A aula terminou mais tarde do que o normal. Eu já saí com a mochila leve nas costas, mas o corpo pesado, exausto. O estômago ainda aquecido pela comida da escola, mas a mente em turbulência. O portão se fechou atrás de mim, e o silêncio da noite no morro me envolveu como um aviso. As ruas estavam mais vazias, e eu sabia que não era bom andar sozinha naquele horário. Apertei o passo, segurando a alça da mochila com força, como se aquilo fosse suficiente pra me proteger. As vielas estreitas, iluminadas por postes fracos, pareciam mais escuras do que de costume. O som das motos cortava a madrugada, junto com conversas baixas em becos distantes. Meu coração batia acelerado. Eu queria chegar logo em casa, entrar no quarto, me esconder debaixo do lençol e fingir que o mundo não existia. O medo

