuando... Como você pode ver Paraty é uma cidade com montanhas como pano de fundo conhecida como Costa Verde do Brasil, fica entre o Rio de Janeiro e São Paulo o estado com maior PIB per capita do país, possui ruas calcetadas, herança do período colonial portugues, e edifícios seculares da altura em que funcionava como um porto, entre os seus pontos de referência arquitetónicos encontra-se a Capela de Santa Rita à beira-mar, uma igreja caiada (pintura branca típica da época e região) construída em 1722.  -- Uau, você é como uma enciclopédia. Me gusta.  -- Gosto de falar bem da minha cidade, apesar de pequena e turística, hoje em dia enfrenta os mesmos problemas de uma cidade grande, com furtos e drogas, claro que numa proporção menor, a população aqui é flutuante, os jovens costumam sair para trabalho em outras regiões, principalmente São Paulo, e como eu voltam nos períodos de férias e festas, muito das pessoas que você verá nos próximos dias, são moradores como eu que estão aqui em visita a família e aproveitam para fazer turismo. Aqui próximo do hotel onde estamos temos praias ótimas, como a praia do Clóvis, o nome é anterior a mim, mas é um ótimo lugar para fotografar é preciso atravessar para a ilha do Araújo, para chegarmos lá, e é o que vamos fazer agora, nossa carona chegou. Olha Laura fazendo as mesuras de uma recepcionista apontando para um barco que estava estacionado a alguns metros depois da arrebentação lhe causou um certo prazer instantâneo. A frente delas estava parado um veleiro branco com velas coloridas e de lá um homem com um quepe de marinheiro acenava para Laura, que gesticulava de forma a indicar o que queria do capitão.  -- Okay podemos chegar lá nadando, mas o que faço com o equipamento que não pode molhar.  -- Nossa carona já esta vindo, não precisaremos de nada, espero que não tenha medo de pequenos barcos e pequenos marinheiros.  -- Como assim?  -- Ali esta nossa carruagem madame, e nosso chofer Gabriel. Enquanto tomávamos nossa água de coco e você conversava com a sua editora eu adiantei o tour.  -- Pensei que ele trabalhasse no quiosque.  -- Trabalha quando não estou na cidade, quando estou ele fica comigo, me segue para todos os lados, não tem como fazer ele ficar trabalhando, é uma criança ainda, apesar do tamanho, e eu incentivo ele precisa se divertir mais.  Enquanto conversavam se dirigia para o pequeno barco a motor que o garoto manejava com maestria, ajudando as duas mulheres a colocar as sacolas no barco e em seguida subir.  Para Andrea a manhã começou bem e estava tomando um rumo inesperado mas de imenso prazer, como ela estava tendo certeza, só de olhar para os lados já tinha uma idéia de como descrever Paraty no guia. Estava definitivamente apaixonada pela cidade, e agora teria uma outra vista da costa.  -- Vem, eu ajudo a senhorita a descer.  -- Me encantó llamarme señorita, me siento joven de nuevo.  -- Mas é, e muito bela por sinal.  Laura vendo a sena gargalhou ao ver um garoto no alto dos seus quatorze anos tentar seduzir a mesma mulher que ela estava tentando seduzir. Andrea olhou para ela também com um sorriso nos olhos, mas voltou sua atenção para o garoto.  -- Gracias mi ángel, las chicas deben estar encantadas con tu amabilidad. O menino ficou vermelho olhando para ela.  -- Eu só entendi o "gracias e angel", não sei falar a sua lingua. -- Ah me desculpe, eu fico mais à vontade com minha lingua nativa, mas adoro falar a sua. vamos combinar de que se eu falar algo que você não entenda você me pergunta e eu te explico.  -- Tudo bem, vou perguntar muita coisa. Você vai ficar muito tempo aqui? -- Duas semanas.  Estendeu a sacola para Laura que já tinha se transferido para a embarcação maior, e deu finalmente a mão para o jovem, que feliz a ajudou a embarcar. Quando levantou a cabeça estava em frente ao marinheiro que havia acenado para elas a pouco. Laura estava falando com ele também.  -- Seu Antonio, esta é a Andrea, vou trabalhar com ela nos próximos dias.  -- Mas você esta de folga minha filha.  -- Eu estou sempre de folga com este meu trabalho, e ainda me divirto.  -- Prazer minha jovem, meu filho esta importunando muito? -- Prazer seu Antônio, e não sou tão jovem assim, mas o Gabriel é um amor. estoy encantada.  -- Fico feliz, não é fácil um filho adolescente nos dias de hoje.  -- Bem, venha termine de entrar vou te apresentar a casa, ou parte dela.- Era Laura chamando a atenção para si. - Este barco era do meu pai, ai ele passou para mim com a ordem de sempre manter ele navegando. Fiz os cursos, posso navegar sozinha, mas na maioria das vezes que estou aqui, prefiro o auxílio do capitão. O Antonio, usa muito o veleiro para turismo, incentivei o curso de turismo e a formação para capitão. Então hoje estamos te oferecendo um serviço cinco estrelas. Você vai começar a visita pelo melhor lado.  -- Acredito que vou adorar. Me apresente.  -- Eu chamo de veleiro devido as velas, e por se movimentar grande parte do tempo por meio delas, quando criança me sentia uma pirata por estes assoalhos, mas é também um barco com acomodações, tem a cabine principal e mais uma para hóspedes ou quem mais estiver a bordo. É uma pena que não passaremos a noite em alto mar desta vez.  O sorriso provocante morava no rosto dela.  -- Daqui você pode ter uma vista melhor da baia e da orla. As fotos profissionais são minhas, mas recomendo você a fazer algumas, nenhuma foto tirada aqui fica igual a outra.  E Andrea seguiu o conselho, seguindo a anfitriã para a ponta do barco enquanto acompanhava a manobra do veleiro.  Enquanto ele era manobrado foi convidada a sentar ao lado de Laura, que delicada segurava a sua mão.  O veleiro se dirigia para mar aberto. Se dirigiam para o forte Defensor Perpétuo, mais um ponto turístico digno de ser visitado na região, fugindo do roteiro tradicional, uma fortaleza construida ainda na época colonial com canhçoes antigos como a construção e uma vista para o mar única. De lá é possível ver toda a baia e uma vista privilegiada da cidade, a história conta que o local no Morro da Vila Velha, abriugou o primeirop povoado de Paraty, antes da cidade descer para onde hoje é o centro histórico.  Andrea olhava tudo maravilhada, o Brasil lhe apresentava belezas que lhe enchiam os olhos e lhe dava mais inspiração e ainda nem estava acompanhando o evento para o qual tinha sido designada. Se continuasse abastecendo a sua fonte de informações teria muito para escrever somente sobre esta cidade linda.  No local havia um antigo casarão caiado com suas portas verdes e no entorno uma mata nativa  com passaros multicolores e cantando numa orquestra única, elas desciam da embarcação e Laura trazia consigo uma cesta de pic-nic.  -- Mudanças de plano, eu ia te levar para a ilha, mas como fazer isso sem te apresentar o marco inicial da cidade.  Vamos ficar aqui, fazer uma pequena refeição mais ali. Ainda não estamos trabalhando, hoje quero conhecer minha colega de trabalho.  -- A idéia me encanta.  Agiam como um casal de turistas, ambos com câmeras em seus ombros e uma cesta que dizia que procuravam um local reservado para preparar a refeição. Andrea com a câmera em punho fotografava tudo.  -- Eu sei que serão as suas imagens que irão para o guia, mas quero registrar algumas fotos com o  meu olhar.  -- Eu posso tirar quantas fotos você quiser, mas concordo, cada um tem uma visão e leitura diferente. Mas não deixe de fotografar as ilhas ao fundo e a cidade vista de cima, ali naquele canto entre o canhão e a palmeira você tem uma visão maravilhosa.  -- Obrigada. - Se aproximou e roubou um leve beijo dos lábios da outra. - Você tem uma ótima dica.  Sorriram com o olhar, a tensão s****l entre ambas era claro e forte e as duas livres no paraiso não negavam o interesse e estavam deixando as coisas acontecerem sem uma conversa prévia ou sem aprofundar um conhecimento maior uma da outra.  