MANUELLE NARRANDO O beijo dele me tirou do chão. Literalmente. Porque no segundo seguinte, ele ergueu com facilidade no colo, como se eu ainda fosse aquela mesma menina leve dos tempos em que a gente fazia planos no terraço da casa da minha mãe. Mas agora era diferente. Eu tava grávida, mais pesada, mais cheia de marcas, de histórias, de cicatrizes… e mesmo assim, ele me segurava com aquele mesmo cuidado de antes. Como se nada mais importasse além de mim ali, no colo dele. A porta da varanda bateu atrás da gente e o mundo desapareceu. Só existia nós dois. Eu e ele. E todo o passado, presente e futuro que a gente ainda carregava no olhar. Ele me colocou no chão só pra trancar a porta, mas não deixou o corpo desgrudar do meu. E aí, do nada, começou tudo de novo. Aquele beijo. Aquela pega

