P.o.v. Melody
Após ter curado a Liana, minha energia foi para o ralo, deito na cama da Stephany porque a Liana está na minha. Observo o teto que não tem nada de especial, mas parece mais obscuro hoje.
"Acho que devo falar com um dos companheiros da Stephany_ penso um pouco indecisa_ ela meio que está desaparecida né? Bom, ela consegue se teletransportar de volta rapidinho._ tento me convencer com meus pensamentos pensativos."
Não vou falar com eles. Ela consegue se virar sozinha e ela é forte.
Paro de olhar para o teto e observo a Liana de longe na minha cama, ela parece estar num sono bem pesado, deve ser devido ao ferimento. Por mais que eu, supostamente, curei ela, a energia dela vai ser usada para terminar de curar.
Quebra de tempo
Acordo assustada com um barulho alto e ainda meio desnorteada pelo sono, vou em direção ao barulho. Chego na origem do barulho, vejo ser uma tampa de panela e minha mãe com as mãos nos ouvidos.
— Desculpa, filha! Escorregou da minha mão_ ela disse pedindo desculpa com os olhos também e abro um sorriso de canto.
— Não se preocupe, você estando bem é o que importa._ digo indo e junto a tampa do chão, dou um abraço nela e vi seus olhos marejarem._ Não chore mãe!_ ela sorrio e limpou os olhos.
— Não vou chorar, você é uma filha maravilhosa_ diz me abraçando forte.
— Você que é maravilhosa!_ retribuo o abraço na hora._ e não retruque comigo.
— Está bem! Vai querer almoçar? Já são mais de uma da tarde._ disse me soltando e indo mexer nas panelas. Logo o cheiro da comida infestou a cozinha e sinto fome na hora.
— Vou, estou meio sem energia_ digo sentando na mesa e ela serve a mesa.
— Treinando muito?_ perguntou se servindo.
— Sim, tive uma folga agora, pois a Ste teve que ir resolver algo e deixou sua prima aqui_ invento uma desculpa rápido para não ter problemas futuros e termino de me servir.
— A menina que está na sua cama, é prima da Stephany?_ me olhou um pouco confusa.
— Isso, parece que ela tava sendo caçada por caçadores e a Ste salvou ela, e assim que ela deixou ela aqui, desapareceu._ tento incrementar o que falei antes, mas espero não estar me enrolando. Meu talento com certeza não é mentir, principalmente, para minha mãe.
— Espero que ela esteja bem._ disse com um sorriso sem mostrar os dentes.
Paramos de conversar, terminamos de comer. Me apresso para ir ao quarto ver como está a Liana, assim que entro no quarto, vejo que ela já acordou e me vou até ela.
— Como você está? Está doendo em algum lugar?_ pergunto sentando do lado dela.
— Estou bem, eu acho, sinto uma pequena dor apenas na região do peito._ respondeu rapidamente e olhou em volta, acredito que procurando a Stephany.
— Ela não está aqui, teletransportei ela para um lugar que ela não vai machucar ninguém_ digo com uma pitada de mentira, porque não sei onde ela tá.
— Ok, espero que minha mestra volte logo._ diz fechando os olhos.
— Olha, presta atenção no que eu vou falar agora_ Ela abre os olhos e me encara_ minha mãe não pode saber o que aconteceu aqui hoje; você é a prima da Stephany e você foi salva de caçadores, por isso você está machucada e veio parar aqui, entendido?_ digo séria.
— Sim._ respondeu de imediato e sorrio amigável para que ela não pense que eu sou brava ou algo do tipo.
— Vou deixar você descansar, a magia que usei de fato não foi a mais eficaz, mas logo você estará bem._ digo saindo do lado dela e indo pegar meu livro de feitiços.
— Obrigada._ disse suspirando e fechando os olhos novamente.
Vou lendo os feitiços do meu livro, e posso dizer que tem muitos feitiços inúteis, tipo: por que raios alguém usaria um feitiço de escorregar?
De repente, me deparo com um feitiço de visualização, um feitiço que você vê algo que pode estar longe ou perto pensando no quer achar, deve funcionar com a Stephany... Eu acho. No canto da página, tem a seguinte observação:
° Porém, se for uma pessoa é possível houver uma barreira, principalmente, se forem bruxos ou feiticeiros, não exija muito, porque pode ser descoberto ou até mesmo ter a sua localização revelada, se isso acontecer [...]°
Não ligo de ter minha localização revelada para a Stephany, então nem presto a atenção no que fazer se isso acontecer. Lanço o seguinte feitiço:
Oculus totus cernens;
Mens cogitans;
Ostende mihi quod volo.
Me concentro na Stephany, mas tudo que consigo ver é uma névoa densa e branca — deve ser uma barreira — tento novamente. Vejo a stephany com o pescoço tudo sujo de sangue, perto de algo que parecia uma cabana, fazendo eu me desesperar e perdendo a concentração, assim não conseguindo ver mais nada.
"O que faço agora?_ penso entrando em desespero_ entro em contato com os companheiros dela? Ou será que tento me teleportar até ela?_ pego o livro novamente_ vou ter que falar com os companheiros dela, não tenho energia pra me teleportar".
Procuro pelo feitiço de telepatia, assim que acho, vejo que não tem dificuldade em usar ele, porque é igual ao outro. Me concentro no Arthur e assim que sinto que consegui me conectar com a mente dele.
— Me escuta, Arthur?_ falo através da telepatia
— Sim, é a Melody não é?_ falou com um tom um pouco confuso.
— Sou eu, eu preciso de ajuda, a Stephany parece estar com problemas e não sei onde ela está_ tento falar sem parecer que estou desesperada.
