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927 Palavras

Flávia Narrando A casa tava num silêncio esquisito desde que a Manu saiu daqui. Mas naquela manhã, o silêncio parecia pesar ainda mais, como se cada parede carregasse o grito que ela deu no telefone comigo. Desde a ligação que recebi naquela noite, eu não consegui mais parar de andar de um lado pro outro. A cabeça não desligava. O coração não parava de apertar. E a imagem dela chorando, gritando, dizendo que não queria que ele soubesse… não saía da minha mente. Passei pano em tudo, limpei a pia três vezes, varri uma casa que já tava limpa. Nada adiantava. A aflição era maior que tudo. E a verdade era só uma: eu tava preocupada. Preocupada de verdade. Não com a gravidez. Eu sou mãe, p***a. Já pari três. Não é isso que me assusta. O que me dói é ver minha filha quebrada, destroçada, se rec

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