P.o.v. Stephany
Abro meus olhos devagar devido à claridade, reparo que estou deitada no colo de alguém e olho para o garoto que está muito tranquilo observando o céu. Sento e ele nem repara.
"Ele tá bem?_ penso um pouco confusa_ quem em sã consciência ia ficar tão tranquilo perto de alguém que tentou o matar?_ começo a ficar um pouco incrédula."
— Você está muito calmo, sorte sua que eu não quero te matar._ ele me olha assustado e ai que ele percebeu que não tô no colo dele_ Bom, onde estamos?_ perguntei olhando em volta e ao fundo reparei uma cabana de madeira.
— Você não pode me matar! Pode?_ ele falou um pouco incomodado e acredito que seja por nossa ligação.
— Posso, agora que sei que a ligação existe, eu consigo quebrar ela facinho_ digo sorrindo convencida. Ele engoliu em seco e sorrio por dentro._ Não se preocupe, não tenho motivos para te matar e bom... Você conseguiu me parar e isso foi algo bom, porque quando eu perco o controle, demoro uns dias para voltar_ me levanto e olho para o céu que está azul, respiro fundo com algumas lembranças não tão boas.
— Aliás, qual é seu nome?_ ele me pergunta e percebo curiosidade em sua voz. Devo falar meu nome verdadeiro? Acho que não tem problema.
— Bom, não tenho motivos para não te dizer meu nome_ digo dando de ombros_ sou Stephany Black e você?_ disse me virando para ele.
— Sou Henry Carter, prazer!_ sorriu amigável e esticou a mão para mim, aperto de mão é algo meio estranho, mas enfim aperto a mão dele.
— MANO!_ acabo me assustando com o grito repentino de uma voz feminina e olho em direção ao grito. Vejo uma garota com os cabelos pretos escorridos que lembram o do Henry e não consigo ver os olhos dela.
— O que foi Celine?_ perguntou Henry com indiferença notável na voz assim que ela chegou em nos.
— Terminei de limpar lá, mas nem vai precisar neh, porque ela já acordou_ ela cruzou os braços e suspirou irritada.
— Ela acordou mais cedo do que eu esperava_ ele disse ainda indiferente.
— Você fez ela limpar aquele lugar sozinha?_ cruzo os braços e encaro ele, vi que ele se arrepiou e seguro para não abrir um sorriso m*****o.
— Você tava desacordada, não tinha o que fazer, não sabia se você ia ficar bem, afinal você desmaiou do nada_ ele explicou rapidamente e seguro para não rir com a rapidez que ele me respondeu.
— Nossa, irmão, você tá se explicando de mais, você está com medo dela?_ diz Celine provocando o Henry e me seguro ainda mais para não dar risada.
— N-não!_ ele respondeu dando uma leve gaguejada.
— aí maninho, você sempre foi muito r**m em mentir._ ela disse dando leves tapinhas no ombro do Henry e acabo soltando uma risada devido à careta que Henry fez.
— Perdendo para sua irmã mais nova, não é, Henry?_ ele me fuzila com o olhar e só abro um sorriso inocente.
— Você parece ser legal e para meu irmão ter medo de você é porque você é poderosa._ disse Celine com um olhar que demostrava um pouco de curiosidade, talvez admiração?
— Bom, de fato eu sou poderosa, mas se sou legal não posso afirmar_ digo olhando para o céu e acabo lembrando da Mel.
— Como você veio para aqui?_ perguntou Henry e de relance veio memórias do pesadelo e da casa da Mel.
— Fui teletransportada para cá porque não queria machucar minha melhor amiga_ digo e sinto uma lágrima escorrer, por quase machucar a minha protegida.
— Entendi... _ ele diz um pouco pensativo e sorri tentando me reconfortar.
— Olha, já que limpei a cabana toda, você vai ir para lá dormir nem que seja uma noite só_ diz Celine pegando na minha mão e me puxando em direção à cabana.
— Você não pode obrigar ela, Celine, ela tem família também!_ diz Henry um pouco sem graça e me seguro para não expressar nada.
— Eu posso ficar aqui hoje, não tem problema_ abro um sorriso tentando parecer despreocupada, mas acho que saiu um pouco falso.
— Viu?_ disse Celine como se fosse óbvio olhando para o Henry, mas ele me olha um pouco preocupado.
— Certeza Stephany?_ perguntou Henry vindo logo atrás da gente.
— Sim, não se preocupe comigo_ falei tentando ser gentil, mas sei que ele está preocupado.
Ele ficou quieto e apenas nos acompanhou. Mesmo se eu quisesse ir embora, não consigo. Quando perco o controle fico fraca demais por um ou dois dias e não consigo me teletransportar, não sei nem se vou conseguir falar com a Melody. Espero que ela fique bem e cuide da Liana até eu conseguir voltar.
Quando finalmente chegamos na cabana, a Celine abre a porta com muita força e a porta bate com força na parede, fazendo eu ficar um pouco surta, meus sentidos então muitos sensíveis. Minha visão escurece e fico atordoada.
