Capítulo 3

2123 Palavras
CHLOE Depois de um tempo pensando se ajudava ele ou não eu decidi. Sei que tem lados positivos e negativos para cada resposta que eu der. E eu já sabia que não iria pra nenhum lugar durante esse tempo que a escola não vai ter aula, então... Ele já estava me olhando novamente com uma cara de triste. Tinha que dar uma resposta. E bem rápido antes que ele me devorasse por uma resposta. — Sinto muito Alex, mas você vai ter que me aguentar na casa do seu avô. —Disse forçando um sorriso e esperando a reação dele. Ele pulou em cima de mim, me abraçando, como um cão que escuta o som do saco da sua ração. —Eu queria te dar um beijo agora, quer dizer.. — Ficou vermelho de constrangimento. Alex corando, quem diria. — Ainda somos Alex e Chloe que se odeiam. Nem pense.. — Digo apontando o dedo e soltando uma gargalhada em seguida. — Mas se vamos "namorar"... — Disse fazendo aspas em namorar. — Temos que ter pelo menos um história sobre como nos conhecemos e tal. — Nós nos conhecemos na escola, começamos a ficar e depois estávamos namorando. Quer história melhor, meu amor? — Não é tão convincente, mas tá acreditante. — Que palavra é essa? Acabou de inventar? — Não, essa palavra existe, garota insuportável. — Não existe e ponto final. Insuportável e você tá implorando pra namorar. — Existe e ponto final. E chega desse assunto. Ele finalizou, encerrando a conversa. Depois de um tempo brigando sobre existir ou não eu venci, é claro - voltamos ao assunto do namoro. Nem sei se não existe mesmo, só queria pertubá-lo. — Quanto tempo vamos ficar e aonde vai ser? — Um mês em New York. Quem não quer isso? — Sabe, é muito tempo pra ter que te aturar. Se no meio da noite, você se der conta que está sem metade do corpo, não reclame. E não diga que não avisei. — Se você acordar com metade da minha perna em cima do seu corpo, não reclama. E não diga que não avisei. — Como assim acordar? Nós dormiremos em cama separada. — É, eu sei. Falei por impulso. ALEX Sei que minha família é liberal, então, dormiríamos na mesma cama, provavelmente. Se contasse, ela não iria. Então, vamos dizer que não menti, mas omiti. Não que eu quisesse, mas estava em cima da hora e não podia ter motivos pra desistir. — Ok, até agora não sei porque aceitei isso. E nem sei a meus pais vão deixar, estou decidindo sem permissão deles. — Disse encarando o chão. — Eles vão deixar. Me conhecem, sabem que sou responsável. — De quem estamos falando? Porque não estou vendo ninguém responsável além de mim aqui. — Me magoou! — Desculpa bebezão que se diz responsável. Não foi minha intenção. — Você é sempre irônica assim ou é uma nova aquisição demoníaca? — Hahaha! Um pouco dos dois. Só tenho uma coisa pra te dizer. — O quê? — Perguntei já sabendo que viria mais uma ironia. — Atura ou surta, meu amor! — Levantou e foi em direção a saída do pet shop. Garota incrível, mas pertubada. Só de pensar que hoje ainda viajaria com ela e a beijaria - talvez - me dava arrepios. Mas não tinha como voltar atrás. Fui na casa dos pais dela pra dizer que iríamos na casa dos meus parentes, mas não disse sobre o nosso acordo. Depois de um tempo, eles me encarando - e me ameaçando - eles deixaram. Já estava quase perdendo as esperanças. Fui pra casa arrumar arrumar mala, e pegaria ela às 7 da noite. Agora, só nos restava viajar e curtir a vida como namorados de mentira. CHLOE Nem acredito que eu vou numa viagem sozinha de 3 horas com o i****a do Alex. Ele vem me buscar ás 7:00pm e são 5:30pm. Acabei de arrumar minhas malas e são 6:00. Tinha que passar a impressão de boa namorada linda e educada. Peguei um vestido preto com detalhes brancos até acima do joelho, uma bolsinha e um salto agulha bege e desci pra comer alguma coisa ou morreria de fome. No andar de baixo, comi uma torrada com geléia e suco de uva - porque amo - e voltei pro quarto pra escovar os dentes. Desci novamente com minha mala pesada com a ajuda do meu pai. E