| Amanda McCall |
Eu acordei muito a contra gosto quando minha mãe entrou no quarto me chamando.
— Hora de acordar, ou então vai se atrasar para a escola
A mais velha dizia enquanto abria as cortinas para entrar luz dentro do quarto.
— Só mais cinco (5) minutinhos...
Resmunguei de forma abafada por estar com a cara enfiada no travesseiro.
— Nada disso, levanta. Agora!
Disse com sua pose séria e eu bufei me sentando na cama em seguida.
— Tome um banho e troque esse curativo
Mandou e foi para fora do quarto, mas antes fechou a porta.
Mas tamanha foi a minha surpresa quando eu desenfaixei meu braço e não havia ferimento algum.
— Oh não...
Sussurrei enquanto desenfaixava meu braço.
Parecia magica. Foi como se tudo que aconteceu ontem tivesse sido um pesadelo horrível, mas como ainda havia sangue seco no lugar onde estava o ferimento, sabia que não tinha sido só um pesadelo. Então me apressei para entrar no banheiro e comecei a tirar minhas roupas para entrar em baixo do chuveiro.
Estava tomando meu banho tranquila quando comecei a sentir algumas pontadas fortes causando dor na minha cabeça, em seguida minha minhas gengivas começaram a arder, meus olhos ficaram desfocados, as unhas latejando de dor como se estivessem pegando fogo e fossem cair. Senti uma raiva começando a crescer dentro de mim, então fechei meus olhos para tentar fazer tudo isso sumir, mas não estava passando.
Esfreguei meus olhos com as mãos em desespero, mas assim que eu olhei para elas me assustei imediatamente com as garras que cresceram no lugar das minhas unhas. Assim que vi o que aconteceu com meus dedos eu corri para o espelho do banheiro, mas fiquei um pouco receosa com o que ia ver, mas mesmo assim olhei para o meu reflexo.
O que vi foi muito assustador. Vejo olhos amarelos brilhantes e arregalados de medo e surpresa, minha boca a sangrando e minhas gengivas doendo como nunca e quando abri minha boca percebi caninos enormes nascendo na parte de superior e inferior dela. Assim como os dentes do homem de ontem a noite, eles estavam mudando.
— O que tá acontecendo comigo?!
Me pergunto nervosa E quando eu falei foi como se estivesse com a boca cheia.
— Rápido Amanda, você tem aula daqui 20 minutos!
Minha mãe diz batendo na porta e me fazendo encolher de susto e tapar meus ouvidos que estavam mais sensíveis do que deveriam.
— Eu já vou!
Avisei a ela e voltei a me olhar novamente no espelho, mas as feições de animalescas já estavam sumindo e meu rosto aos poucos voltava ao normal.
— Como eu vou controlar isso e ainda arrumar um jeito de fugir hoje a noite?
Me perguntei frustrada e suspirei pegando a toalha no gancho para começar a me secar.
Voltei para o quarto e escolhi uma calça jeans preta meio esverdeada, um boné branco, uma camiseta larga cinza e um Jordan vermelho, preto e branco. Fiz um novo curativo falso, peguei meu skate em baixo da cama e desci as escadas para a sala de jantar onde estavam Scott e mamãe comendo à mesa.
— Bom dia
Scott desejou com um sorriso que eu correspondi.
— E ai, maninho
Falo chegando perto dele e bagunçando seus cabelos. (Ele é só um ano mais novo que você)
— Coma rápido para vocês não se atrasarem
Mamãe diz e eu pego uma maça na fruteira da mesa.
— Só vai comer isso?
Ela pergunta com uma sobrancelha levantada.
— Acordei um pouco sem fome
Respondo dando de ombros e virando meu boné para trás.
— Pronto para ir, Scott?
Pergunto colocando meu skate entre meu braço e minha cintura e olhando para meu irmão.
— Só vou pegar minha mochila lá no meu quarto
Ele responde limpando os arredores da boca com a mão e se levantando correndo da cadeira até as escadas.
— Não corra nas escadas!
Mamãe avisa quando escuta ele correndo nas escadas.
— Sim, mãe!
Ele responde e eu olho para ela que estava mais calada do que o normal.
— Podemos conversar hoje a noite?
Ela me pergunta sorrindo e eu suspiro.
— Hoje não dá mãe
Respondo saindo da sala de jantar e indo para a porta da frente.
— Amanda, espera!
Ela me chama quando eu já estava abrindo a porta e me vira pelos ombros
— Eu te amo, você sabe que pode contar comigo para qualquer coisa
Ela diz me abraçando e eu imediatamente abracei ela de volta.
— Eu também te amo, mãe
Digo de volta, mas não consigo dizer nada além disso, até porque ela não entenderia.
— Vamos, mana
Scott diz animado e aparecendo ao nosso lado. Eu me separo da mamãe e aceno para ela quando já estamos na calçada.
— Tomem cuidado!
Ela grita para nós. Coloco meu skate no chão e vou deslizando devagar para Scott conseguir me acompanhar sem precisar correr.