— Você está bem?!_ Henry perguntou quando eu me apoiei nele e sorrio tentando tranquilizar ele, mas não estou vendo com clareza e fecho os olhos._ Você não está bem!_ sinto que pela voz dele ele está sério. Ele me apoia nele e acredito que me leva para dentro.
— Aí maninho, me desculpa!_ escuto a voz da Celine.
— Eu estou bem! Não precisa se desculpar por nada e muito menos se preocupar comigo_ digo abrindo meus olhos, vendo já com clareza e, sorrio gentil para eles que estão com cara de preocupados.
— Eu... _ Henry começa a falar, mas logo percebo no rosto dele que ele tá arrependido de algo e penso que pode ser por ele ter quase me matado quando mais nova_ É o mínimo que posso fazer por ter te... _ ergo a mão e ele para de falar e sorrio.
— Não termine essa frase, não me faça ter motivos para te odiar, sei que você estava descontrolado e não fique se torturando por causa disso, talvez por você ter me transformado, tenho dois companheiros e eles são uns deuses_ tampo minha boca depois que percebi o que falei e eles estão com a expressão de surpresa.
"O que eu estou falando, meu Deus?_ penso morrendo de vergonha_ não sou o tipo que expõe meus pensamentos obscuros, então, porque diabos eu falei isso?!"
— Você tem dois companheiros?_ Celine disse praticamente com a boca aberta e ponho a mão na cara, melhor não comentar quem eles são, então, não posso me dar o luxo de arrumar problemas para eles.
— Tenho, um vampiro e um lobo_ falei um pouco envergonhada.
— Você fica fofa vermelha_ diz Celine e de imediato lanço um olhar mortal — por reflexo — me lembra das palhaçadas da Melody.
Ela se arrepiou, percebi que seu corpo ficou mais ereto e rígido, obviamente, tensa.
— Desculpa, é força do hábito_ digo meu sem jeito e passo a mão no cabelo. Ela respira aliviada e sentou na poltrona com a mão no peito.
— Ufa! Por um instante, achei que você ia me matar_ diz ela me encarando e sorrio sem graça_ que olhar intenso esse o teu, quem que recebe esse seu olhar? Digo, para virar um hábito tem que ser algo frequente._ perguntou desviando o olhar para o teto.
— Bom, minha melhor amiga tem mania de fazer palhaçadas comigo e me zoar sempre que pode, então a maioria dos meus olhares "mortais" vai para ela e virou um hábito. Quando falam algo parecido com o que ela falaria, acabo lanço por reflexo._ explico um pouco sem jeito ainda e me bate uma tontura. Me seguro na parede.
— Você está bem?_ Henry pergunta e suspiro derrotada, não consigo esconder como eu estou.
— Estou esgotada, perder o controle consome toda a minha energia e demoro para me recuperar, mas tecnicamente falando, eu estou bem._ digo fechando os olhos e me apoiando de costas na parede.
Sinto uma mão pegando no meu braço e abro meus olhos;
— Vem, vou te levar ao quarto para poder descansar._ Henry disse com um sorriso gentil e acho que se não tivesse companheiro ele poderia me conquistar.
Não retruquei, porque tenho total noção que preciso descansar. Por mais que nem tenha passado do meio-dia ainda, acho que preciso dormir. Logo estamos num quarto, não muito espaçoso, mas bem ajeitado, tem uma cama de solteiro, um guarda-roupa e uma porta que acredito que seja o banheiro.
— Você vai ficar nesse quarto_ ele disse e pelo cheiro que está no quarto todo, esse quarto é dele._ Bom, as roupas da minha irmã não vão servir em você, mas se quiser usar alguma minha pode ficar a vontade._ ele disse despreocupado e gentil.
— E você?_ pergunto confusa.
— Bom, vou dormir com minha irmã no outro quarto com cama de casal, só tem dois quarto nessa cabana_ ele falou um pouco sem jeito._ não se preocupe com isso, nem é agora que vou dormir, pode ir descansar e ignora a gente._ disse ele saindo do quarto e fechando porta.
Bom, eu preciso tomar um banho, tem sangue seco no meu cabelo e graças a deus eles nem perceberam ou perceberam e ignoraram. Com um pouco de magia que me resta, vou criar peças íntimas e vou ser obrigada a usar uma camiseta dele, que com certeza vai parecer um vestido, já que ele deve ter mais de 1:90 de altura e eu tenho 1:65 só.
Vou até o guarda-roupa, pego a primeira camiseta que vejo e uma toalha que também tinha ali, vou para o banheiro e uso meus poderes para criar as peças íntimas. Graças a deus, eu não passei m*l. Tomo um banho rápido, visto as roupas e me olho no espelho, a camiseta vai até meu joelho e ela é sem estampa. Escuto meu estômago reclamar e bufo.
"Será que eu saio para ver se tem algo para comer?_ penso se não é muito abuso isso_ Além dele me ajudar a voltar ao controle, cuidar de mim após isso e ainda tem um lugar para descansar... é vai ser muito abuso_ penso indo em direção à cama."
Depois eu vejo o que eu faço, agora tenho que descansar para recuperar minhas forças. Não vou incomodar Henry e Celine mais do que já estou incomodando.
continua...