Capítulo 1

2155 Palavras
Vitória Almeida 1 ano atrás — Mãe, por que isso dói tanto? — Pergunto enquato choro agarrada a minha mãe. — Meu Deus, como eu não te dei ouvidos antes, você realmente sempre foi apaixonada por ele. — Mamãe murmura para si mesma, incrédula. — Mãe, ele disse que eu sou uma criança, mas eu já tenho 16 anos! — Falo chorando horrores. — Chega Vitória! Você é uma pré-adolescente, não deveria sentir isso por um homem mais velho que você, ainda por cima o irmão do seu pai! — A Dona Manoela, vulgo minha mãe, diz bem séria. — Mas mãe, eles não são irmãos! — Falo ficando nervosa, porque ninguém entende isso? — Eu não tenho culpa se meu coração escolheu ele, poxa. — Falo e vejo a minha mãe me olhar com dó e descrença. — Pôr se de consideração, vale mais que sangue Vitória! — Diz seria. — Esqueça essa história, uma hora você vai se apaixonar por algum menino da sua idade e esquecer isso tudo! Respiro fundo, a minha mãe definitivamente acha que é uma paixão boba de adolescente e que logo vou me apaixonar por outro. — Promete que não vai contar pro seu “Paulão” ? — Pergunto dizendo o vulgo do meu pai. — Óbvio que não, cê tá louca? Teu pai é capaz de matar ele com um tiro na cabeça! — Um terror consome o meu corpo. — Por isso você tem que esquecer essa história, não queremos ninguém morrendo, né? — Sim, eu não quero que ele morra! — Falo limpando as minhas lágrimas. — Ninguém vai morrer! Agora vai tomar banho e dormir! — Diz se levantando da minha cama. — Mamãe te ama! — Te amo mãe! — Digo e ela sorri. — Amanhã você vai poder comemorar seu aniversário de novo, afinal esse foi um fiasco! — Diz revirando os olhos. — Avisa a Alana e Karina. Faço uma careta ao lembrar da Karina, ela tá tão submersa em sua vingança que vive falando disso, tá até chato. Respiro fundo e pego meu celular, manso uma mensagem de voz para a Alana explicando tudo e sai do w******p. Entro no i********:, começo a ver os story do pessoal que me marcou na comemoração que teve do meu aniversário e dou uma animada, a festa até que foi boa o que estragou foi eu dar uma emocionada e me declarar para o Coringa. Então de repente um anúncio de uma agência falando sobre faculdade de medicina em Portugal me chama atenção, eu sempre quis fazer medicina. Agora que eu completei 16 eu tenho 2 anos para estudar e ver o que eu quero fazer, esse intercâmbio para Portugal seria uma boa por dois motivos. Primeiro que eu estaria longe do Coringa e acabaria esquecendo ele e segundo que vou conseguir realizar dois sonhos, de fazer intercâmbio e de fazer a minha faculdade. Então é isso, vou ir para Portugal! **** ATUALMENTE — Obrigado moço! — Falo quando o homem me entrega as minhas bagagens, eu tô com tanta mala que estou com um carrinho e ainda tô arrastando uma mala grande. Nem preciso falar que o meu coração está pulando de felicidade e ansiedade para ver os meus pais, né? Saiu do saguão do aeroporto e passo pela porta super esperançosa, querendo gritar de tanta felicidade que eu estou sentindo. Mas então, a minha felicidade se vai quando eu vejo o Coringa em pé mexendo no celular de cabeça baixa, meu corpo fica trêmulo e um calor se apodera dele. Sinto vontade de voltar para trás, de sair correndo, mas antes que eu possa fazer algo ele ergue a cabeça e me olha. De primeira eu acho que ele não me reconheceu, mas então ele forçou a vista como se tivesse tentando ver melhor e arregalou os olhos. DROGA ELE ME RECONHECEU! Não! Não! E não! Eu me recuso a aceitar que eu passei quatro anos longe e eu ainda o amo, me recuso a aceitar que eu ainda sinto as mesmas sensações quando vejo ele. — Vitória? — Olho para o Coringa. Ele está me olhando de cima a baixo, coringa não mudou nadinha, cabelo verde, olhar