A moto parou num canto mais afastado do morro, onde o barulho das vielas já não alcançava tão alto. O lugar era simples: uma lanchonete escondida entre árvores e postes tortos, com mesinhas de plástico brancas e uma luz amarelada que tremia no teto. Mas pra mim, naquele momento, parecia um paraíso silencioso. Um lugar onde eu podia respirar sem medo. Marreco desligou a moto, desceu com facilidade e estendeu a mão pra mim. Por um segundo, hesitei, eu não sabia muito bem como agir quando alguém me tratava com gentileza. Mas acabei aceitando, e ele segurou meus dedos com firmeza, mas sem força. Era um toque estranho pra mim... cuidadoso. — Vem, senta aqui comigo. — puxou a cadeira pra mim, como se fosse coisa de filme, e eu engoli em seco antes de me sentar. Sentei devagar, olhando em volt