fiquei esperando o meu NAMORADO Alex chegar. ALEX Coloquei o despertador pra tocar 6:00pm. Já estava super cansado e não gosto de dormir em avião, porque acordo com enjoo e não é nada legal. Acordando, fui direto pro banho, coloquei uma jaqueta - pois não saio sem uma - com uma blusa gola V branca por baixo, uma calça jeans escura e um Vans bege. Jantei logo porque não gosto de comida de avião então evitaria o máximo. Já era 6:50pm. Não queria causar má impressão pros meus sogrinhos, então logo saí de casa pra buscar ela. Cheguei na frente da casa dela e já era 6:57. Esperei dar sete horas não queria parecer ansioso. Bati na porta e um garoto abriu. Me olhou de cima a baixo e depois gritou pra escada. — Boneca, seu amigo chegou! Boneca? Como assim? — Eu não sou amigo, sou namorado. Mais uma vez ele me olhou de cima a baixo, agora com a sombracelha arqueada e retrucou: — Desde quando você é o namorado dela? Se você é, é um chifrudo da vida. — Disse soltando uma gargalhada sarcástica. — Para de graça Caleb, mentira Alex, ele é meu irmão. Agora dá pra pararem de brigar e me ajudar com essa mala? Então o deboche era de família. Ela estava linda. Nos olhamos e a ajudei com a mala, que tinha chumbo. Coloquei no porta-malas e quando ia entrar no carro, o irmão dela me puxou pelo ombro e disse: — Se qualquer dia desses, minha irmã voltar chorando ou reclamando de qualquer coisa que seja relacionada á você, juro por Deus que você vai voltar pra casa com um olho roxo. Só pensa nisso. — Disse dando dois tapinhas de leve no meu ombro como se eu tivesse com tosse e fingindo que gostou de mim pra Chloe. Ela entrou no carro e colocamos o cinto de segurança. — Nós vamos pro aeroporto e vamos encontrar meus pais e minha irmã e eles vai ficar com a gente até a hora do nosso vôo, e depois vão pegar o carro porque não vou levar, pode ser? — Digo prestando atenção no sinal. — Ok, será que eles vão desconfiar sobre o nosso namoro? — Disse fazendo aspas em namoro. — Meus pais talvez não, mas minha irmã talvez desconfie. — Meu Deus! Só vamos encenar e depois vamos pro avião. Talvez eles acreditem. — Vamos beijar? — Digo a olhando. — O quê? Claro que não, eu prometi que não vou te beijar. […] — Pronto chegamos. Pego a minha mala e ela me encara. — O que foi? — Você tem que levar minha mala pra parecer que somos apaixonados. — Você já pesou sua mala? Parece que está levando roupas com chumbo. — Nós mulheres nunca sabemos o que vamos precisar. — Vocês gostam é de exagerar. — Vai levar ou não? Por favor, namorado! Fiquei encarando ela, me olhando com cara de cachorro e peguei a mala dela pra ela não continuar com todo aquele drama. Pegamos um carrinho, colocamos nossas malas. Fomos andando de mãos dadas, caso minha família aparecesse. E ficamos esperando meus pais chegarem e começarem o sermão. CHLOE Ficamos cerca de uns 7 minutos esperando pela família do Alex. Eles chegaram, todos formais com roupas elegantes. Uma mulher de uns 37 anos bem elegante com um macacão que vi numa revista, um homem que parecia ter uns 40 anos com terno e gravata feitos sob medida e uma menina que parecia ter uns 15 anos com um vestido fofo que vi em alguma loja do shopping. — Então você deve ser a famosa namorada do Alex. Finalmente pude te conhecer pessoalmente, ele nunca nos apresentou. Poderia te chamar pelo seu nome, mas não sei. — Chloe, meu nome é Chloe. E o da senhora? — Digo meio sem graça. — Senhora, sei que estou velha, mas não precisa me alertar, só me chame de Charlotte, por favor. — Diz rindo com um gesto casual da mão. — Smith, sou o pai do Alex. É um grande prazer finalmente conhecer a garota que roubou o coração do meu filho. — Disse bagunçando o cabelo de Alex. Nesse momento ele estava totalmente vermelho. — Para pai. — Disse me puxando pro seu lado e me colocando na frente dele pra eu ser o centro das atenções. — Foque nela. — É um prazer te conhecer também senhor Smith. — Como disse minha