sério, uma marra de se ver até no jeito dele andar, sobrancelha grossa e cavanhaque. Continua lindo e gostoso. — Sim, eu mesma! — Falo e me surpreendo pelo tom da minha voz não ter saído trêmula. — Onde a minha mãe tá? Coringa me olha de cima a baixo, a sua postura é séria e cara fechada, não tem brincadeiras, não tem elogio, não tem um sorriso dirigido a mim, bem diferente de como ele me tratava. — Tá em casa organizando uns bagulho, pediu pra mim vim te buscar, vamo? — Respirei fundo e assenti. Comecei a caminhar na frente empurrando o carrinho, ele nem sequer se ofereceu para me ajudar, me deixou morrendo e seguiu mexendo no celular. Quando chegamos na saída do aeroporto ele caminhou até um carro super lindo e abriu o porta malas, então ele se virou para mim e ficou me encarando. Foi aí que eu percebi que estava parada no mesmo lugar, fui até ele e parei com o carrinho do seu lado. Coringa tirou as malas e colocou todas dentro do carro e eu só observando, agradecendo a Deus por pelo menos essa gentileza. Quando ele terminou eu coloquei o carrinho onde ficavam os outros, quando eu voltei para o carro ele já tinha entrado e estava me esperando já dentro do carro. Eu só abri a porta da frente e entrei, me sentando do lado dele, Coringa deu partida em silêncio sem falar absolutamente nada. Eu já estou ficando nervosa e suando horrores com o calor e de nervosa, acho que ele percebeu pois ligou o ar-condicionado e fechou os vidros. Peguei o meu celular e mandei mensagem no grupo dos amigos da faculdade, avisando que eu tinha chegado bem e falando que já estava morrendo de saudades. Entrei no i********: e fiquei vendo algumas fofocas, depois fui para o f*******: e vi alguns posts da festa que eu fui ontem, só para me despedir deles. Na realidade nem é uma despedida, é um até logo. Pois vamos passar dois meses longe um do outro de férias, mas logo vamos voltar! Essas férias são para passarmos o natal e ano novo com a família. — CHEFE! — Dei um pulo no banco com o susto. Olhei pro lado e vi o coringa me olhar com um sorriso de canto, ele pegou um rádio e colocou perto da boca e com a outra mão continuo segurando o carro. — Fala Binho! — Coringa diz com a voz rouca. — TAMO SENDO INVADIDO PATRÃO! — Diz e na hora eu me arrepio e já fico em alerta. — O chefe meteu o pé com a primeira dama e nós tá aqui na atividade, tlg? — O QUE ESSES CUZAO FOI BUSCA AI p***a? NOS PAGOU ESSA MERDA ESSE MÊS ! — Coringa gritou bolado. — Não sei patrão, vou desenrolar aqui! — Disse e enquanto ele falava dava pra escutar os tiros. — Coringa, pra onde os meus pais foram? Eles tão bem? A minha vó tá bem? — Pergunto desesperada, mas ele nem sequer me olha. — CORINGA! Grito e só então ele me olha, Coringa franze a sobrancelha e me olha bolado, bem sério mesmo. — Fala baixo c*****o, tá achando que tá falando com quem? Não sou os teus cuzao p***a! — Diz bem sério, então ele joga o rádio onde estava. — Eu estou preocupada com os meus pais, o que me custar tu me dar uma resposta cara? — Falo e ele me joga feio. — Tá surda, p***a? Não escutou que teus coroa meteu o pé? — Diz grosso, eu sinto uma vontade imensa de chorar. — Já não basta eu ter largado o meu trabalho pra ser mordomo da princesa, ainda tenho que aguentar isso. — Murmura mas eu consigo escutar. Suas palavras me deixaram magoada, então é isso? Ele me vê como uma menina patética, filha do papai e da mamãe, que ridículo. — Eu não pedi pra você está aqui, ok!