Capítulo 5

1497 Palavras
RD me olha e levanta as sobrancelhas, me dando um sinal claro pra eu ficar quieta. E é exatamente o que eu faço. RD: Tô falando que ela tá limpa, irmão. Confia, c*****o — ele diz, atraindo o olhar macabro do Terror de volta pra ele. — Nunca que eu colocaria alguém aqui na covardia contigo, irmão. Terror se afasta, levando as mãos ao rosto, parecendo não aceitar muito bem a ideia. E eu entendo, afinal, ele deve ter muitos inimigos. Confiar em alguém desconhecido muito difícil. Terror: Certo! — ele diz, finalmente cedendo, e RD abre um sorriso discreto, me olhando de canto. Eu retribuo sem que o outro veja. Terror: Preciso que você fique com a Sonia. Ela não anda legal e se comunica pouco. Manu: Ela tem alguma comorbidade ou faz uso de algum medicamento? Terror: Tá tudo anotado lá em cima, é só não ter preguiça de ler — ele responde com grosseria. Manu: Ok, posso subir? — pergunto, tentando ser o mais profissional. Terror: Não — ele responde seco, andando até mim. — Tu sabe que, se vacilar, eu vou te picotar inteira e jogar pros meus cachorros, né? — Ele fala tão perto que sinto seu hálito . Manu: Eu cresci vendo minha mãe trabalhar como enfermeira. Se hoje me formei nessa área, foi por tudo que ela me ensinou. Eu nunca usaria minha profissão pra fazer m*l a alguém. "Vacilar" — faço aspas com os dedos — como você diz, seria o mesmo que quebrar meu juramento, e isso eu nunca faria — retruco, sem pensar muito. Terror: É bom mermo. RD: Segunda porta à esquerda - ele fala indicando a escada com a cabeça enquanto o outro me olha em silêncio. Manu: Obrigada — digo passando por eles, subindo as escadas. Terror narrando Assim que ela sobe, eu e RD saímos em direção ao galpão. A raiva que sinto queima dentro de mim, e sei que só vou ter paz quando acabar com aquela desgraçada. Não consigo deixar isso passar. Os vapores a colocaram na cadeira, com os pés e as mãos amarrados. A cara dela tá um caos, toda desfigurada, inchada, com os olhos quase fechados. O sangue escorre até o chão, formando uma poça vermelha e brilhante por causa do tiro que levou. RD: c*****o, que estrago! – ele fala ao ver a cara da Zuleica. Terror: Vamos terminar com isso logo. – Falo, com a voz fria, quase sem emoção. – Aí, Peixe, joga água na cara dessa vagabunda. Quero ela acordada! – Me agacho na altura dela, observando seu corpo mole, desmaiada. Peixe obedece, e a água gelada atinge o rosto dela. Zuleica dá um solavanco, gemendo, voltando à realidade. O som que ela faz é uma mistura de dor e desespero. Meu sangue ferve ao lembrar o que essa vagabunda fez com a única coisa que é sagrada pra mim. Terror: Acorda, vagabunda! – me levanto e acerto um soco em seu rosto, fazendo ela cuspir sangue. O impacto é um prazer c***l, uma satisfação doentia que só alguém como eu pode sentir. Terror: Olha bem pra minha cara, p***a – seguro o queixo dela com força, forçando-a a me encarar. – Grava bem esse rosto, porque é a última imagem que tu vai ver nessa tua vida inútil. Ela m*l consegue manter os olhos abertos, a respiração começa a falhar. O sangue escorre da boca, misturado com as lágrimas que escorrem pelo rosto dela. Eu não sinto compaixão só sinto a necessidade de mostrar a ela o porque ganhei esse vulgo. Peixe: Patrão mandou acordar, caraí – ele fala, jogando outro balde de água gelada, que faz Zuleica pular na cadeira e abrir os olhos com dificuldade. Começa a implorar baixinho, a voz falhando, quase murmurando pra não morrer. Zuleica: Por favor... não... me mata... eu imploro... eu faço qualquer coisa... não quero morrer... – ela fala, com uma voz falhando, quase um sussurro de desespero. Terror: Fala alto, p***a! Tô ouvindo não – respondo, rindo com escárnio. – Eu sou tão bonzinho que vou pegar leve contigo, pô. Sou ou não sou bonzinho, Golias? Golias: Bonzinho demais, chefe! – diz, rindo junto com os outros. RD: Quase um anjinho - fala, gastando. Peixe: Só se for da morte! A gargalhada coletiva enche o ar. Eles riem enquanto Zuleica se debate, presa naquela