— Juny! — Ele disse por fim levantando a sua cabeça e encarando-me seriamente. — Eu... — Interrompendo-o a voz da diretora soou chamando-nos novamente. Junan suspirou abrindo a porta me deixando sozinha no corredor sem entender, mas logo eu adentrei a sala fechando a porta atrás de mim.
— Já que você pediu para não ligar para seus pais... — Ela apontou para mim colocando suas mãos em cima da mesa cruzadas. — Vocês terão que todos os dias depois da aula limpar a piscina e as salas de aula por um mês.
— UM MÊS? — Junan gritou incrédulo e a diretora concordou. — Mas eu sou inocente nisso!
— Tem certeza? — A diretora debochou e ele concordou. — Quase todo dia um professor traz uma aluna aqui chorando, eu pergunto o motivo do choro e elas falam que é porque você as rejeitou. — Mordi os lábios contendo a risada, enquanto o Junan abria a boca e fechava tentando procurar um bom argumento, mas acabou que ele calou. — Vocês começam amanhã, após todo mundo ir embora, — Ela disse olhando para nós dois. — Podem se retirar! — Sai da sala primeiro começando a rir na hora que ele fechou a porta, agachei no chão com a mão na barriga rindo.
— Você está bem? — Um menino de cabelos loiros se aproximou de mim com uma expressão preocupada.
— Sim, obrigada! — Levantei-me procurando ar, limpando as lágrimas das risadas. Encarei ele que sorria para mim e eu me apaixonava pelo o seu sorriso.
— Eu sou novo aqui e meio que eu me perdi. — Ele coçou a nuca constrangido. — Poderia me mostrar a escola?
— Claro, Junan eu... — Olhei para trás ele tinha sumido me deixando lá sozinha. — Vem eu lhe mostro o colégio!
— E aqui é o refeitório... — Exclamei mostrando onde estava a maioria dos alunos, finalizando a apresentação do colégio ao mesmo.
— Está todo mundo olhando para nós? Ou é impressão minha? — Ele indagou colocando as mãos no bolso. Concordei mostrando que era normal, sendo que na realidade, não era nada normal. — Vamos nos sentar?
Ele concordou e nós procuramos um lugar para sentarmos. Aqueles olhares estavam incomodando-o e a mim também. Por fim achamos uma mesa vazia, nós sentamos nela e eu percebi que ele olhava muito em volta um pouco desconfortável.
— Qual é o seu nome? — Indaguei chamando a atenção dele para mim na expectativa dele esquecer todos ao seu redor.
— Park Mino! — Ele respondeu-me com um sorriso largo em seus lábios.
— Seu sorriso é muito lindo! — Exclamei sem pensar tampando minha boca arrancando uma risada dele.
— MINO! — Ouvimos um grito e logo em seguida um menino se jogo em cima dele. — Quanto tempo, você mudou e muito. Sua irmã continua bonita?
— Menos, bem menos. — Ele disse rindo tirando o menino de cima dele. O menino me olhou arregalando os olhos sorrindo em seguida
— Porque está sentado com a menina mais popular da escola? — Ele sussurrou para o Mino, mas acabou que eu pude escutar perfeitamente.
— Oh, então você é a menina mais popular da escola! — Mino disse me encarando sorrindo, não respondi apenas fiquei calada e sorri de lado meio sem graça com aquele clima.
— Eu já vou indo. — Exclamei fazendo uma reverência com a cabeça levantando-me da cadeira.
— Fica! — Eles disseram em uníssono deixando-me sem qualquer tipo de atitudes.
— Eu não quero atrapalhar a conversa de vocês! — Murmurei na esperança deles me deixarem ir embora, mas algo me dizia que eles não iam deixar.
— Não está atrapalhando a nossa conversa não! — O amigo dele disse colocando-me sentada na cadeira novamente, se sentando ao lado do Mino.
— Poderiam parar de me encarar por favor. — Resmunguei sentindo minhas bochechas esquentarem ainda mais, pois ambos me olhavam sem piscar.
— Desculpa! — Se desculpou disse sorrindo. — É um pouco difícil ficar cara a cara com você.
— Você não falou seu nome. — Mino disse inclinando sua cabeça para o lado em um gesto fofo.
