Teo
Coloquei o café quente na frente dela.
"Obrigada" disse Giselle, com sua voz carregando uma incerteza enquanto dava um gole no café e soltava um gemido de prazer pelo sabor. "Isso não está envenenado, está?"
"Você deveria ter perguntado isso antes de beber, Mel" respondi enquanto a observava.
Ela estava incrivelmente sexy com o cabelo bagunçado e a minha camisa branca a envolvendo completamente. Eu estava sem camisa na cozinha enquanto ela estava sentada na bancada. Fiquei em pé, apoiado na geladeira, tomando um gole do meu café e encarando seus belos olhos.
"Ok, por que você não me diz logo o que você quer" ela disse.
Levantei uma sobrancelha em questionamento.
"Eu sei que você quer alguma coisa de mim" ela continuou, colocando a xícara de café na mesa. "Não é todo dia que vemos Teo Belucci fazendo café e se esforçando na cama."
"Quê?" franzi a testa. "O que você está querendo dizer?" perguntei.
Ela revirou os olhos.
"O que você quer?" ela perguntou novamente.
Às vezes, me surpreendia o quanto ela conseguia me entender sem esforço algum. Suspirei.
"Eu preciso da sua ajuda" disse firmemente.
"Minha ajuda? Com o quê que você precisa da minha ajuda?" ela perguntou, com sua voz confusa.
"Eu preciso que você entregue o pacote para Alessandro" eu disse a ela com firmeza.
Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa e um pouco desconfiada.
"Espera, o quê? Você está falando daquele pacote? Aquele pelo qual você matou meu pai?"
Eu assenti.
"Você quer vendê-lo?" ela perguntou, de olhos arregalados.
"Sim, não consigo encontrar uma maneira de abri-lo, então, por que perder tempo com ele?" respondi.
Eu não confiava em Giselle com o pacote, mas ela seria a última pessoa que Alessandro suspeitaria de traição. Se eu tivesse enviado outra pessoa, ele teria suspeitado de algo. Eu não estava realmente disposto a arriscar dar o pacote à Giselle.
Uma expressão de incerteza se instalou em seu rosto.
"Teo, eu não..."
"Se você não quiser fazer isso, tudo bem" eu disse, jogando o conteúdo restante da xícara na pia. Virei para ela com um olhar vazio.
"Esqueça que perguntei alguma coisa." Com isso, me afastei.
Isso era mais um truque que eu tinha aprendido, conhecendo Giselle. Eu sabia que ela não queria me desapontar. Eu não me importava muito com ela então eu poderia brincar com o que quer que fosse que ela sentisse por mim.
Ela correu atrás de mim.
"Teo, espera."
Me virei para ela, notando que seus olhos cor de mel estavam com uma tonalidade mais escura do que o normal.
"Não é como se eu não quisesse te ajudar. É só que... você nunca me pediu para realmente me envolver nos negócios, e estou surpresa que você queira arriscar esse pacote comigo" ela disse.
"Eu confio em você" menti. "Queria que você fizesse a entrega porque você é a única em quem confio nessa maldita família, depois do Leonardo e os outros caras que eu achava que eram confiáveis, e a maneira de como todos eles acabaram me traindo, eu meio que sabia que você nunca faria isso. Mas, como eu disse, tudo bem se você não estiver se sentindo à vontade."
Ela suspirou, mordendo o lábio antes de falar.
"Tudo bem, eu posso fazer isso."
Fiquei surpreso. Talvez eu quisesse que ela fizesse mais perguntas, talvez eu quisesse que ela pensasse um pouco mais, talvez uma pequena parte de mim não quisesse que ela dissesse sim; ela não sabia dos meus planos, e se eu contasse a ela, ela nunca concordaria.
"Você vai?" eu perguntei.
"Sim" ela deu de ombros. "Se você quer que eu faça, acho que vou fazer."
Seus olhos inocentes se iluminaram com um olhar tranquilizador. Lutei contra o desejo insano de sorrir, tipo, de sorrir de verdade.
"Ok, me siga."