MAYA
Dizem que os fins justificam os meios, quero acreditar que isso é verdade e me dar coragem para fazer aquilo que eu necessito fazer. Eu suspiro e fecho a mala e me sento na cama, notando a presença de um indivíduo, era minha outra parte da laranja.
- Você viu a xoxota?
- A minha tá aqui comigo - Falei e fiquei de pé.
- Não é a sua maluca, e a pequena - Ele rodou na cama e olhou para o lado da cama. - Aqui, vêm com o papai - Eu vi Sebastian com a c****a peluda e pequena no colo.
- Devia mudar o nome dela, fica estranho você gritando ela - Eu sorri. - Parece um maníaco s****l.
- Não vou mudar, não mesmo, me lembra como consegui essa bola de pelo - Ele se levantou. - Tá quase na hora de eu te levar, da tempo de desistir de ir e tentar fazer esse teatro com essa turma Maya, não quero te decepcionar, mas você sabe que isso pode machucar você e eu vou machucar Nicolau, você e como os portugueses indo para a Índia, vai acabar achando o Brasil, que eu saiba e me lembre o Brasil é um país difícil.
Faz quase um ano que eu, Sebastian e a trupe havia desembarcado em terra brasileiras, saímos de lá sem alguns dólares no bolso, todos assaltados em plenas três da tarde. Aquilo era a intenção dele em citar a descoberta do mesmo, ele sabia de tudo e agora era a hora dele falar algo que poderia me auxiliar e dizer que eu poderia encontrar algo não muito legal.
- Tenho uma temporada.
- Ok, se ele não gostar de você como você pensa? - Eu suspirei e coloquei a mala no chão. - Ele namora, entende? Como é mesmo que o papai fala - Houve uma pausa. - Que a gente cabia na mão dele, que Nicolau sempre ficou no nosso lado, Nicolau foi criado com a gente, o único interesse que eu vejo ele tendo com você é familiar Maya, lamento, acho uma enorme burrice você tentar a sorte com um homem bem mais velho que você, bem mais cabeça e da nossa família. Relação consanguinia não é algo que o papai também vai aceitar.
Todas as garotas deviam ter um Sebastian por perto, cada conselho bom.
Mas que eu não vou seguir.
- Sebastian - Eu devo ter bebido muito quando contei sobre o que eu sentia por Nicolau, certeza. - Você disse que estava do meu lado.
- Claro que estou, mas uma irmã fodida não é o que eu quero.
Muitas gurias da minha idade teriam amigas para falar sobre essas coisas, menos eu, porque ou eu tinha amigas ou tinha piranhas que se aproximava de mim pelo duo ( Sebastian, Calvin) ou quando não era interessadas no meu próprio pai.
Eu tinha colegas de turma e de festas, mas amigas estavam em falta no mercado, uma que não se jogasse para seu irmão ou para o seu pai.
Por essa falta de amiga eu usava meu irmão como uma garota de v****a e ele me tinha como um garoto com pênis, conhecíamos os segredos um do outro, sabíamos e tínhamos a relação de irmão gémeos, se eu sentia ele sentia, aquilo não era só obrigação ou por querer.
E que também, quando éramos pequenos, meu pai e minha mãe falava que iam colocar os dois de castigos abraçados se não ficamos um olhando o outro.
Éramos suficientemente ligados pelo sangue e por fora dele, ele até mesmo sabia quando eu perdi a virgindade e eu sabia também quando foi que ele ficou com a primeira mulher.
Éramos o oposto perfeito, porém com as mesmas ideias insanas na cabeça, como agora eu estava tendo, mas Sebastian podia ser muito pior que eu, duas vezes mais e com mais liberdade que eu.
- E se eu estiver certa?
- Maya, maninha do meu coração - Ele colocou a bola de pelo no chão e e se aproximou de mim. - Não vai acontecer nada, ele gosta de você como irmã, como prima, como a p***a da família dele, se você tentar dar uma de sedutora e claro que ele pode cair, mas e depois, se ele não gostar de você de verdade, como você insiste em falar que é?
Eu odiava quando ele estava certo, mas naquela altura do campeonato, de conversar com ele naquele apartamento, ficar perto dele.
Eu não era médium e nem nada disso, mas eu sentia.
- Bem, eu não vou falar nada, termino a temporada e sigo minha vida - Puxei a minha bolsa. - Pego minhas coisas e venho, sempre fui boa para sair de relacionamentos.
- Cê vai quebrar a cara e depois eu vou falar aquela velha frase que eu sempre falei - Sebastian puxou minhas duas malas e as pegou. - Te avisei, e isso que eu falo não é?
- p***a, não fala isso, Sebastian você tem só eu de irmã - Saímos do quarto e começamos a atravessar o corredor, descer as escadas e olhar para minha mãe sentada e logo meu pai, que andava de um lado para o outro. Fiquei parada e aí vi o homem se virar o olhar para mim, logo foi minha mãe. - Eu estou indo, quero me despedir.
