O tempo passou como quem arrasta os pés em chão de cimento grosso. Cada semana carregava um peso diferente, uma mudança nova no meu corpo. A barriga cresceu. Primeiro devagar, tímida. Depois, de uma vez só. Como se o bebê tivesse decidido ocupar espaço, me lembrar que estava ali. Vivo. Presente. E que eu não estava mais sozinha. As calças já não fechavam, e as blusas que eu tinha viraram croppeds involuntários. Era como se cada dobra do meu corpo se moldasse ao redor da nova vida, com dor, com desconforto, com amor. Marreco ou melhor, Rafael… se fazia presente em tudo. Começou aparecendo mais, mandando mensagem cedo perguntando se eu tinha dormido bem, se eu comi, se precisava de alguma coisa. Depois, começou a comprar ele mesmo: frutas, remédios, vitaminas. Quando viu que eu continuav

