Vivendo um pesadelo

1846 Palavras
Capítulo 2 – Vivendo um pesadelo   Charlotte Lionett   Flashes. Meus olhos estavam cegos de tantas luzes que disparavam em direção do meu rosto. A multidão de repórteres murmurava várias coisas na minha direção, coisas que eu m*l conseguia decifrar, pois o barulho era bastante. Com certeza a notícia do acidente de Emir já era um assunto falado em todo mundo e apesar de eu implorar por um momento de privacidade eu entendia a social média. Eles queriam uma explicação. - Senhorita Lionett, o que tem a nos dizer sobre o acidente de Emir Rogers? – Uma repórter estendeu o gravador na minha direção. - Não tenho nada a dizer sobre isso. – Respondi ligeiramente irritada e junto com a Amy avançámos por entre a multidão. - Senhorita Lionett, acha que o estado de Emir Rogers é grave? Acha que ele vai recuperar? E como ficará sua partida para NY sabendo que seu namorado sofreu um acidente? - Por favor, eu não quero falar sobre isso… - Respondi seca mais uma vez e de novo a porção de flashes quase me cegou. - Senhorita Lionett, você vai adiar a gravação de seu álbum devido ao acidente de seu namorado? – A repórter segurou no meu braço, implorando uma resposta e eu me preparei para responder de forma rude, mas um par de mãos pesadas me puxou para trás. - Deixem ela em paz! Respeitem a nossa privacidade. – A voz autoritária de Noah Archin foi ouvida perto de meus ouvidos e seu braço me puxou para junto de seu corpo, me levando a mim e a Amy em rumo da entrada do hospital. - Obrigada, Noah. – Fiz um meio sorriso para ele. - Noah Archin, o que você tem a dizer sobre o acidente de seu companheiro de banda? E a turnê? – Novamente a jornalista insistiu e eu vi a raiva surgindo nos olhos de Noah novamente. - JÁ FALEI PARA NOS DEIXAREM EM PAZ! – Ele gritou e com alguma dificuldade passámos por entre todos aqueles jornalistas e logo conseguimos entrar dentro do hospital. - Me desculpe, eu não queria te causar problemas. – Disse, me afastando de seu corpo. - Você sabe como a imprensa é, sempre procurando mexericos para publicar m***a em seus jornais ou lá o que seja. Como namorada de Emir você é a principal pessoa que eles procuram. – Respondeu sem me olhar. – Os outros estão nos esperando. Avisou os familiares de Emir? - Não tenho feito outra coisa, mas infelizmente não consegui me comunicar com Samia. - Hum… Uma hora ela vai atender. - Eu espero que não seja tarde. – A tristeza me invadiu e Noah segurou no meu maxilar, me obrigando a encará-lo. - Hey, vai dar tudo certo, ok? – Ele me puxou para um abraço e eu enterrei minha cabeça em seu peito. - Charlie, sua mãe está ali. – Amy disse e eu me afastei do abraço de Noah. Olhei em frente e vi minha mãe, junto com minha irmã que estava perto de Anthony. Corri até elas e as duas me abraçaram em conjunto. - Meu Deus, Charlotte, fiquei tão preocupada quando você me contou por celular o que havia acontecido com o Emir. – Minha mãe botou a mão no peito após o abraço. - A culpa foi minha… - Uma lágrima escapou dos meus olhos. – Se a gente não tivesse brigado ele não estaria aqui agora. - Charlie eu não quero perguntar o que aconteceu, até porque não é o momento certo, mas com certeza a culpa não é sua. - Ah mãe… - Suspirei pesado e logo uma mão se pousou sobre o meu ombro. Girei meu corpo e me deparei com um homem alto e moreno. - Senhorita Lionett? - Sim? - Sou o Alex, o senhor que ajudou seu namorado e o mesmo que a ligou. - Obrigada pela ajuda. – Esbocei um sorriso fraco. - Não precisa agradecer, eu fiz o que precisava ser feito. - Já sabe de alguma novidade? O senhor já está aqui faz tempo… - Ele está na cirurgia. - Mas o estado dele é grave? – Minha mãe perguntou. - Não sei, o doutor Lionett mandou aguardar. - Ah que d***a! – Reclamei. - Calma Charlie, você sabe que essas coisas precisam de tempo. Seu pai fará de tudo para ajudar o Emir. - Eu preciso vê-lo. – Falei decidida, já me preparando para avançar, mas minha mãe me impediu. - Você não pode, querida. - Mas eu quero! – Gritei e Maya me segurou. - Charlotte, calma. Você está muito nervosa. – Ela tentou me tranquilizar, mas eu não conseguia ficar calma. Noah se levantou de onde estava sentado e veio até mim. - Consegui conversar com a mãe de Emir. - Quê? – Rapidamente o encarei. – Você conseguiu? - Consegui. Ela ficou apavorada depois da mensagem que lhe deixei há pouco e tentou te ligar, mas seu celular está desligado. - Deve ter ficado sem bateria. - Ela ficou arrasada, falou que ia pegar o primeiro avião. Samia está no Arizona, parece que foi em trabalho, por isso a distância não será muita. - Obrigada pela ajuda, Noah. Ele não disse mais nada e em seguida regressou ao lugar onde estava. Fiquei de pé do lado da minha mãe enquanto os outros estavam sentados, olhando para os próprios pés. Eu não conseguia deixar de me sentir culpada pelo fato de Emir estar nesse estado. Eu temia que o pior acabasse por acontecer. - Charlotte, e a viagem? – Maya perguntou e eu olhei para ela. Com o estresse acabei me esquecendo disso. Meu suposto voo para NY sai às 10h e já passavam das 2h da madrugada. Eu não podia ir, não com o Emir assim. - Maya por favor, não quero falar sobre isso. Ela deu de ombros. Me sentei do lado de John e encostei minha cabeça no ombro dele. Fitei um ponto fixo e não deixei de pensar na culpa mais uma vez, mas não era só isso que me atormentava e sim o fato de Megan não responder às ligações. Será que ela já sabia de alguma coisa? Mas então se ela sabia porque ela não veio até aqui? Alguma coisa estava acontecendo com ela e disso eu não tinha dúvidas. Mais um par de horas se passou, eu diria até quase três horas. Max falou que precisava sair e Ray informou que teria que voltar para casa porque Emma estava passando m*l por causa da gravidez, mas que ficava com o celular disponível. Ficámos reduzidos a metade, mas não seria por muito tempo, pois a mãe de Emir acabara de entrar, carregava uma bagagem de mão e a expressão apavorada era notável em seu rosto. Me levantei de onde estava sentada e fui até ela, envolvendo-a num forte abraço em seguida. As lágrimas dela molharam meu ombro, o choro incontrolável rasgava sua garganta e ela soluçava. - Por favor Samia, fique calma. Emir vai ficar bem. Percebo que tenha sido um choque grande, mas você precisa ter esperança e acreditar que ele vai se recuperar. Meu pai é o chefe da equipe que está cuidando de Emir e ele é um excelente médico. - Seu pai? – Ela me olhou. - É. – Eu encarei minha mãe e chamei-a. – Mãe, essa é Samia, a mãe de Emir. As duas trocaram olhares e uns sorrisos tristes. - Sinto muito, Sra. Rogers. - Por favor me chame de Samia. - Meu nome é Claire. – Minha mãe disse amável. – Me desculpe se esse não é o melhor momento para nos conhecermos. - Entendo Claire, eu também não esperava que fosse assim que eu fosse conhecer a família de Charlotte. - Falou com o Jason? – Perguntei e a mãe de Emir me encarou. - Falei sim. Ele falou que ia terminar a lua-de-mel mais cedo para viajar para Los Angeles. Meu Deus, eu tenho tanto medo de perder meu filho, eu não quero passar por essa dor novamente. – Lágrimas caíram pelos olhos dela e me deu uma pena de vê-la daquele jeito. - Não pense assim. Pense positivo. – Minha mãe tentou reconforta-la e Samia me abraçou, deixando que o choro tomasse posse dela. - Me desculpem, eu não queria chorar assim desse jeito. - Não tem problema. Não tem m*l nenhum em chorar. - Você é uma menina muito boa. – Ela acariciou meu rosto. – Sua família deve ter orgulho em você. – Os olhos escuros dela se pousaram nos azuis da minha mãe, que sorriu levemente. - Samia, porque não vai pegar um café? Você parece cansada. - Não Charlotte, eu não saio desse lugar sem saber do estado de Emir. - Tudo bem. Se não se importa eu vou voltar para junto de Noah. - Claro. – Ela beijou meu rosto, acenou para Noah e ficou junto com minha mãe que provavelmente iria falar sobre o que realmente havia acontecido. - Samia irá me odiar quando souber que eu sou a culpada por Emir estar nesse hospital. - Você não tem culpa, ok? Foi m*l da parte de Emir ter reagido daquele jeito, mas isso agora não importa. Não falei mais nada, pois eu estava sem coragem. Esperámos mais um tempo até finalmente meu pai surgir na sala de espera. Meus nervos deram origem a pânico assim que percebi a expressão séria no rosto do meu pai. - Trago novidades. – Ele disse seriamente. - E aí George, qual é o estado de Emir? – Minha mãe perguntou, receosa e meu pai passou os olhos cansados em Samia, deduzindo ser parente de Emir, devido às parecenças físicas. - A senhora é a mãe de Emir? - Sou sim. Os dois estenderam as mãos e meu pai se preparou para falar. - Well ahm… Eu e a equipe de médicos fizemos alguns exames nele e detetámos vários danos em seu corpo. Emir quebrou o braço esquerdo, mas já cuidámos do mesmo, colocámos gesso e esperamos que o processo de recuperação seja rápido. – A mãe de Emir estava explodindo de preocupação, mas eu ouvi tudo com atenção. – Na cirurgia feita, tentámos reverter a concussão cerebral provocada pela pancada, tudo correu bem e graças ao senhor aqui… - Ele apontou para Alex. – A gente pôde ajudar Emir a tempo porque se ele esperasse mais, ele poderia ter morrido. Bom, mas ele está estável por agora, porém não conseguimos reverter o coma e infelizmente teremos que esperar que ele mesmo se recupere sozinho. - COMA?! – Um grito escapou da minha boca. – Pai, diga que isso não é verdade, pelo amor de deus… - Infelizmente Charlotte eu não negar isso. – Meu pai contraiu o rosto. - E por quanto tempo ele ficará assim? - Eu não sei Sra. Rogers, pode ser uma semana, um mês, anos, não dá para saber… - Oh my god… - Eu não consegui esconder a angústia que se formava dentro de mim. Coma? Como eu fui deixar aquilo acontecer?   *****
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