— Ok, o que posso fazer? Tem alguma pista de onde ela está?_ sinto a voz dele vacilar. Engulo em seco.
— O que consegui ver foi uma cabana de madeira numa floresta, não sei onde é_ falei nervosa e minha cabeça começou a doer._ não consigo mais contínua com a telepatia, usei toda minha energia, por favor fala pro John também...
— Nos vamos achar ela, não se preocupe_ escuto antes de acabar totalmente minha energia.
Abro meus olhos e respiro ofegante, estou cansada, mas começo a meditar para recuperar um pouco minha energia.
"O que mais posso fazer? Devo me teletransportar?_ penso um pouco indecisa."
"Se eu desaparecer minha mãe pode se preocupar, então talvez devesse dizer que quero ir à cidade e me teleportar de la?_ depois de um tempo pensando, chego a conclusão que ficar esperando quando minha amiga está em perigo não é minha cara"
Procuro pela minha mãe pela casa e a encontro na sala, lendo um livro. Ela me olha com curiosidade quando me vê vestida para sair.
— Filha, para onde vai? Está tudo bem?_ pergunta, um pouco preocupada.
— Tudo bem, mãe. Preciso dar uma volta na cidade, só isso._ digo tentando soar o mais natural possível, embora saiba que não sou uma boa mentirosa.
— Certo, tome cuidado e não demore muito._ ela sorri gentilmente.
— Pode deixar, não vou demorar._ retribuo o sorriso e saio pela porta.
Assim que estou fora da casa, me concentro e uso minha habilidade de teletransporte para me levar o mais próximo possível da localização que vi de Stephany. Apareço na beira de uma densa floresta e começo a caminhar em direção à cabana que visualizei em minha mente.
Enquanto me aproximo, fico atenta a qualquer movimento ou sinal de perigo. A floresta é densa e silenciosa, com sombras projetadas pelas árvores altas. O ar está úmido e frio, mas não me incomoda, já que a única coisa na minha mente era a Stephany suja de sangue.
Finalmente, avisto a cabana de madeira, e ela se encaixa perfeitamente na descrição que visualizei. Redobro a cautela e me aproximo silenciosamente. A porta está entreaberta, e ao me aproximar, escuto vozes lá dentro. Reconheço a voz de Stephany e também outra voz masculina que presumo ser Arthur.
"Que alívio! Eles estão juntos, ela está segura!" penso, sentindo um peso sair dos meus ombros.
Meu coração dispara quando entro pelo porta e vejo Arthur parado diante do vampiro puro-sangue. A tensão no ar é palpável, e consigo sentir a exaustão e o desgaste nas energias de Arthur. Observo Stephany e as outras pessoas no chão, feridas, e me preocupo com o que aconteceu durante o tempo em que estive ausente.
Me aproximo com cautela, mantendo a guarda alta, pronta para agir caso seja necessário. Arthur encara o vampiro e pergunta quem ele é, buscando respostas para toda aquela situação.
"Quem é esse vampiro? E por que ele atacou Stephany e os outros?", penso, tentando compreender o que está acontecendo.
O vampiro sorri de forma sádica e debochada, revelando presas afiadas e letais. Seus olhos vermelhos brilham com malícia enquanto responde:
— Ora, ora, ora... Você não sabe? Que divertido! Sou alguém que odeia híbridos como você, e achei que seria interessante dar uma lição nessa sua preciosa companheira híbrida.
Sua resposta só aumenta minha preocupação e ira. O ódio que ele demonstra pelos híbridos é assustador, e não consigo deixar de pensar em como ele conseguiu encontrá-los e atacá-los tão facilmente.
"Ele é perigoso, e precisamos agir com cautela", concluo em meus pensamentos.
Respiro fundo e uso minha magia para criar uma barreira protetora ao redor de nós, incluindo Stephany e as outras vítimas. Dessa forma, espero que fiquem protegidos e em segurança enquanto lidamos com o vampiro.
— Arthur, você está exausto, e não podemos enfrentá-lo dessa forma. Precisamos de um plano para detê-lo, mas antes, me deixe curar as feridas de Stephany e dos outros — digo, focando minha atenção nas vítimas feridas.
Com cuidado, uso meus poderes de cura para aliviar as dores e acelerar o processo de cicatrização das feridas. A energia mágica flui através de minhas mãos enquanto tento trazer conforto e cura para meus amigos.
— Não vou deixar você machucá-los mais. Nós somos mais fortes juntos — afirmo com determinação, encarando o vampiro com firmeza. Por um instante nossos olhos se cruzaram e senti uma conexão estranha, mas não é r**m com ele.
Arthur parece concordar com a cabeça, confiando em mim para cuidar das vítimas enquanto ele mantém o vampiro ocupado. Observo-o com admiração e gratidão, sabendo que ele se esforçou ao máximo para proteger todos eles sozinho.
Enquanto curo as feridas, penso em um plano para enfrentar o vampiro. Arthur é poderoso, mas juntos, podemos ser ainda mais fortes. Comunico-me telepaticamente com ele, compartilhando minha ideia de atacar o vampiro em conjunto, utilizando nossas habilidades únicas em sincronia. Apesar de eu não ter controle total de minhas habilidades, eu sei o básico e controlar a água não é difícil pra mim.
Assim que termino de curar as feridas, ergo meu olhar para o vampiro, mostrando que estamos prontos para a batalha. Nossas energias estão renovadas, e a determinação em proteger Stephany e os outros nos impulsiona.
— Hora de acabar com isso — digo com firmeza, pronta para lutar ao lado de Arthur e enfrentar o vampiro puro-sangue. Unidos, somos mais fortes, e não vamos permitir que ele faça mais m*l a ninguém.
Continua