EManuelle Narrando Os dias tavam passando igual um borrão. Faculdade de noite, estágio de manhã, trânsito, marmita requentada e um enjoo que não me largava. Eu ainda tava processando tudo, e parecia que minha mente funcionava em piloto automático. A Melissa, por outro lado, não me deixava respirar. — Vai contar quando pro pai dessa criança, hein? — ela falava, sentada no sofá, de perna cruzada, como se fosse minha consciência viva. Revirei os olhos, deitada com um travesseiro apertado contra a barriga. — Já falei que vou contar, c****e. Me deixa criar coragem primeiro. — Mas coragem tá vindo da onde? Da boca do dragão? Porque, sinceramente, já era pra tu ter contado. Já desbloqueou o contato dele, né? Já é meio caminho. — Desbloqueei… — murmurei, olhando pro celular como se ele foss

