MANUELLE NARRANDO Era pra ser só um sorvete. Só um desejo b***a de grávida no meio da madrugada. Mas agora… eu tava aqui. De frente pra uma varanda de vidro, no alto do morro, sentindo o abraço dele por trás, a respiração quente do Caio no meu pescoço, a mão dele na minha barriga. E o pior de tudo? Eu tava deixando. Porque por mais que eu tivesse me prometido mil vezes que não ia mais cair, que não ia mais ceder, o toque dele ainda me desmontava inteira. O cheiro, a presença, esse jeito que só ele tem de me fazer esquecer a mágoa… tudo ainda tava aqui, latente. Machucando e curando ao mesmo tempo. Fechei os olhos por um segundo e senti o momento. O silêncio. O vento batendo de leve, o som abafado da favela acordada lá embaixo, o calor da pele dele encostada na minha. Quis guardar aquil

