Capítulo 48.

1887 Palavras
Manu narrando Varro o lugar com o olhar e percebo que ela está certa. Não é só Terror me olhando. Alguns caras do outro lado da laje também me comem com os olhos. Bruna: É... – ela fala, se levantando enquanto se intromete no nosso assunto, que até então eu achava que só a Any estava ouvindo. Ela segura meu queixo, me forçando a olhar diretamente para ela. – Acorda pra vida e vai viver pra não terminar fudida igual eu! O Terror e o L7 são tudo farinha do mesmo saco! Eu engulo seco, mas não posso negar que ela tem razão. Permaneço calada, apenas concordando com a cabeça. Any: Ele fica te olhando assim pra te deixar desse jeito... Mas há pouco tempo tava quase comendo a cracuda pra geral ver. Te garanto que nem tava lembrando de você. – diz, me olhando séria. Manu: Quer saber? Ele que vá tomar no olho do cu dele! – cuspo as palavras com raiva, sentindo um alívio imediato. O palavrão parece desatar um nó que eu nem sabia que estava segurando. As meninas sorriem, e Lavínia dá uma risadinha antes de sugerir: Lavínia: Vamos ficar com a gente ali! – aponta para um grupo de mulheres que nos observam de longe. Any: Já estamos de saída... Mas outro dia a gente volta sem fazer barraco! – brinca, arrancando risadas de todas nós. Lavínia: Ah não, gente! Não vão por causa do que aconteceu! Meu pai que mandou vocês saírem? Eu falo com ele. Sério, vamos curtir! Vocês m*l aproveitaram! Bruna: Se eu ficar aqui mais 10 minutos eu mato essa mona! – diz, cruzando os braços com firmeza. Manu: Tinha que matar o boy, né amiga? – brinco com ironia, arrancando uma risada da Lavínia. Bruna: Tu também né, sonsiane? – responde no mesmo tom, e acabamos todas rindo juntas. Manu: Mas eu não tenho nada com ninguém. – Falo, cruzando os braços e jogando um tom debochado na voz. Bruna: Mas fica aí sofrendo e deixando de viver como se tivesse. – ela rebate, piscando como quem sabe que acabou de ganhar o argumento. Any: Conclusão, as duas são otárias! – Gargalhamos juntas. Lavínia: Fica então! – diz animada, olhando diretamente para mim. Paro por um momento, varrendo o lugar com o olhar mais uma vez. Lá está ele, encostado no muro, rindo de algo que algum dos caras ao seu redor falou. Ele segura uma bebida na mão, e não vejo mais a loira perto dele. Mas ele mostra estar tranquilo, à vontade, como se absolutamente nada tivesse acontecido. Manu: Quer saber? Eu vou ficar! – falo de supetão. As meninas me olham surpresas enquanto Lavínia sorri. Any: Você vai com quem depois? Manu: Vou de Uber, subo a pé depois. Dou um jeito! – respondo, dando de ombros, tentando parecer tranquila. Bruna: Não mesmo! Viemos juntas e vamos juntas! Lavínia: Depois eu arrumo alguém pra levar ela em casa ou, se quiser, pode dormir aqui. – diz, dando de ombros, com um sorriso. Manu: Se a noite pra vocês terminou, pra mim tá só começando. – falo decidida. – Depois eu vejo como faço pra ir embora. Bruna me olha como quem quer argumentar mais alguma coisa, mas só balança a cabeça e respira fundo. Bruna: Tá bom, Manu, só não vai fazer merda, pelo amor de Deus. – ela diz, jogando o gole de água do copo pra dentro da boca de uma vez só antes de devolver o copo pra Lavínia. Lavínia: Relaxa, Bruna. Aqui tá tranquilo. Qualquer coisa, ela tá comigo. – ela dá um sorriso, tentando quebrar o clima, enquanto pega o copo vazio e coloca no balcão improvisado atrás de nós. Any: Então, boa sorte