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Capítulo 02

— Kyum Minkael... — Arregalei meus olhos ao ouvir o que ela disse.

Umedeci meus lábios enquanto a raiva tomava conta de mim por aquele ser querer brincar com meu irmão. 

Tentei me levantar, mas as mãos do Junan em meu pulso me impediram, e em um gesto rápido e forte, ele me puxou para me sentar novamente enquanto colocava o dedo indicador na frente de seus lábios, indicando que era pra mim ficar calada.

— Mas você sabe que a irmã dele é um pouco ciumenta! — Wanda disse com a voz um pouco preocupada. — E ainda é a mais popular da escola, ela tem os meninos em suas mãos.

— Não tenho medo dela... — Judy disse e eu arqueei minha sobrancelha determinada a fazer ela temer a mim. — Eu já tomei seu melhor amigo, tomar seu irmão não será uma tarefa difícil.

— Como assim? — Wanda indagou bastante curiosa sobre a minha vida. Revirei os olhos com a curiosidade alheira.

— Hung Junan era seu melhor amigo no primário e com o passar dos anos, continuaram sendo melhores amigos. — Engoli o seco temendo que ela contasse aquela história naquele momento. — Viviam colados um no outro, inseparáveis. Um dia ele viu um menino se declarando para ela e ficou magoado por isso, mas não disse nada a ela, no outro dia ele disse a ela que estava gostando de mim, Juny tentou fazer ele mudar de ideia dizendo que eu não prestava, mas ele gritou com ela na sala fazendo todos os olhares se dirigirem a eles, ela concordou e saiu da sala de cabeça erguida, a partir disso eles não se falaram mais, mudaram seus acentos e nunca mais olharam na cara um do outro. — Abaixei meu olhar ao lembrar de tudo do que aconteceu sentindo um aperto em meu coração.

Soltei meu pulso da mão dele bruscamente levantando-me e saindo do arbusto fazendo elas se assustarem ao ver minha presença. 

— Você deveria cuidar da sua vida. — Exclamei apertando minhas mãos. — Ela precisa de mais cuidados do que a minha neste momento.

— E você deveria parar de escutar as conversas dos outros! — Ela se aproximou de mim parando em minha frente na esperança de me intimidar.

— Achou r**m? Tente da próxima vez conversa em um lugar menos público, querida. — Lancei um sorriso sínico a ela. — E pode tirar meu irmão da sua lista, porque você não irá iludir ele. — Olhei ela de cima para baixo. — Ele merece coisa melhor!

— Isso vai ser decisão dele não sua. — Wanda disse pronunciando alguma coisa enquanto eu revirava os olhos novamente.

— Ninguém te chamou na conversa. — Encarei-a séria e mesma se encolheu por um breve instante.

— Você não se acha demais não? — Judy indagou em um tom alto mostrando o quão com raiva estava naquele momento.

— Eu me achando? — Coloquei a mão em meu peito fingindo inocência. — Eu nem sei o que é isso... É de comer? É bom?

— Se prepara então querida. Eu tirei o Junan de você e o próximo será seu irmão. — Ela pousou as mãos em meu ombro sorrindo para mim. Umedeci os lábios rapidamente incrédula com a ousadia dela.

Ergui minha mão pronta para dar um tapa em sua cara, mas senti uma mão em meu pulso me impedindo.

— Mas que... Me solta Junan. — Exclamei com raiva tentando soltar meu pulso, mas ele apertou ainda mais o local.

— Obrigada! — Judy disse tentando parecer meiga, mas estava mais para uma atriz pornô fazendo papel de inocente.

— Tudo bem... — Ele sorriu para ela. — Deixa que eu cuido dela! — Referiu-se a mim. Ela concordou encarando-o, mas logo seu olhar parou em mim e ela arqueou uma das sobrancelhas sorrindo para mim puxando a Wanda para longe.

— Qual é o seu problema? — Puxei meu pulso com força tirando das mãos dele. — Ela fala m*l de você e você ainda a defende? — Passei a mão onde ele apertava sentindo-o meio dolorido.

— Eu gosto dela... — Ele disse sério encarando-me enquanto eu mordia meu lábio inferior fortemente.

— Você é um i****a Junan... — A raiva me dominou, mais do que devia naquele momento. — Desejo a você muitos chifres, infelicidade ao seu namoro e que você tenha filhos para ver sua humilhação. — Virei-me tentando sair, mas novamente ele segurou meu pulso novamente.

— Você podia me ouvir pelo menos! — Ele disse me virando para ele em um gesto rápido.

— Ouvir o que? —Senti meus olhos marejarem, pisquei eles para que eu não chorasse em sua frente. — Ouvir que você gosta dela e que não importa o que aconteça não irá desistir dela? É isso? Se for eu não quero ouvir novamente, agora me solta!

— Porque você nunca me ouve? — Ele resmungou meu pulso ainda mais, fazendo o local doer mais do que antes.

— NÃO QUERO OUVIR JUNAN. — Gritei com ele. — Me solta por favor, não quero lhe machucar!

— Você não teria coragem. — Arqueou a sobrancelha para mim debochando e duvidando da minha capacidade. Sem pensar duas vezes, chutei o seu m****o, fazendo com que ele soltasse meu pulso e caísse de joelhos no chão gemendo de dor com a mão sobre o local.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? — Ouvi uma voz feminina, virei meu olhar para o local de onde surgiu a voz.  Era a diretora com uma expressão bem assustadora em seu rosto. — PARA MINHA SALA AGORA! — Ela gritou e saiu em seguida.

