✍️ Narrado por Rey O sol já tava alto, queimando o asfalto e deixando o ar pesado, quase irrespirável. Não tinha breu de madrugada pra esconder passo, não tinha cortina de fumaça de guerra era luz do dia, crua, mostrando cada detalhe. Atrás, os vapores espalhados. Era cortejo de guerra, mas disfarçado. Cada um sabia: não era pra chamar atenção, não era hora de trocar com polícia nem rival. A caçada era outra. O vento entrava pela janela aberta, batendo no meu rosto, mas não refrescava a raiva que queimava no peito. A corrente balançava no pescoço, fria como lâmina, e cada cigarro que eu tragava só alimentava mais a lembrança da loira. A placa do salão não demorou a aparecer. “Studio Simone Hair”, iluminada por uma luz fraca que piscava de vez em quando. Estacionei na frente, deixei o