— Falei seria. — Você acha que eu gostei de te ver ao invés de ver os meus pais, eu desci do avião na maior expectativa, o que custava ser um pouquinho gentil, eu eh que macho grosso. — Ou Vitória, tu fala direito comigo! —Diz em um tom tão sério. Eu só consigo ver o sub dono do morro, falando com um soldado seu. O olho e não digo nada, mando mensagem para o meu pai e minha mãe e deixo o celular no meu colo. Observo o Coringa mudar a rota e não digo nada, provavelmente ele está mudando pra não darmos de cara com o tiroteio e nem os policiais. ***** — Nome e sobrenome? — A mulher perguntou olhando para mim. — Vitória Almeida. — Falei séria. Então ela olhou os meus documentos e depois olhou para o coringa. — Ok, o quarto já está liberado e limpo, pagamento até meia noite! — Diz e entrega os nossos documentos. COMO? Esperei a moça se afastar e me virei para o Coringa. — Quarto? Você só pegou um quarto? — Perguntei torcendo para a resposta se "não" — É p***a, só tem um e nós vai dormi nesse mesmo! — Falou sério. — Algum problema? — Não! — Falei querendo pular em seu pescoço, mas meus planos foram interrompido com a volta da moça. — Prontinho, aqui o cartão! Boa noite e lembrando que temos café da manhã. — Diz sorrindo e entrega o cartão para o coringa. Segui o Coringa e entramos no elevador, ele apertou o décimo sexto andar, as portas se fecharam e tudo o que ouvimos é o barulho que o elevador tá fazendo. Assim que chegamos no andar o elevador parou, a porta abriu e nós descemos do elevador, andamos no corredor e finalmente achamos a porta. Ele colocou o cartão e a porta abriu, eu passei na frente e entrei sem falar nada, eu tô até agora sem acreditar que vou ter que dividir o quarto e a cama com ele. Mas vou fingindo costume, fingir que não quero matar ele asfixiado com o travesseiro e é isso. — Eu vou tomar banho! — Falo e vou direto para o banheiro. Entro no banheiro e fecho a porta e passo o trinco, coloco as minhas coisas em cima da pia e abro a bolsa, tirei meu pijama e deixei em cima da pia. Tirei a minha roupa que está no meu corpo, dobrei e guardei na bolsa e já aproveitei e tirei a roupa que vou usar para dormir. Liguei e senti a água gelada passar pelo meu corpo, aliviando a tensão e o nervosismo, desliguei a água, me ensaboei e enxaguei rapidinho. Tudo pra não escutar reclamação do outro, afinal se ele soltar mais um “A” eu vou surtar gostoso. Sai do box, me sequei, vesti um conjunto de pijama, penteei o meu cabelo, peguei a minha bolsa e saí do banheiro. Deixei a minha bolsa em um canto do quarto e fui em direção a cama, de canto de olho eu vi o bonito na varanda mexendo no celular e fumando, me sentei na cama. Coloquei o carregador no celular e conectei na tomada ao lado da minha cama, entrei no w******p e nada dos meus pais me responder. Sem querer os meus olhos desviaram do celular e foi para o bonito, o olhei de canto de olho e vi que ele estava meio que de costas. O coringa é lindo demais, infelizmente isso eu não posso negar! O apelido “Coringa” veio do cabelo verde, do seu modo louco de viver, ele é tão bonito e alto, tem uma carinha de quem vai te f***r gostoso e vai f***r o seu psicológico. Sinto a minha b****a se contrair, p**a merda! Eu estou fodida se continuar pensando com a b****a e não com o cérebro. Meu celular toca, então eu atendo rapidamente. — Oi? — Pergunto. — Já chegou na sua casa gata? — Sorrio ao escutar a voz dele. — Teve um contratempo, mas nada muito sério! Tá tudo bem aí? Já tô com saudades. — Falo sorrindo. Observo o Coringa passar por mim feito foguete e ir para o banheiro batendo a porta com força. — Tem alguém aí com você? — Perguntou o Isac. — Não! — Respondo. — Gatinho, amanhã eu ligo pra você, tudo bem? Eu tô cansada da viagem, beijos boa noite. Antes que ele fale qualquer coisa eu desligo sem dar chance dele falar mais nada, me deito e fico olhando para o teto. Amanhã eu vou fazer o Coringa comer o pão que o d***o amassou ou não me chamo Vitória!
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