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1136 Palavras
Subi as escadas o mais rápido possível, mas, sem fazer muito barulho. Fechei a porta de meu quarto e joguei-me na cama. Fitei o teto e sorri, mas, ao lembrar de Gilbert em cima de mim, sentia um medo imensurável. Ele teria voltado para cá? Ele teria coragem de me ameaçar? Desvencilhei-me de tais pensamentos e troquei de roupa. Escrevi um pouco no diário e logo adormeci. Logo pela manhã, faço minha higiene e desço para tomar café. Quando chego a sala, ouço vozes alteradas. – Como assim, ele não fez os serviços dele ainda? – indaga mamãe – mas, já está tarde. – Eu sei disso, mas, ele sumiu – diz papai. Acomodo-me a mesa e sirvo-me um pouco de café. – O que houve? – indago. – Gilbert – sinto meu coração disparar ao ouvir seu nome – sumiu. – Sumiu? Como assim? – É isso estamos tentando entender – diz papai. Ele se levanta e sai. Tomo meu café e depois decido caminhar. Passo próximo a cabana onde Gilbert deveria estar, e sinto um arrepio. Caminho um pouco pela propriedade e paro quando chego a cerca que a delimitava. Apoio-me nela e observo o vasto campo a minha frente. Fecho os olhos e lembro do beijo suave que Albert me dera. Sorrio. Caminho um pouco, quando sou abordada por um dos capatazes de meu pai. – Senhorita, bom dia. – Bom dia. – Seu pai está a sua procura – diz. Assento e ele sai. Sigo o mais rápido que consigo. Papai estava em seu escritório. Quando entro, sinto meu coração gelar. Gilbert me olha friamente. – O senhor estava a minha procura? – Sente-se – indica a cadeira a sua frente – Gilbert me contou uma história bem interessante. Olho-o rapidamente. – Disse que viu você sair ontem a noite. – Pensei que estivesse a procura dele. Por acaso ele disse onde estava, que não foi cumprir suas funções? – rebato. – Saber para onde minha filha foi tarde da noite, é muito mais importante pra mim, do que saber com quem ele estava no bordel. Mentiroso – penso. – Fui apenas dar uma volta. Não me sentia muito bem. – Porque não nos chamou? Teríamos chamado o Dr. Christian. – Não era m*l estar físico. Queria apenas caminhar. Papai me olha curioso. – E, você saiu da propriedade? – Fui até a fronteira. Comecei a caminhar e quando vi, já estava lá. – Entendo… – Gilbert, você deveria cuidar de seus serviços, onde, não lhe cabe me vigiar – digo e levanto. – Com seu perdão senhor, mas, apenas vim lhe dizer isto, porque, não acho certo que uma moça se encontre as escondidas com um rapaz. Papai me olhou incrédulo. – O que? – indaga se pondo de pé – que história é essa Audrea? Isso é verdade? – Mas, o que? – rebato – claro que não. De onde tirou esta história Gilbert? Ele apenas sorriu maliciosamente. – E por qual motivo eu mentiria? – rebate descaradamente. Papai alternava seu olhar entre mim e Gilbert. – Vai acreditar nele pai?! Ele permaneceu calado. – Senhor, não teria motivos para mentir, muito menos inventar tal história. – Cale-se Gilbert – berro impaciente – quem você pensa que é para alegar tal fato? – olho enfurecida para papai – ele está a dizer isto, porque não aceitei suas investidas ontem a noite quando ele avançou em cima de mim. – O que?! – papai saiu de trás da mesa e tirou sua a**a do cóis da calça – vou acabar com sua raça rapaz! Diga-me, isto é verdade? Gilbert me olhou atônito. – S-senhor, eu… Jamais faria tal coisa. Sigo os passos de meu pai, sou fiel. Papai me olhou intensamente e guardou a a**a. – Você – aponta pra mim – fique aqui, não terminamos ainda. Gilbert sorri e sai com papai da sala. Penso em qual seria o próximo passo de papai, mas antes de chegar a alguma conclusão, ouço um tiro. Corro para frente da casa. Papai estava na porta, e aos seus pés estava Gilbert, com um único tiro na cabeça. – Tirem isto daqui – papai ordena para seus capachos. Quando ele se vira, me olha intensamente, mas nada diz. Ele entra e eu o sigo com o olha. – Pai! – ele para e se vira – obrigada por acreditar em mim. Ele estreita os olhos e dá alguns passos em minha direção. – Isso não significa que acredito no me disse. Fiz porque, jamais aceitaria que um criado tocasse em algo que é meu – diz e dá as costas – e nossa conversa não terminou ainda. Vejo-o subir as escadas e sinto meu coração bater acelerado. Tento manter minha mente sã para não cometer algum erro. O restante do dia passou calmamente. Não vira meu pai até o jantar, onde ele permaneceu calado. Subi para meu quarto e escrevi um pouco no diário. Ao mesmo tempo que me sentia culpada pela morte de Gilbert, sentia-me aliviada. Somente ele vira o que aconteceu na noite passada. Se eu tivesse revidado ainda mais suas acusações, ele teria sido capaz de contar o restante da história. Recolhi-me cedo e logo adormeci. Acordei cedo – como de costume – mas, permaneci na cama durante alguns minutos. Levanto e sigo para a janela. O sol brilhava forte lá fora. Aprontei-me e desci. Encontrei mamãe e papai sentados a mesa. – Bom dia. – Bom dia – mamãe responde seriamente. Tomei um gole de café, e antes que provasse do pão, papai diz: – Benicio virá para o almoço. Aprume-se. – Me aprumar? Como assim? Ele me olhou de tal forma que conseguira entender suas palavras. – Os pais deles chegaram – diz mamãe – seu pai já marcou um jantar com os conhecidos. – Jantar com os conhecidos? Não está querendo dizer que… – Sim, é exatamente isso – papai interrompe – ficará noiva dele. – O que? Mas, isso é… – É o certo Audrea – diz mamãe – e não ouse aparecer com esses trajes horrorosos. Tem boas roupas, exponha-as. Eles tomavam seu café, como se nada estivesse acontecendo. – É só isso? Vocês dizem que ficarei noiva dele, sem mais nem menos?! Papai me olha e nada diz. Levanto da mesa, mas ou interrompida por sua voz. – É para o seu bem. Um dia me agradecerá… Olhei-o com desprezo e saí. Peguei o cavalo e montei. Segui rápido para a cidade. Fitei a enorme torre da igreja, e segui rápido para meu destino. Prendi o cavalo e segui pelo beco que dava pela porta lateral. Entrei e segui para a sala onde Albert costumava ficar. Bati e ele pediu que entrasse. Quando ele levantou a cabeça, seus olhos azuis brilharam para mim. – Audrea?
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