- Oh, isso não é fácil - Minha mãe se aproximou e me abraçou, olhei para o rosto dela e vi a calma dela. - Se cuida filha.
Minha mãe se afastou e ficou ao lado do grandão.
- De tanta coisa para falar você só fala isso para ela, Camila?
- Ela sabe o que está fazendo - Ah, querida mamãe, eu não sabia não, mas quem arrisca não petisca. - Não é Maya?
- Sim, não se preocupe pai - Ele me cortou.
- Você tem seu irmão, tem Nicolau e os outros, tem uma família de peso para qualquer hora - Ele se aproximou. - Tem um spray de pimenta na mala e um na sua bolsa de mão, um mini taco de beisebol na sua mala, também comprei um carregador extra e comprei um roteiro da cidade.
- Tem exército e o Rambo também? - Perguntei, quase olhando as malas. - Pai são seis meses longe, o que poderia acontecer?
Eu torcia para acontecer de tudo, mas falar isso para o coroa não é fácil.
- Quer a lista por ordem aleatória ou alfabética?
- Pedro - Minha mãe se aproximou e puxou o braço dele. - Ela vai ficar bem, tem Nicolau também, relaxa, querido, por favor.
- Preciso levar ela - Meu pai me olhou e desviou o olhar e ficou olhando para Sebastian. - Pai não me olha assim, eu tentei.
A relação com papai sempre foi diferente, ele tinha hábitos diferentes.
Abracei minha mãe e o meu pai, foi difícil, não foi fácil porque eu nunca havia morado longe deles, nem com meus 22 anos aqui na cidade mesmo, então ir para fora era algo difícil.
Mesmo que eu estivesse indo para terminar a faculdade com essa peça e tentar entender tudo que tinha dentro de mim e o que tinha fora, que envolvia Nicolau Maldini.
Quando eu saí de lá foi como deixar um pedaço de mim, durante muitos minutos.
Até soltar um suspiro fundo.
- Vou sentir falta dela.
- Norma vai estar aqui quando voltar - Sebastian falou e parou o carro. - Chegamos, pronta?
- Nasci pronta - Saímos do carro e eu pude puxar minha bolsa e antes de pegar as malas eu olhei para ele. - Como eu estou? - Fiquei parada na frente de Sebastian.
- Normal? - Meu irmão era um tanto mais alto que eu, embora os traços dele fossem relativos aos meus. - Não vai com a intenção de impressionar ele, faz o que tem que fazer e volta, vai com calma Maya, se a sua paranoia for de verdade, vai ser visível que ele gosta de você, então você não precisa fazer muito.
- Você acha que não?
- Eu sou realista.
- Você manda flores, Sebastian.
- Mesmo assim eu sou realista, maninha, não saio da realidade - Ele suspirou. - Eu também seu romântico.
- Vamos, acho que - Olhei no relógio. - Estou atrasada, temos que ir para o hall de embarque.
Começamos a caminhar e procurar o embarque, suspirei fundo.
- Vai ver o avião até já pousou em Malíbu.
- Sebastian cadê ele? - Vi o meu celular vibrar, puxei ele vendo que era o número dele.
- Eu estou chegando! - Falei alto e andei mais rápido.
- Não grita, por favor - Vi Sebastian me cutucar e olhei para a placa do alto relevo. - Espero que esteja aqui, vindo me encontrar.
Até a voz daquele inferno da p***a me fazia vibrar.
- Estou chegando Cinderela, acabei de chegar, estou indo pare o salgão de embarque - Tentei soar o mais natural possível.
- Você já devia estar aqui - Eu revirei os olhos, mandão do caramba.
- Sim, mas eu precisei me despedi deles, eles são insistentes...
- Anda Maya - Sebastian andou apertou o passo, houve uma pausa na linha.
- Seu irmão veio? - A pergunta veio rasa dele.
- Sim, veio pra levar a Norma.
- Quem e Norma?
- Meu jipe, a Norma - Eu vi um homem de pé, que se sentou e eu soube quem era, eu conhecia aquela estilo de camisa de longe e aquele corpo. - Você está bem bonito, pode se virar se quiser.
- Está aqui? - Nicolau ficou parado. - Eu estou esperando você.
- Pode levantar a b***a daí bonitão, estou atrás de você.
Ali era onde eu olhava para o possível, POSSÍVEL, que isso fique claro, amor da minha vida, que fazia parte de mim a muitos anos, em silêncio e escondido.
Ah, o amor é muito lindo, parece aquela ressaca do dia seguinte, que só dá dor de cabeça.
AVISO - Chegamos aos capítulos, para ficar por dentro adicione o livro na biblioteca, comente sempre nos capítulos para eu poder saber o que vocês acham e deixe o seu voto maravilhoso ou me sigam para receber novidades e atualizações. Até amanhã com mais um capítulo. Att, Amanda Oliveira, amo-te.