— Kyum Juny! — Exclamei sorrindo de lado fechado em sua direção percebendo que seu amigo revirava os olhos.
— Pergunta boba... — Realizou uma breve careta para ele. — Olha a placa com o nome dela!
— Eu não vi isso, estava ocupado olhando para o belo rosto dela então é óbvio que não iria encarar a placa com o nome dela. — Mino resmungou enquanto mostrava língua para seu amigo que retribuiu.
— Juny? — Ouvi a voz do Junan do meu lado. Encarei ele que não estava com uma cara nada boa. — Já terminou sua conversa? Temos que ir! — Em um movimento rápido ele segurou meu pulso me puxando sem entender, não deu nem tempo para eu dizer adeus para o Mino.
— Junan, vai devagar! — Exclamei tentando acompanhar ele e seus passos rápidos. Ele ignorou e continuou andando rápido, me desequilibrei e tropecei e meus pés indo ao chão com tudo. — Droga... — Olhei o arranhado que eu ganhei com o tombo.
— Desculpa! — Junan ajudou-me a levantar. — Eu... Eu realmente sinto muito Juny, não queria te machucar!
— Sem problemas... — Suspirei. — Qual o motivo dessa sua atitude? E porque me deixou lá em frente a diretoria sozinha?
— Eu... Tive que... Resolver algumas... Coisas. — Ele disse fazendo pausas. Encarei-o com desconfiança fazendo ele rir e continuar me guiando até o destino que ele queria, só que dessa vez devagar. A gente continuou andando um do lado do outro em um silêncio absoluto, ele parou no meio do caminho com a cabeça baixa. — Eu tenho que ir em um lugar. — Arregalou os olhos andando de costas. — Me desculpe! — Ficou de costas para mim correndo pelo corredor.
Fiquei sem entender, olhei em volta e percebi que tínhamos parado em frente a nossa sala, arqueei minha sobrancelha e entrei na mesma. Aproximei-me da minha mesa e em cima dela havia um café gelado com chocolate o meu preferido ao lado havia um bilhete com a letra de Junan.
*Cof *Cof
Não se ache, apenas quero pedir desculpas por ser um i****a com você!
Sorri largamente abrindo a janela e sentando-me na mesa dele pegado o café começando a tomar enquanto sentia o vento de manhã contra meu rosto.
— Obrigado Junan! — Exclamei em voz alta para mim mesmo sem ao menos olhar em volta para ver se tinha apenas eu na sala.
— Disponha! — Ouvi a voz dele atrás de mim me assustando e fazendo-me engasgar com o café. Virei meu olhar para ele que sorria para mim e em suas mãos havia uns curativos. Ele se aproximou de mim se agachando em minha frente começando a cuidar do meu arranhado. — Pronto! — Colocando o band-aid de estrelas em meu joelho.
— Você está diferente! — Exclamei vendo-o puxar a minha cadeira se sentando na mesma colocando as pernas em cima da mesa enquanto o vento batia nele também.
— Isso é r**m? — Indagou olhando fixamente pra mim com uma de suas sobrancelhas arqueadas.
— É estranho! — Murmurei e tomei mais um pouco do meu café. — Faz cinco anos mais ou menos que a gente não fica próximo um do outro tanto tempo assim.
— Isso é verdade! — Ele respirou e inspirou fundo. — Temos que nos acostumar agora, todos os dias após as aulas iremos ficar juntos! — Pegou o café das minhas mãos levando aos seus lábios. Isso é um beijo indireto! Encarei ele que deu um gole do café me olhando em seguida sem entender. — Que foi? — Franziu o cenho.
— Nada não! — Respondi-o enquanto pigarreava e desviava rapidamente meus olhos dele. Junan me olhou sem entender, encarou o café e eu por uns minutos até que ele entendeu e sorriu em minha direção.
— Entendi agora... — Entregou-me o café. — Não acha que está assistindo anime demais não?
— Não, porque? — Neguei dando de desentendida encarando o local em que ele colocou os lábios.
— Beijo indireto! — Ele disse e eu corei no mesmo instante. — Estou certo, né? — Minha boca abriu e se fechou várias vezes, mas nenhuma resposta saiu. — É, eu estou certo! — Começou a rir enquanto eu abaixava a cabeça constrangida.