mulher, só Smith por favor. — Disse abrançando a Charlotte e a dando um beijo casto na testa. — Então cunhada, meu nome é Cristina, tenho 15 anos e sou irmã do Alex. Já sinto que vamos ter muito o que conversar. — O-ok! — Passageiros do vôo 266 para New York, por favor se dirijam ao portão 3. A aeromoça nos salvou de perguntas sem respostas. A mulher ficou repetindo isso e os pais deles nos ajudaram com as malas. — Cuida bem do meu filhote lá hein. Novamente, foi um prazer te conhecer. — Diz a mãe dele. — Gostei muito de você, Chloe. Não gostei do Alex ter trago você tarde e não podermos conversar direito, mas tudo bem. — Já chega, senão vamos perder o vôo. Vamos, amor? — Foi um prazer conhecer vocês também. Vou indo, beijos. — Dou um beijo e abraço em todos eles e Alex abraça eles e quando estamos quase entrando no corredor, a mãe dele grita: — Divirtam-se e previnam-se! — Olhei pra trás e ele colocou o braço ao redor do meu pescoço, me forçando a olhar pra frente. — Só ignora, Chloinha. Só ignora! Colocamos a mala no devido lugar, fizemos o check-in e entramos no avião. Sentei na janela e ele do meu lado e depois de uns 20 minutos que o avião embarcou, ele apertou minha mão e eu o encarei. — O que foi? — Na-nada. Só quis apertar sua mão. — Disse já suando. — Você tem medo de andar de avião? — Claro que não. — n**a. — Você tem sim. — Eu não tenho medo, eu só imagino muitas coisas quando estou dentro de um. Tenho uma mente fértil. — Ei calma, eu estou aqui. E o avião não vai cair, pode confiar. E pode parar de apertar minha mão, senão o sangue não circula. Ele olha pra nossa mão, como se tivesse saído de um transe e solta. — Posso pelo menos segurar? — Claro, desde que não aperte. — Digo me acomodando na cadeira e me preparando pra dormir depois que a aeromoça trouxe o cobertor. — Divide o cobertor comigo? To com preguiça de pedir outro, ela já veio aqui 5 vezes. — Quem mandou você chamar ela a cada 5 minutos pra perguntar se falta muito? Toma. — Pego o cobertor que era grande e divido. Depois de uns 30 minutos, ainda não tínhamos dormido. ALEX Sinceramente, nunca pensei que ela fosse tão legal e gentil. Pensei que por ela me odiar, me bateria a cada toque que eu desse. Muito pelo contrário, ela soube encenar super bem e até me tratava como namorado. Agora estamos dentro do avião e ainda falta 2 horas e 15 minutos pra pousarmos. Não estávamos conseguindo dormir. Então, pra animar, dei um belisco nela que me encarou por 2 minutos e me deu outro beliscão. — Ei, o seu doeu mais. Eu fiz fraquinho. — Digo dando outro belisco em sua coxa. Ficamos nos batendo até que paramos. Até eu sussurrar no seu ouvido: — Não parei ainda não. - E logo ela arrepiou. — Isso não vale, eu me arrepio quando fazem isso. — Bom saber. — Digo com um sorriso malicioso. — Melhor você parar, não quero te bater. — Mais fácil eu te bater. Sou muito mais alto e mais forte que você. — Haha, além de ridículo é iludido. Tá f**o o negócio pro seu lado, hein. — Eu me garanto. — Tanto faz, agora cala a boca, eu quero dormir. — Vem calar, ué. — Olha que eu calo hein. — Pode vir, vai apanhar hein pequena Chloinha. — Chega, Alex. — Ela pega um travesseiro e dá na minha cara. Começamos uma guerra de travesseiros e a aeromoça pede pra ficarmos quieto. Sossegamos e depois de um tempo, dormimos. Acordamos com a aeromoça avisando que pousamos e tínhamos que sair do avião. Saímos do avião ainda sonolento, pegamos nossas malas e esperamos um táxi pra ir pra casa do meu avô. Assim que saímos do aeroporto, ela estava com cara de quem chegou na Disney pela primeira vez. — Primeira vez em Nova Iorque? — Aham. — Diz ainda com cara de b***a encarando tudo. — Está muito frio. — Diz tremendo a boca enquanto passa as mãos pelos braços para aquecer. — Então bem-vinda a New York, Chloe! Abraço ela pra amenizar o frio e damos as mãos, seguindo pro táxi que já nos esperava.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR