Terror narrando
Mais de seis horas na trocação de tiro e conseguimos fazer esses otários recuarem um pouco, mas, p***a, tá f**a! Dessa vez vieram no esculacho, mano, nem disfarçam a covardia. Chega notícia toda hora de invasão em casa de morador, bala perdida pegando gente que não tem nada a ver. Tão botando pra fuder sem dó, esses filho da p**a.
Me agacho atrás do muro que dá pro escadão, fico de visão lá embaixo, o olho treinado pra captar qualquer movimentação desses arrombados. O suor tá descendo pela testa, limpando de leve com a manga da camisa, enquanto seguro o fuzil firme, dedo no gatilho, na pura tensão. Cada segundo é um passo mais perto do inferno.
Naldo tá comigo no meio do furdunço, firme, enquanto o resto dos caras tão espalhados pelo morro, segurando cada ponto. Dou uma olhada rápida, o pé do morro tá fervendo, parece que os bota tão se espalhando feito formiga. Encosto na parede, o coração batendo forte, a respiração acelerada e o suor escorrendo.
O rádio apita mais uma vez, cortando o silêncio entre um tiro e outro. A voz do Gaúcho explode pelo som, grave e cheia de urgência.
Gaúcho: Chefe, tão avançando pela rua da igrejinha! Tão vindo pesado, cheio de viatura e caveirão, mané!
Sinto o sangue pulsar forte, o coração acelerado na adrenalina. Respiro fundo, me ajeito no muro e aperto o fuzil com mais força.
Terror: Segura a onda aí, Gaúcho! Mete chumbo nesses otários e não deixa passar, tá ouvindo? Ganha tempo que eu tô chegando pra pegar a mina do RD!
Gaúcho: Pode crer, chefe, vamos dar cobertura! — a voz dele sai firme.
Me levanto encostado no muro, mirando lá embaixo e respirando pesado. Esses caras acham que vão tomar meu morro assim? De boa? Hoje não, parceiro.
Naldo: E aí, chefe, tá tudo certo? Tá suave? — ele pergunta, me olhando de canto, percebendo minha movimentação.
Dou uma olhada rápida pro Naldo, com a mente a mil.
Terror: Suave estaria se eu tivesse de boa, pô, e não aqui, cercado desses cuzão! — solto, puxando o fuzil pro peito. — Mas vamo nessa, se liga na contenção e segura firme que vou resolver uma parada.
Subo na minha moto, o motor roncando alto enquanto atravesso os becos, cada curva no limite. Tô na missão sozinho, a adrenalina batendo, mas a cabeça focada no bagulho. Os seguranças ficaram pra dar segurança pra coroa e manter a contenção, vim resolver essa p***a eu mesmo porque nenhum dos vapores vão dá conta de arrastar essa mina.
Em minutos, já tô parando em frente à casa dela
Caminho até a porta, batendo três vezes, firme. Nem demora muito, e ela já abre, mas a cara dela muda na hora que me vê. Dá pra ver que não era eu que ela queria encontrar. A frustração tá estampada na cara dela, nítida.
Terror: Bora, pega suas coisas e vamo meter o pé daqui! Os bota estão avançando e tu não vai ficar aqui, não.
Agatha: Eu? Sair? Tá maluco? Nem tô no meio dessa guerra de vocês. Vou ficar, não tem por que sair daqui.
Terror: To te dando escolha não, Agatha. Já falei, essa área tá cercada de bota. Vamo logo, p***a, posso dar bobeira aqui não c*****o.
Agatha: Não, eu vou ficar, já disse! Não sou bandida pra sair fugindo!
Terror: Olha só, tu pode até não ser, mas é mulher de um e, enquanto ele não tá aqui, quem resolve com você sou eu. E eu tô te dizendo: que você vai vir comigo, eu tô aqui por causa do RD porque na real eu tô me fudendo pra você. Tua sorte é essa cria aí na tua barriga.
Agatha respira fundo, olhos marejados. Ela me encara, e eu continuo firme e de braços cruzados a encarando na mesma intensidade. Dá pra ver que tá tentando segurar alguma resposta.
Agatha: Não precisa ficar jogando isso na minha cara, Terror. Eu sei muito bem que você só tá aqui por ele. Nunca te pedi favor nenhum. Mas quer saber? Eu vou, não por você, mas pelo meu filho. — Ela fala com a voz embargada, mas segura, enquanto pega as coisas com gestos rápidos, quase tremendo de raiva.
Eu continuo ali, firme, os braços cruzados, sem desviar o olhar. Ela passa por mim, bufando, e, na moral? Tô pouco me lixando pra essa mina. RD sempre foi um cria de ouro, mas tem dedo podre pra escolher mulher. Só arruma problema, impressionante. Sigo ela sem me apressar, cabeça no que tenho que fazer depois. Essa função aqui, só tô cumprindo por consideração ao moleque, porque, se dependesse de mim, já teria mandado ela se fuder.