aí, amiga. – ela me dá um beijo no rosto, me encarando com aquele olhar de quem sabe que eu tô me metendo numa furada. Sorrio sem jeito. Sei que tô insistindo nisso mais por teimosia do que por qualquer outra coisa, mas eu não me arrumei assim atoa. Renan aparece novamente, segurando o celular e balançando a cabeça, parecendo impaciente. Renan: Bora, Manuela, Bruna. Any. Terror já tá sabendo que vocês tão indo, não quero mais problema hoje. – ele diz, já caminhando em direção à saída, sem esperar resposta. Manuela: Eu não vou, vou continuar aqui. – Falo firme, cruzando os braços e olhando diretamente para Renan. Renan: Por quê? – Ele pergunta, parando no meio do caminho e me encarando como se eu tivesse acabado de dizer a coisa mais absurda do mundo. Manuela: Porque eu cheguei agora. Quero aproveitar. – Respondo, soltando o ar de leve, tentando demonstrar calma enquanto sinto os olhares das pessoas ao redor. Renan: Abre teu olho. – Ele solta, balançando a cabeça com reprovação antes de dar um passo na minha direção, mas Any o segura pelo braço. Any: Deixa a menina, Renan. Ela sabe o que faz. Aproveita, amiga. – Ela diz com um sorriso encorajador, empurrando o Renan para seguir em frente enquanto ele continua resmungando baixinho, negando com a cabeça. Manu: Pode deixar! Any: Só não quero ter que voltar aqui pra te buscar toda chorosa. – ela diz com um sorriso leve antes de dar uma piscadela e seguir Bruna e Renan. Fico ali parada, vendo os dois se afastarem. Por mais que as palavras dele mexam comigo, não vou deixar ninguém decidir o que eu faço. Respiro fundo e olho ao redor. Lavínia ainda está ao meu lado, me observando com curiosidade. Lavínia: Decidida, hein? Gosto disso. – Ela comenta com um sorriso. – Vem, vamos com as meninas. A noite tá só começando! Manuela: Se a noite começou assim, tô ansiosa pra saber como vai terminar. Terror narrando: Que p***a é essa que deu na cabeça da Manuela. Penso, mas me seguro, o sangue já tá fervendo enquanto observo ela do outro lado, cheia de marra, conversando com um bando de homem. Pego o telefone, já com a paciência no talo, e ligo pro Renan. Esse o****o saiu e largou a mina aqui sozinha. Cadê as amiguinhas dela que sumiram e deixaram ela na mão nessa p***a? A p***a do baile cheio de doente pra tudo que é lado, e a mina tá largada. Seguro o telefone firme, esperando ele atender, enquanto dou uma olhada ao redor, tentando me controlar pra não explodir de vez. Se esse vacilão não tiver uma resposta boa, vai ouvir até umas horas. Ele atende com voz de sono. É fácil dormir tranquilo quando não é o seu que tá na reta. Renan atende a ligação, com voz de sono. Me deixando ainda mais puto. Ligação On Terror: Seu cuzão, filho da p**a, desgraçado, arrombado do c*****o. Qual parte do arrasta elas pra casa tu não entendeu seu viado, filho da p**a - solto tudo de uma vez, enquanto vejo a desgraçada virando um copo atrás do outro. Vai ficar bêbada rapidinho essa desgraça! penso. Renan: A mina não quis pô, tentei mano, mas ela não quis. Quis colar com a filha do homem mané. Terror:Filha do homem - solto uma gargalhada sarcástica, sem graça - Tem essa p***a não. O que vale é o que eu falo pra tu e te falei o que vacilão? Renan: Vou providenciar essa p***a aí irmão. Terror: Mete essa mulher no carro agora, Renan! Se ela não quer ir por bem, vai por m*l! – falo seco, a raiva estampada em cada palavra. Meus olhos continuam cravados nela, que nem olha pra cá. Renan: Chefe, não dá pra levar ela assim, não. Ela tá fazendo a escolha dela, parceiro. – Ele tenta desenrolar, mas tá vacilando na postura. Terror: Que escolha o c*****o, Renan! Mulher minha não escolhe p***a nenhuma! Vai ficar aqui pra quê? Pra dar showzinho pra esses otários? Pra ficar rebolando pra vagabundo? Tá achando que eu sou o quê? – minha voz sobe, firme, e já sinto os olhares dos aliados começando a pesar. Que se f**a quem tá ouvindo. A raiva explode de vez. Amasso o copo de whisky na mão com força, o gelo e o líquido descendo pelos meus dedos, mas nem me importo. Meu corpo todo tá quente, a mente girando na ideia de que ela tá me tirando na frente de todo mundo. Terror: Essa p***a não me conhece, maluco! – passo a mão na nuca, tentando buscar um autocontrole que, na moral, já foi pro c*****o – Essa mina tá achando que pode pagar de doida pra cima de mim. Não vai, não, Renan. Faz logo o que eu mandei, c*****o, antes que eu mesmo resolva essa merda do meu jeito. – solto, com o olhar cravado nela, que tá lá, dançando, enquanto os o****o tudo fica na cobiça. Ela desce rebolando, jogando charme com a mão no cabelo, soltando aquelas risadinhas que parecem provocação pura. Desce ainda puxando o vestido pra tampar a calcinha, como se não soubesse o efeito que tá causando. Tá de s*******m, só pode. Essa mina quer brincar com fogo, e desse jeito, essa p***a vai dar r**m. Renan: Terror, não faz nada mano. Vou ver se o RD consegue ir aí. Segura irmão, Já deu b.o aí mano. Vai piorar. Dá um tempo. – Ele tenta mais uma vez, mas minha paciência já foi pro c*****o. Terror: Tempo? Tempo é o c*****o! Tô avisando, Renan. Ou tu tira essa mulher daqui agora, ou ela vai aprender que não se faz bandido de palhaço. – falo, cuspindo as palavras, o peito subindo e descendo. Ligação Off Desligo a ligação a cara dele. Ela vê meu olhar e vira a cara, me deixa mais puto ainda. Meu sangue ferve, e o controle já era. Tá na cara que essa mulher vai me testar até o limite hoje, e eu não sou de levar desaforo no peito. Puxo o radinho e aperto o botão, a voz saindo grossa, carregada de raiva. Rádio On Terror: Alguém viu a Laís nessa p***a? – pergunto, já bolado de perceber que ela sumiu faz horas. – aperto o botão de novo, sem paciência. JR: Chefe, tá aqui largada no sofá... cheirou pra c*****o. Terror: Então pega essa desgraça e joga na porta do Dr. Tá na hora dele conhecer a filhinha viciada dele. – solto, com a voz fria, sem dar espaço pra dúvida. JR: Quer que deixa no barraco de sempre não, patrão? Terror: p***a, acabei de falar, c*****o! Joga na porta da casa dela, e ele que cuide dessa merda. – falo, guardando o rádio no coldre com força, quase quebrando a trava. Rádio Off Minha mente tá cheia de neurose, esse rolê todo só piora minha paciência. E essa filha da p**a me atiçando desse jeito, sabendo exatamente o que tá fazendo, tá pedindo pra eu perder a linha. Ouço o Pelé comprimento alguém e vejo o arrombado do sobrinho dele. Pelé: Agora sim, tava faltando você meu filho - fala abraçando o arrombado do Muel. Muel: Fala, Terror. Tá na paz? — A voz é baixa, mas cheia de veneno. Nem respondo de cara, só olho pra ele, com o maxilar travado. O sorriso debochado dele já diz tudo, mas eu tô na casa do Pelé, e aqui não é lugar pra perder a linha. Ele já tá ligado que tá na minha mira..
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