Caio Narrando
Cinco minutos.
Foram cinco minutos cravados que ela entrou naquela casa.
Cinco minutos que pareceram uma eternidade. Eu fiquei parado no meio da rua, a mão no rádio, o sangue fervendo e o coração batendo alto dentro da cabeça, parecendo que ia sair pela garganta.
Ela me deixou falando sozinho.
Sozinho, p***a. Eu!
Respirei fundo, mas o ódio engasgava.
Manu nunca tinha feito isso. Nunca me ignorou desse jeito. Nunca desviou olhar. Nunca saiu sem dar satisfação. Mas hoje… hoje tinha alguma coisa errada. Eu sentia. O cheiro da mentira tava no ar. Tava no tom da voz dela, na leveza forçada, no jeito que ela desviou de mim sem nem olhar pra trás.
Subi a viela como se o mundo estivesse em câmera lenta, o rádio pesando no cinto e a raiva pesando o corpo inteiro. Entrei na cas