Ali no forte não tem uma faixa de areia muito clara, elas estava em cima da uma grande pedra  próximas de uma pequena faixa que dava vista para o mar de onde se podia ver o veleiro, foi ali que Laura decidiu abrir a tradicional toalha xadrez, Andrea ainda muito distraída com a paisagem e as fotos não notou a bela morena dispondo sobre a toalha as guloseimas e uma garrafa de vinho branco, para beliscar peixe grelhado e queijos, algumas frutas.  -- Hey, vem sentar aqui do meu lado e apreciar a vista, daqui só podemos ver o mar e o ter como testemunha.  -- E o céu também. rsss.  -- Senta aqui, deixa eu te conhecer, não posso te agarrar sem saber mais de você.  -- Sí, puedes, deberías. -- Nervosa? - Disse uma Laura atrevida, oferecendo a moça desafiadora a sua frente uma fruta no palito e aproximando sua boca junto a mordida que a espanhola estava pronta para dar no morango, que foi retirado no tempo certo para ser substituído por um beijo quente e claramente retribuído.  As duas se envolveram no beijo, aos poucos foi se tornando mais ardente o que se fez necessário a pausa para respirar.  -- Eu estou adorando o Brasil, e a companhia de uma certa brasileira.  -- Quando você desembarcou aqui.  -- Ontem no fim da tarde no Santos Dumont, Rio de janeiro, de lá vim direto para a pousada, algumas horas a mais de viagem, cheguei já a noite e sim, você é a certa brasileira.  -- Que bom, você também lê mentes.  -- ¿Y puedes leer lo que estoy pensando ahora? -- Sim. (risos). Mas vamos comer antes?  E assim a tarde se estendeu, as duas conversaram muito, Andrea soube um pouco mais de Laura, que era filha de industriais renomados em São Paulo, ela optou por seguir outra profissão e se lançou no mundo como fotógrafa o que não agradou muito os pais por muito tempo, até que conseguiu provar que era possível se sustentar com o serviço. Era uma fotógrafa conhecida e requisitada no meio, se especializou em fotografia editorial e fazia exposições de fotografias em locais bem cotados no eixo Nova York - Japão. Tinha livros publicados, e era fã de um certo Sebastião Salgado, pessoa que era a sua inspiração.  Quando estava no brasil, aproveitava para visitar os pais mas nada mais que um fim de semana, não que não gostasse de estar com eles, mas a vida de todos era muito corrida, e quando ela estava de folga era exatamente isso o que ela queria fazer nada de falar de serviço, ou da sua posição na empresa que os pais queria que ela assumisse junto com o irmão. Para evitar o desgaste de um assunto que não interessava ela evitava longos períodos preferia estar livre no refugio que construiu para si em Paraty, apesar dos pais também terem casa na região.  Andrea por sua vez falou da sua origem hispanica cigana, o que estava destacado em sua pele clara e cabelos muito escuro, que tinha emoldurado no rosto os grandes olhos azuis, de familia numerosa, como ela costumava dizes, uma vez que entre o clã todos se consideravam uma familia, oficialmente tinha apenas uma outra irmã, esta já casada e construindo o seu próprio clã, o que deixava a mãe delas bastante feliz e tranquila com o seguimento da linhagem, uma vez que após duras críticas entenderam que a filha não era como a maioria deles, mesmo sendo de conhecimento público que haviam outros. Ela teve ajuda dos pais, quando formada em jornalismo procurou um ramo diferente e um mercado editorial que aceitasse as loucuras de uma guia de viagem, ainda mais nos dias atuais, onde todo mundo pode ser um youtuber, ter seu próprio blog, ela mesmo não era contra, mas era clássica e queria fazer coisas para pessoas com um pé no clássico, as tecnologias modernas estavam ai, e precisavam ser utilizadas, mas nem por isso se abre mão do passado.  Era quase o mesmo discurso, de preservação e liberdade que elas mantinham, ainda tinha muito a descobrir uma sobre a outra mas após alimentadas, ambas calaram e deitaram lado a lado na manta e ficaram a observar o céu azul, com uma bola de fogo laranja que ia alto.

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