— Primeiro dia de aula e eu já estou na coordenação. — Exclamei para mim mesmo limpando o local onde as lágrimas escorriam. — QUE MARAVILHA! — Encarei o Junan que se levantava devagar. — Vai ficar aí o dia todo? Temos que ir a diretória.

— Não foi você que recebeu um chute no saco, então cala boca. — Ele disse com a mão no m****o ainda. — Tenta se acalmar, se seu irm... 

— JUNY! — A voz do meu irmão interrompeu ele, virei meu olhar o encarando que vinha correndo em minha direção. — Seu nariz esta vermelho, você estava chorando? Porque estava chorando? Está bem? Eu senti um sentimento de raiva e depois tristeza. Está tudo bem? — Ele disse rapidamente.

— Respira Minkael! — Sorri fraco para ele. — Estou bem, ok? — Indaguei e ele meio receoso concordou.

— Então por que seu nariz esta vermelho? — Apertou meu nariz arrancando uma risada minha enquanto fechava os olhos apreciando suas carícias.

— Ele estava coçando. — Menti para ele e encarei o Junan que já estava de pé encarando-nos. — Vamos logo Junan!

— Vão aonde? — Minkael indagou franzindo o cenho provavelmente por ciúmes de mim estar com o Junan indo para um local que ele não conhecia.

— D.I.R.E.T.O.R.I.A. — Respondi-o letra por letra do local onde eu e o Junan tínhamos que ir o mais rápido possível.

— Primeiro dia de aula e você já indo para lá. — Ele começou a rir e eu suspirei de alívio ao ver que ele tinha esquecido as emoções que sentiu por minha causa. — Você não presta Juny! — Dei um tapa em seu ombro.

Juntamente com o Junan, caminhamos em passo rápido em direção a sala da diretora. Estava me preparando para a bronca que seria mais direcionada para mim, pois antes de entrarmos de férias arrumei briga com meu irmão por causa de um menino que deu em cima de mim na frente dele e nós acabamos paramos aqui, e no primeiro dia de aula já estou aqui com o Junan.

Estávamos sentados em uma cadeira próximo a porta ela, esperando-a terminar sua reunião com um professor lá dentro.

— Não acredito que estou aqui por sua causa. — Junan resmungou balançando suas pernas rapidamente.

— Eu te pedi para você me soltar, você não me escutou. — Exclamei apertando minhas mãos uma na outra contendo o nervosismo.

Sempre eles ligam para meus pais e na última vez disseram que na próxima ligação iriam me separar do meu irmão e me mandar para outro país longe dele.

— Está nervosa? — Ele perguntou olhando minhas mãos, neguei com a cabeça. Vimos o professor sai da sala e em seguida ela nos chamou.

— Primeiro dia de aula e vocês já estão na diretória. — Ela disse assim que paramos em frente a ela em sua mesa. — Deveria se sentir felizes por serem os primeiros a entrar aqui! — Ficamos em silêncio e ela nos encarou também em silêncio. — Irão me contar o que houve lá ou não? — Não havia explicação para o que ouve lá, pelo menos eu não tinha. Abaixamos a cabeça e ouvimos um suspiro vindo dela. — Tudo bem, irei ligar para seus pais! — Ela disse e eu arregalei os olhos.

— Tudo menos isso... — Supliquei sentindo meus olhos marejarem só de imaginar o que aconteceria comigo e o meu irmão.

— Porque? — Indagou franzindo o cenho e entrelaçando suas mãos próximas de seu rosto enquanto me encarava fixamente.

— Meus pais irão me separar do meu irmão e irá me mandar para outro país! — Senti lágrimas escorrerem. — Por favor, não ligue para eles, eu imploro. — Senti o olhar do Junan sobre mim. Olhei de soslaio vendo que ele estava com os olhos arregalados para mim.

— Esperam lá fora uns minutos... — Ela disse e nós concordamos. Saímos da sala e eu agachei no chão colocando as mãos em meus olhos para ninguém ver eu chorando. Senti as mãos do Junan em meu pulso levantando-me. Ele era o primeiro, além do meu irmão, que me viu chorando.

— Fico muito feliz que fui o primeiro a te ver chorando. — Ele sorriu para mim limpando as lágrimas que desciam pelo meu rosto. Meus lábios se abriram preparados para reclamar, mas ele interrompeu-me. — Quando a gente brigou eu vi seus olhos marejarem, pensei que você iria chorar, mas em vez disso você concordou e saiu de cabeça erguida. — Sua voz estava suave. — Seu irmão sempre me dizia via você chorando nós cantos, mas nunca disse nada pois queria que você pensasse que ele não tinha lhe visto... Ele sempre quis te abraçar e pergunta o que houve, mas ele tinha medo de você não gosta de ele ter te visto assim... Fraca!

— Porque está sendo legal comigo? — Tirei suas mãos do meu rosto me afastando dele. — Depois que brigamos você nunca foi legal comigo, às vezes falava uma coisa comigo e depois saia sem olhar para trás... Pare de ser falso comigo, isso machuca! — Limpei as minhas lágrimas tentando parar de chorar. Ele não respondeu, apenas abaixou a cabeça suspirando. — Não finge ser legal comigo só porque estou chorando. — Consegui controlar o meu choro.

— Juny! — Ele disse por fim levantando a sua cabeça e encarando-me seriamente. — Eu...