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1333 Palavras

MT NARRANDO A bala tava saindo do meu braço, mas o que doía mesmo era o peito. A p***a do corte do bisturi nem se comparava ao corte que a Manu fez quando entrou naquele quarto com aquele barrigão. Grávida. Do meu filho. E eu? Um merda sentado numa maca, fodido, sem saber de nada. Fui saber ali, no meio do hospital, depois de tomar um tiro, depois de ver meu irmão quase morrer. Eu tava no limite. O médico costurava meu braço com calma, e eu só conseguia olhar pro teto e respirar fundo pra não quebrar tudo ali dentro. Até a Milena aparecer com aquele showzinho dela. Veio com aquele papinho de que se preocupou, que quase pariu de susto, que a filha mexeu demais, que tava ali porque me ama, porque sente, porque isso, porque aquilo… E, mano… eu juro que tentei. Tentei ter empatia. Mas não

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