Capítulo 3

1427 Palavras
Terror narrando Saio da boca montado na minha moto, com os seguranças na cola. Acelerando pela viela, assim que subo a esquina dou de cara com a irmã do Pulga — é, chamo o RD assim desde moleque, porque ele sempre grudava em mim. Ela ensaia num aceno, mas já corto no olhar. Nem vem pra cima, que hoje eu tô virado. Já tô bolado com essa história dela e do Pulga passar por cima da minha ordem. Remédio pra maluco é dois e meio ou um pipoco na testa, pra ficar esperto. Subo o morro até a minha goma, estranhando o silêncio, mas lembro que a coroa deve estar dormindo, e Dulcinéia a mulher que cuida das paradas da casa pediu pra sair cedo. Bom pra mim. Chego já arrancando a bermuda e vou direto pro chuveiro. Água gelada, do jeito que eu gosto. Seguro a respiração, a água batendo na cara, coração disparando, e aquele pânico que toma conta. Fico assim, dois minutos no máximo, até soltar o ar que tava preso. "Ffffuuuuhhh..." Essa p***a me dá uma sensação mó daora, acalma meus demônios por uns minutos. (...) Saio do banheiro pelado, vou até o closet e meto uma boxer branca. Desligo o rádio e o celular, largando os dois no criado-mudo e a arma sempre em baixo do travesseiro. Deito de bruços, sentindo o corpo afundar no colchão. Passei as últimas duas noites na boate, outro esquema pra lavar o dinheiro que eu tiro daqui. A parada é essa: faturar alto e botar a grana pra girar. Tenho boate, cassino, casa de show, pizzaria, restaurante, fazenda... Claro, tudo no nome de laranja. O bagulho é diversificar. Mais grana, mais poder. Ouço uns gritos e um choro abafado vindo do lado de fora do quarto. Em segundos, já tô em pé atrás da porta, com a arma em punho. Aproximo o ouvido da porta e, de cara, reconheço a voz da Sonia. Pego o celular e acesso as câmeras de segurança. Sim, irmão, tem câmera em quase todo lugar aqui dentro. Vou passando uma por uma até que vejo a cena: minha mãe caída no chão, e a desgraça da Zuleica atacando ela com o que parece uma agulha. Repetindo o movimento várias vezes. O ódio sobe de um jeito que eu fico cego. Como sempre venho pra casa só à noite, essa vagabunda deve ter achado que tava suave fazer essa p***a. Mas hoje, ela vai entender o porquê do meu vulgo. Só consigo pensar em quantas vezes essa filha da p**a fez esse bagulho na minha mãe. Abro a porta do quarto de supetão, vendo a ordinária se jogar no chão e fingir que tá tentando acalmar minha coroa. Até que ela sabe disfarçar bem. Terror: Que que tá pegando aqui? — falo, segurando minha mãe e ajudando ela a se sentar na cama. Sonia: Unnnn… — ela faz um som com a boca, como se tentasse me dizer o que tinha acabado de acontecer antes que eu entrasse no quarto. Terror: Fica de boa, tá tudo tranquilo, jaé? — falo, olhando nos olhos dela. Passando confiança e ela parece entender já que aperta minha mão forte. Sonia: Unnnn… unnnnn… Terror: Deita aí, pô, fica sussa. Tá tudo resolvido agora. — dou uma olhada pra Zuleica, que tenta disfarçar, mas o medo dela tá na cara. Zuleica: Eu tava arrumando o banho dela e ouvi um barulho alto. Não consegui impedir a queda, ainda bem que o senhor tava aqui, tadinha... — ela diz com aquela voz baixa, tentando colar uma história fajuta — Escutei o choro e... — nem deixo ela terminar. Terror: Ajeita ela aí e vamo lá embaixo pra nós desenvolver uma ideia. Ela tenta desconversar, fazer um teatrinho, mas eu já tô ligado no tipo de filha da p**a que ela é. Hoje, ela vai arrepender de ter trombado comigo. Minha coroa e meu morro são sagrados, irmão. Neles, ninguém encosta, ainda mais uma p*u no cu dessas. Zuleica: Já volto, dona Sonia. — Ela abre um sorriso forçado. Terror: Anda, c*****o! Eu não tenho o dia todo, p***a. — abro espaço pra ela passar e vejo as pernas bambas, mãos trêmulas, toda acuada. Ela sabe que a casa caiu, mas nem imagina o inferno que