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A Escolhida dos Magnatas - Harém Reverso

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Sinopse

Alina viaja para um país desconhecido onde ela conhece três homens com um passado arrebatador. Ela começa a trabalhar para um deles, mas deseja os três igualmente. E o mais chocante? Eles me querem também.

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1 - Sucessão de tragédias
Alina — Vou me divorciar — disse meu pai, como se estivesse comentando sobre o tempo. Olhei para ele, incapaz de entender. Minha mãe tinha sido a esposa número um. Depois veio Sheila, simpática o bastante e até disposta a ser minha madrasta. Mas ela durou só dois anos, até ele encontrar a próxima esposa. Jess também era gentil, uma cozinheira maravilhosa que trouxe dois cachorrinhos consigo. Quando meu pai se casou com a Jess, eu já tinha saído de casa. Nunca morei com ela e, para ser honesta, não a conhecia muito bem. Mesmo assim, o fato de ele estar se divorciando dela me atingiu em cheio. Parecia que ele não levava o casamento a sério. Que p***a é essa? Esse pensamento ficou martelando na minha cabeça até que explodiu. — Que p***a é essa, pai? — Simplesmente não está funcionando — ele tentou explicar, com um encolher de ombros. — Somos muito diferentes. — Isso é exatamente o que você disse sobre a Sheila. É a mesma coisa que você falou da mamãe! Endireitei os ombros, pronta para lutar pela honra do meu gênero. Pela honra de todas as mulheres que ele descartou como se fossem roupas fora de moda. — Calma — ele retrucou, impassível. Foi aí que perdi a cabeça. Não me surpreendia que nenhuma das mulheres dele quisesse continuar ao lado dele. Se ele teve a audácia de mandar eu me "acalmar" quando eu estava obviamente indignada, o que será que dizia a elas? Eu conseguia imaginar como era a vida com ele. Minha mãe me contou algumas coisas... e Sheila me confidenciou outras. Ele nunca levantava um dedo para ajudar com as tarefas de casa. Esperava que suas esposas cozinhassem, limpassem, fossem emocionalmente estáveis e, de quebra, ainda arranjassem um emprego. Em pleno século XXI. Eu queria poder me divorciar dele. Seria muito mais fácil do que lidar com as merdas que ele deixava pelo caminho. Naquela época, tudo que eu queria era um ombro amigo para chorar. Mas não era por causa do meu pai ou do casamento falido dele — era porque eu tinha acabado de perder uma das pessoas mais importantes da minha vida. Minha avó. Ela se foi. Ela era a minha luz em meio a uma rotina que ameaçava ser cinza e entediante, com seu humor ácido e uma energia inesgotável. Um ano antes, quando veio o diagnóstico de câncer, eu soube que o tempo estava se esgotando. Convenci-a a ficar em casa. Eu ouvira histórias horríveis sobre casas de repouso e não queria que ela enfrentasse aquilo. Mudei-me para lá, larguei meu emprego e coloquei minha vida em pausa para cuidar dela. Éramos melhores amigas separadas por décadas de diferença. Ela sabia tudo sobre mim — inclusive sobre a minha vida amorosa, ou a falta dela. E eu, por minha vez, descobri coisas que jamais pensei saber sobre o meu avô. Uma vez, ela me contou que os pais dele os pegaram entrando sorrateiramente no quarto para se beijarem. Eu consegui imaginar o horror adolescente dos anos 1950 sendo pegos em flagrante. Em outro dia, ela me contou que foi a um parque de diversões com uma amiga. Estavam bebendo cerveja escondido e, quando o pai da amiga apareceu, elas jogaram as latas meio cheias na bolsa da minha avó. O líquido escorreu pela perna dela no meio de uma conversa sobre igreja. Foi hilário — e desastroso. A bolsa ficou destruída. Mas essa era ela: ousada, humana, real. Ela não escondia os defeitos, e eu a amava ainda mais por isso. Os últimos meses foram difíceis. Ela ficou acamada, e tudo passou a depender de mim. Eu a ajudava a se levantar, dava os remédios, instalava novos filmes na smart TV do quarto dela para assistirmos juntas. Tudo enquanto sentia, dia após dia, que ela estava indo embora. Quando, enfim, ela partiu... foi como se arrancassem um pedaço de mim. E para completar, o Clark — o i****a com quem eu estava saindo — me largou. Segundo ele, eu não estava dando atenção suficiente. Egocêntrico do caramba. — Por que você não a coloca num lar de idosos? — ele sugeriu uma tarde, enquanto estávamos na varanda da casa da vovó. — Eu não posso fazer isso — respondi. — Você viu as notícias? Esses lugares estão cheios de negligência. Ouvi a história de uma mulher esquecida no estacionamento à noite! — Você tá sendo dramática — ele zombou. — Não é sempre assim. — Você conhece alguém que viva numa casa dessas? — perguntei. — Não... mas tenho certeza de que estão todos perfeitamente bem — disse ele, com aquela confiança de quem nunca se deu ao trabalho de saber. Olhei pra ele, chocada com a falta de empatia. — Quando você envelhecer, vai querer que seus filhos te larguem num asilo? Ele fez uma careta. — Isso é diferente. — Como assim, diferente? — Somos jovens — ele disse, se inclinando para me abraçar. Recuei, tomada pela raiva. — Não é diferente. A vovó foi jovem um dia. Ela é importante pra mim. Achei que você fosse entender. — Não entendo por que você quer desperdiçar a vida cuidando de uma velha — respondeu ele, com frieza. — Você se ouve falando? — retruquei, indignada. — Esse relacionamento não tá funcionando, Ali — disse, olhando para o jardim. — Você tem que escolher entre mim ou ela. Escolhi minha família. E, ironicamente, poucos dias depois, minha avó partiu. Fiquei sozinha. Minha mãe estava na Flórida, no segundo casamento. Meu pai, ainda na Califórnia, era uma presença distante — por motivos óbvios. Planejei o funeral sozinha, chorando mais do que organizando. Felizmente, o pastor da igreja dela cuidou de tudo, exceto do caixão e dos avisos aos amigos. Vasculhei o velho escritório dela. Liguei para alguns amigos dela. Dois estavam em asilos, deixei recados com os filhos. Dois ainda moravam sozinhos e quiseram conversar. Foi assim que descobri ainda mais sobre a mulher que eu chamava de amiga. Quando liguei para meu pai, ele me interrompeu no meio da frase: — Eu tenho uma coisa pra te contar. — Agora não. Desliguei. Estava limpando a casa para vendê-la. Quarenta anos de acúmulo. Caixas e mais caixas. Eu havia acabado de vasculhar o armário dela quando a campainha tocou. Era ele. Meu pai. Nem tentou entrar. Começamos a brigar. Eu não acreditava que ele teve a audácia de me contar sobre o divórcio naquele momento. Não podia esperar? Quis ligar para a Jess, mas não consegui. Estava esgotada. Tudo parecia uma sucessão de tragédias. Acabei mandando ele embora. Eu queria beber. Gritar. Chorar. Em vez disso, subi as escadas e fui ao escritório da minha avó. Cada decisão era minha. Sacos de lixo cheios de bugigangas e lembranças me cercavam. No chão, caixas de livros e papéis. Separei o que podia. Quando encontrei as fotos antigas do meu pai, quis jogá-las fora. Mas me contive. Um dia, eu me arrependeria. Na última gaveta, encontrei um arquivo com documentos da infância dela na Irlanda. Sentei-me e comecei a folhear. Certidão de nascimento, passaporte... e uma folha com nomes e números, todos com prefixo +353. Irlandês. Fiquei encarando aquela lista por muito tempo. Por fim, peguei o celular e disquei. — Alô? — uma voz respondeu, carregada de sotaque irlandês. — Alô? — repeti, engolindo a emoção. — Quem fala? — Aqui é... — respirei fundo. — Alina Mackenzie. Eu... — Ah, sim — a voz se suavizou. — Você é neta da Denise. — Sou — respondi, surpresa por ser reconhecida do outro lado do oceano. — Como ela está? Engoli em seco. — Sinto muito. Ela faleceu. — Ah, entendi. — A voz do outro lado da linha baixou, carregando um peso de melancolia que refletia a minha. — Ela fará falta. — Quem é você? — perguntei abruptamente, sem pensar. — Quero dizer... me desculpe. Quem é você? — Meu nome é Célia Patrício. Sua avó e eu éramos velhas amigas. — Houve uma breve pausa antes de ela continuar: — Como você conseguiu esse número? — Eu o encontrei na gaveta da escrivaninha da vovó — respondi, ainda tentando entender com quem estava falando. — Entendo... Você está com um medalhão? — perguntou Célia com um tom mais cuidadoso, como se aquele objeto tivesse grande importância. — Um medalhão? — repeti, confusa. Comecei a revirar a gaveta e, para minha surpresa, lá estava ele. Um pingente em forma de coração, preso a uma delicada corrente de prata, escondido sob alguns papéis antigos. — Sim, eu estou com ele. — Imaginei... — murmurou Célia, como se confirmasse algo que já sabia. — O medalhão é meu. Eu o dei a ela quando ela foi embora... para a América. Houve um silêncio breve, depois ela perguntou com a voz um pouco mais firme, quase presunçosa: — Você consideraria uma viagem para a Irlanda? — Não posso — respondi automaticamente, como se a ideia fosse absurda. As pessoas não largavam tudo e atravessavam o oceano para... o quê? Devolver um medalhão perdido? Mas quanto mais eu pensava nisso, mais razoável parecia. A verdade era que eu não tinha nada que me prendesse ali. Nenhum emprego, nenhum relacionamento, nenhuma família além da que acabara de perder. Meu diploma de contabilidade estava guardado, sem uso. Eu tinha 25 anos e nenhuma experiência significativa. E, em breve, teria que deixar a casa da minha avó. Alugar um apartamento, procurar trabalho, seguir em frente... Mas seguir para onde, exatamente? Talvez eu pudesse ir para a Irlanda. Talvez não fosse apenas uma viagem — talvez fosse um recomeço. A ideia cresceu em mim com rapidez assustadora, como uma chama acesa no escuro. A vovó sempre falava de Dublin com um brilho nos olhos. Se eu me lembrava bem, era de lá que ela viera, uma adolescente cheia de sonhos. A maior cidade da Irlanda, na costa leste, do outro lado do mar da Grã-Bretanha. Eu nunca sequer tinha saído dos Estados Unidos. Nem mesmo para o México, como alguns colegas faziam na faculdade. Mas agora... agora algo dentro de mim se mexia. A possibilidade de arrumar as malas e deixar toda a dor para trás parecia quase libertadora. Talvez fosse isso que eu precisava. Uma nova paisagem, um novo propósito, uma forma de sair do torpor em que a dor me mergulhara. Eu amava a vovó com todo o meu coração. A chance de caminhar pelos mesmos lugares que ela conheceu na juventude... parecia emocionante, como se eu pudesse entender mais dela — e de mim mesma. De repente, o luto se transformou em possibilidade. Em vez de ficar paralisada pela perda, eu poderia buscar algo novo. — Eu vou — disse, firme, ao telefone. — Maravilhoso — respondeu Célia, com um sorriso audível na voz. — Me envie os detalhes do voo, e eu estarei esperando por você no aeroporto.

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