cadeira, totalmente impotente. Terror: Vamos acabar com isso logo, que já perdi tempo demais com esse bagulho – falo, me aproximando dela com o alicate na mão direita. – Vou te ensinar a respeitar a família dos outros, tua coroa não ensinou, eu faço esse favor, morô? Ela vê o alicate e começa a se debater, tentando se soltar, mas tá amarrada que nem bicho pronto pro abate. A expressão dela é de puro desespero. Começo a arrancar todos os dedos das mãos e dos pés, e o grito dela ecoa, mas eu tô pouco me fodendo. O prazer que sinto ao ver ela sofrer é quase como uma droga, um vício que não consigo evitar. Depois corto as mãos, os pés e cada m****o com ela ainda viva.. RD: Menos uma filha da p**a! – ele fala, rindo. Terror: Joga os pedaços na praça e deixa o Chuck se divertir. Grava e espalha pra geral, pra geral entender que essa p***a aqui não é o show da Xuxa. Golias: Tú que manda chefe – ele fala, rindo e já se levantando para juntar os pedaços, deixando um rastro de sangue Saio do galpão, acompanhado do RD, vendo o dia amanhecer. A luz do sol me lembra que eu sou o rei desse lugar, e nada vai mudar isso. RD: Aí parceiro, vou descansar. Tô viradão. Terror: Já é, depois a gente se vê. (...) O que passa na minha cabeça enquanto olho pro barraco da 15... ninguém entenderia. É aqui que eu venho quando os monstros gritam mais alto. Quando a mente tá destruída demais pra ficar em silêncio. O barraco é meu refúgio, o lugar onde minha alma se despedaça sem testemunhas. E hoje, cheio de sangue, com a adrenalina ainda fervendo, parece o único lugar que faz sentido. Eu nunca tive pai de verdade. Só um nome que os outros cochichavam, um nome que, na boca da minha mãe, parecia ser de um herói. Ele tava preso quando eu nasci. Dez, vinte, trinta anos de cadeia. Pegou por tudo que é tipo de crime. E, pra minha mãe, isso só fazia dele um homem ainda mais f**a. O olhar dela brilhava quando falava dele, um brilho que eu nunca entendi. Até o dia em que ele fugiu. Depois de 30 anos atrás das grades, o homem que ela idolatrava apareceu, voltando pra casa como se nada tivesse mudado. E eu, moleque, ainda achei que isso significava algo bom. Não sabia de nada. O que ele fez com minha mãe naquele dia... nunca vou esquecer. Ela passou a tarde toda arrumando a casa, se ajeitando, quando soube que ele tinha conseguido dar fuga da cadeia. Aí ele chegou e, em vez de abraçar ela, encheu de porrada. Quase matou ela com uma machadada na cabeça. Levou ela pro coma. Naquele momento, o herói que ela viu nele virou um lixo aos meus olhos. Eu me lembro do som da faca entrando nele. Eu lembro do gosto do seu sangue, do cheiro, do seu grito. Mais de 50 facadas. Mutilado como o bicho que era. Não me arrependo, não. Era ele ou ela, e eu não ia perder a única pessoa que sempre esteve do meu lado. Depois que matei meu pai, virei o Terror. Recebi esse nome como se fosse um troféu. E quer saber? Acho que foi ali que realmente nasci. Aos 15 anos, matei o homem que me deu a vida, e com isso ganhei o respeito do morro. Minha mãe acordou, mas o preço foi alto demais. Aos 39 anos, ela perdeu os movimentos, a fala. Metade dela ficou ali, naquela cama, depois de tanto tempo em coma. Mas melhorou, sabe? Ela luta todo dia com as fisioterapias, e aos poucos, tá recuperando o que dá. Ainda sonho em ouvir ela me chamar de "filho" de novo. Só que já entendi que as coisas são como são, e aceitar o destino é parte do jogo. Aos 20, a p***a do morro caiu no meu colo. Fuscão, que era o dono e sub do meu pai, bateu as botas, e eu assumi. De lá pra cá, tô na linha de frente. Sempre fui calado, direto, nada de papo furado. Me chamam de possessivo, neurótico. E f**a-se, não ligo. Pra sobreviver nessa p***a aqui, tem que ser assim. Se der brecha, o crime te engole. Amor? Isso aí é coisa que só mãe sente. Pra mim, o único que importa, fora ela, é o RD. Meu parceiro, meu sub. Com ele, eu sei que posso contar. De olhos fechados. ____________ Oiê... Deixe seu voto e comentário. 😘
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