Depois de horas de conversa, risadas e vinho, percebi que a noite já estava avançada. A lareira tinha se transformado em brasas avermelhadas, lançando um calor morno pela sala. Giuseppe bocejou discretamente, mas ainda assim Giuliana notou e sorriu para ele com aquele olhar de cumplicidade de quem divide décadas de casamento. — Acho que já deu para hoje, amore — disse ela, levantando-se devagar. — Estamos cansados da viagem, o fuso ainda pesa. Giuseppe concordou, erguendo-se com certa dificuldade, apoiando-se na poltrona. — Sim, sim. Foi um dia longo, e amanhã teremos tempo para aproveitar juntos. Clara, sempre rápida, pegou minha mão e entrelaçou os dedos como se fosse a coisa mais natural do mundo. — Nós também já vamos subir, mamãe. Vocês podem ficar à vontade, o quarto de hóspedes