tá por vir. Vai implorar pra morrer. Zuleica desce os degraus devagar, parando a dois passos depois das escadas, já sentindo o que tá por vir. Passo direto por ela, sem dar moral, indo em direção ao bar. Pego a garrafa de whisky, derramo o líquido puro no copo e dou um gole. Terror: Senta aí, c*****o — falo com firmeza, indicando o sofá com um aceno de cabeça. Ela hesita, se encolhe, tentando encontrar uma saída, mas sabe que não tem. Zuleica: É que... eu não gosto de deixar ela sozinha... — tenta justificar. Ignoro a fala dela, o ódio me domina. Faço uma carreira de pó na mesa de centro, cheiro a linha e depois dou mais um gole no whisky. E começo a andar de um lado pro outro, com a Glock na mão direita, paro olhando pro sofá branco de couro que tá vazio. Quando tiro a bebida da boca e olho em direção à desgraçada, vejo ela plantada no mesmo lugar, tremendo como se estivesse com frio. A vontade de meter bala naquela vagabunda me consome, e sem pensar duas vezes, faço. PÁ! Zuleica cai de joelhos no chão, enquanto o sangue começa a escorrer rápido pela perna. O choro é alto, e seus gritos de dor são como música para mim. Ela se agarra a coxa se contorcendo de dor. Zuleica: Seu louco! - ela grita chorando Terror: Louco? É isso mesmo, p***a, louco desde moleque, menorzin surtado e psico. Nunca disse que era normal. – solto uma risada, enquanto aponto a Glock de novo pra ela. O choro dela só faz aumentar, aquele choro feio, boca toda torta, nariz escorrendo igual água de bica entupida. Terror: Cadê a marra agora, ô resto de parto? Na hora de bancar a fodona tu não pensou, né, Alice? Agora tu vai passar m*l, neguim! — agarro o cabelo dela com força, arrastando a desgraçada até a área da piscina. A dor faz ela gritar. Jogo ela no chão com tanta força que o barulho da cabeça dela batendo no piso me dá até prazer. Zuleica: Eu juro, não fiz nada! – a voz sai, quase sumida, Me aproximo devagar. Terror: Não fez nada, né? Então como é que tu explica o que vi nas câmeras, sua ratazana filha da p**a? – me abaixo perto dela, botando a Glock na sua cara. O olhar dela fica fixo na arma, como se tivesse vendo a própria morte se aproximando. Zuleica: É montagem, tudo mentira! — ela fala com dificuldade, a voz fraca. Terror: Montagem o c*****o! – falo com ódio. Me levanto e dou um chute na cabeça dela, que faz a filha da p**a se contorcer no chão, tremendo igual verme pego no anzol. A cabeça dela bate no piso fazendo barulho, e o corpo começa a convulsionar, sacudindo todo. Olho pra cena sem sentir nada. A arma ainda tá na minha mão, e p***a, vontade de acabar logo com essa v***a, mas não, eu vou aproveitar cada segundo. Terror: Tá vendo, né? Isso é o que acontece quando alguém toca no que é meu. Vai ter que aguentar até o fim, não morre não vagabunda – falo, e cuspo na cara feia dela . Os vapores esperam dentro do portão, com a mão no fuzil, aguardando em silêncio. Terror: Leva pro galpão. Espera eu chegar. Ninguém toca a mão nessa p***a, entenderam? — falo, e eles acenam em resposta. Nem precisam dizer nada. Eles se aproximam da Zuleica, que tá completamente desacordada, caída. Pegam ela como se fosse um saco de merda, sem o menor cuidado, e levam pro galpão. Olho pra cima vendo o céu escurecendo rápido. Subo até o quarto, ligo o rádio na frequência do RD e o aciono. Rádio On: Terror:Tá por onde, RD? RD: Na boca, parceiro. Terror: Desenrola tua irmã pra ficar com minha coroa. Tô sem ninguém pra tomar conta aqui e não vou deixar qualquer um nessa p***a. RD: Mas cadê a tia Zuleica, caraí? Terror: Tá precisando de um otorrino, c*****o? Qual parte do "tô sem ninguém aqui" tu não entendeu? RD: Jaé, jaé, Terror. Marca uma. Terror: Uma o c*****o, agiliza essa p***a agora. Rádio Off. Desligo o rádio, e me preparo que hoje a noite vai ser boa.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR