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O BEBÊ DO TRAFICANTE c***l

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Sombrio
os opostos se atraem
badboy
drama
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intro-logo
Sinopse

Mariana nunca teve escolha. Aos dezenove anos, carrega nas costas o peso de uma mãe viciada e endividada, vivendo cada dia entre a vergonha e a sobrevivência. Quando a última dívida ameaça custar a vida da mãe, ela toma a decisão mais desesperada da sua existência: vender a própria virgindade em troca de dinheiro. Mas o comprador não é um homem comum. Ele é Caveira, o dono do morro. O homem mais temido da cidade. c***l, calculista, impiedoso. Um predador que enxerga cada fraqueza como oportunidade e cada pessoa como propriedade. O que deveria ser apenas uma noite vira uma sentença. Mariana descobre que não existe contrato quando se entrega ao inimigo. Existe posse. Existe domínio. E existe um filho crescendo dentro dela, fruto da noite em que acreditou estar apenas comprando tempo. Agora, ela está presa ao Caveira por laços que não podem ser cortados. Entre a repulsa e a atração doentia, entre o ódio e a entrega inevitável, Mariana terá que sobreviver ao homem que transformou a maior tragédia da sua vida em uma prisão sem grades e talvez, no sentimento mais perigoso de todos. Porque ninguém escapa do dono do morro.

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1. Mariana
A rua estava quase deserta quando saí do colégio, o vento da noite cortando minha pele como se quisesse lembrar que nada ali era acolhedor. A lâmpada do poste piscava, falhando, iluminando m*l o caminho estreito que me levava de volta pra casa. Eu tinha dezenove anos, mas parecia carregar muito mais que isso. Enquanto algumas meninas da minha idade planejavam faculdade, viagens ou até festas, eu ainda lutava para terminar o ensino básico no EJA, porque a infância não me deixou espaço pra cadernos nem lápis. Segurei a mochila contra o peito, mais pelo hábito do que por medo. O medo, nesse bairro, a gente aprende a engolir cedo. Quem morava ali já sabia o que era atravessar a rua olhando pro chão, sem encarar ninguém por muito tempo, sem dar motivo pra encrenca. O silêncio das vielas tinha uma tensão invisível, como se os muros também observassem cada passo. Meus pés doíam, mas eu gostava daquela sensação. Era sinal de que, pelo menos por algumas horas, eu tinha estado em outro mundo, o mundo das salas pequenas, com cheiro de giz, onde eu podia fingir que ainda havia um futuro possível. Só que a cada esquina, a realidade me puxava de volta. Quando cheguei na porta de casa, respirei fundo. O barulho lá dentro já denunciava o que eu ia encontrar: vozes arrastadas, risadas sem graça, o som de garrafas batendo contra a mesa. Minha mãe estava em mais uma de suas noites. As dívidas não a impediam de se afundar, pelo contrário, pareciam empurrá-la ainda mais fundo. Empurrei a porta com cuidado. O cheiro forte me atingiu de imediato, uma mistura de cigarro, álcool barato e aquele pó que eu não queria nomear. Vi dois homens desconhecidos sentados na sala, rindo alto, enquanto minha mãe se encolhia no sofá, os olhos vermelhos e vidrados. Ela nem percebeu que eu entrei. Subi os degraus de madeira quase podres tentando não chamar atenção. Mas antes de alcançar o quarto, uma voz grossa cortou o ambiente: — Ô, menina... — um dos caras falou, rindo, os olhos pesando sobre mim como lâminas. — Essa aí é a filha, né? Bonita... novinha... Minha garganta fechou, mas eu não respondi. Fingi não ouvir, entrei no quarto e tranquei a porta, o coração martelando. Encostei a testa contra a madeira fria, tentando controlar a respiração. Era sempre assim. Sempre aquela sensação de estar no fio da navalha, sempre a impressão de que minha vida não era realmente minha. Sentei na cama estreita e abri a mochila. Tirei o caderno, as anotações da aula de matemática ainda frescas. Tentei me distrair com os números, mas a risada dos homens na sala não deixava. Nem as lembranças de quando eu era criança e ficava noites em claro esperando minha mãe voltar. Engoli em seco. A dívida dela já estava alta demais. Eu sabia. Todo mundo no bairro sabia. E não ia demorar muito pra cobrarem de verdade. Não com palavras. Não com ameaças vazias. Mas com violência. Apertei o caderno contra o peito como se fosse um escudo inútil. A vida me empurrava pra um beco sem saída. E eu já começava a entender que, em algum momento, alguém ia me pedir o preço mais alto. E eu teria que pagar. (…) Acordei com o sol batendo direto na cara, atravessando a cortina rasgada que m*l servia de proteção. A cabeça doía como se eu tivesse bebido a noite inteira, mas eu não tinha encostado em uma gota. Quem tinha bebido, cheirado e rido até cair tinha sido a minha mãe e aqueles dois desconhecidos que ainda estavam largados na sala. O chão estava imundo, cheio de bituca, garrafa vazia e restos que eu nem queria identificar. Respirei fundo antes de encarar o cenário. Minha mãe estava apagada no sofá, com a boca entreaberta, um filete de saliva escorrendo no canto. Parecia uma criança, mas não era. Era o peso da minha vida inteira. Peguei um balde velho e comecei a limpar. Não porque ela merecia, mas porque eu não aguentava viver no meio daquela podridão. Varri o chão, juntei as garrafas, fechei sacolas de lixo. Tudo em silêncio, enquanto os dois homens iam embora resmungando, nem se importando com a bagunça que deixaram. Quando terminei, lavei o rosto na pia, respirei fundo e me preparei pra segunda parte do meu dia. Peguei o saco de nylon rasgado que ficava no canto do quarto, joguei por cima do ombro e saí de casa. O morro já estava acordado, gente gritando, crianças correndo, motos subindo e descendo com o ronco dos motores ecoando nas vielas estreitas. Eu descia devagar, olhando pro chão, tentando não atrair atenção. A mochila da escola tinha ficado no quarto, agora o que eu carregava era só aquele saco vazio que logo ia encher de latinhas amassadas. Catando latinha eu conseguia uns trocados, não era muito, mas pelo menos comprava comida, um sabonete, um caderno novo quando precisava. Agachei perto de uma escada e puxei duas latas de cerveja amassadas, ainda molhadas. O cheiro azedo grudava nas mãos, mas eu já estava acostumada. Passei por uma viela onde três rapazes encostados no muro me observaram em silêncio. A sensação era a mesma de sempre: o olhar deles pesava, mas ninguém dizia nada. Eu já tinha aprendido a andar rápido, sem responder, sem provocar. Mais adiante, uma senhora me deu bom dia, me oferecendo duas latas que tinha separado. Sorri de volta, agradeci, e guardei dentro do saco. O barulho metálico ecoou no fundo do plástico, como se cada latinha fosse um lembrete da vida miserável que eu levava. Subi mais uma ladeira, já suando, e vi de longe a movimentação perto do ponto alto do morro. Carros pretos estacionados, homens armados vigiando, olhares atentos. Aquela parte eu evitava ao máximo. Era território do chefe. E ninguém se metia onde não devia. Mas eu precisava passar por ali se quisesse encher o saco até o fim do dia. Respirei fundo e segui, de cabeça baixa, fingindo que era invisível. Cada passo era um pedido silencioso pra que ninguém resolvesse me notar.

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