Capítulo 2

1583 Palavras
Vitória Almeida Abro meus olhos aos poucos sentindo o sol queimar o meu rosto, respiro fundo e quando penso em reclamar eu me calo. Me espreguiço, fecho os meus olhos e agradeço a Deus por estar dando a oportunidade de mais um dia de vida. Me deito de barriga para cima e quando eu olho para o lado eu tenho um mini surto, Coringa está dormindo do meu lado. Ele está real apagado e no quinto sono, respiro fundo e o encaro, em todos esses anos que eu vivo intensamente aproveitando cada momento da minha vida, eu nunca consegui achar um homem tão bonito como ele. Coringa é único, os seus lábios carnudos e seu jeito sério, até dormindo ele é sério e m*l encarado, esse homem não envelheceu nadinha! Parece vinho, quanto mais velho melhor. Me levantei de fininho e fui para a varanda, vejo uma piscina e sorri vendo que temos muito homem gato e gostoso, hoje eu vou fazer a minha estreia no rio de janeiro! Pego a minha bolsa e vou pro banheiro, tomei um banho rápido, vesti o meu biquíni preto simples mas que fica lindo no meu corpo. Saio do banheiro e o bonito ainda tá dormindo, dessa vez tá todo jogado na cama, todo aberto mesmo. Pego meu celular, dinheiro e saio do quarto, pego o elevador e quando saio dou graça a Deus vendo que o hotel tem café da manhã. Me sirvo de pão, queijo, presunto e ovos mexidos, pego uns pedaços de manga e um suco de maracujá. Me sento em uma mesa sozinha e como tudo calmamente, dou um gole no meu suco e pego meu celular desbloqueado para ver se meus pais me responderam. Mas infelizmente não tem nenhuma ligação, nenhuma mensagem ou nada desse tipo, fecho meus olhos e peço a Deus para que nada tenha acontecido com eles. Suspiro preocupa, mas não vou surtar antes de uma resposta ou de ter certeza que algo aconteceu, afinal notícia r**m chega cedo né? Termino de comer e deixo tudo organizado, assim que eu termino eu me levanto e vou para a área de piscina, quando eu chego eu vejo vários homens e poucas mulheres, todos me olham e eu finjo não perceber. Passo por eles de cabeça erguida sentindo os olhares vidrados em mim, ainda de cabeça erguida e fui até uma espreguiçadeira que fica longe de todos, mas perto do bar. Coloquei meu celular em cima da espreguiçadeira e tirei meus cortes jeans fazendo questão de balançar a minha b***a de um lado para o outro sensualmente. Quando terminei o meu show eu me deitei na espreguiçadeira e deixei meu celular de lado, sorri ao ver que vários homens estão olhando para mim. Faço cara de cara de nojo ao ver uns velhos e outros casados brincando com filho ou filha me olhando, machos nojentos, não tem consideração pela família. Fecho meus olhos e fico aproveitando o calor, eu não consegui chegar aqui bronzeada mas vou conseguir ir para a favela bronzeada. — Moça? — Abro meus olhos e vejo um garçom com um copo na mão. — O homem ali na piscina mandou esse drink para a senhora, se a senhora aceitar o drink é uma resposta que você aceita que ele se aproxima. Olho para o moço, moreno, tatuado, cavanhaque, sem aliança e com cara de quem fode bem. — Obrigado moço, vou aceitar sim. — Falei e peguei o drink. Peguei o canudinho e suguei o líquido sentindo gosto do morango na minha boca, sorri para o moço, levantei o drink agradecendo, ele sorriu e se levantou saindo da piscina. Enquanto eu vinha até mim eu fiz uma análise completa, provavelmente eu vou me decepcionar pois ele tem cara de filho de papai, mas eu só quero sentar pra ele e mas nada. — Oi anjo, satisfação Henrique! — Falou e me cumprimentou com um beijo na bochecha. — Prazer, Vitória. — Falei e sorri me afastando.— Obrigado pelo drink, eu amo morango. — Estão eu acertei? — Sorri e assenti. — Claro, mas me conta você é aqui do Rio? — Pergunto e ele n**a. — Sou de São Paulo, estou a negócios aqui e você? — Uh, interessante. — Nasci e cresci aqui, com 18 fui fazer intercâmbio e voltei só para passar o natal e ano novo com a família. — Explique enquanto tomo o meu drink. — Interessante, mas qual faculdade você está cursando lá fora? — Pergunta. — Medicina, faltam quatro anos para finalizar. — Falo e ele assente. — Depois você pretende ficar lá ou voltar para o Brasil? — Pergunta — Tá aí uma pergunta difícil, eu nunca parei para pensar nisso. — Falei sorrindo. — Tem que pensar nisso, pô! Mas fala aí, vamo da um tibum na piscina? Olhei para a piscina e vi que a área praticamente já está vazia, sem ninguém, só tem eu ele e uma senhora mas a frente. — Claro,! — Falei levantando e indo até a piscina, pulei nela sem pensar duas vezes e submergi jogando meu cabelo pra trás. Olhei para o Henrique vendo ele sorrir, então ele pulou na piscina do meu lado, quando ele voltou para a superfície começamos a rir. Henrique foi se aproximando e eu tinha certeza que iria rolar um beijo ou algo do tipo, mas quando eu vi o Coringa entrar na área da piscina eu me afastei sem pensar duas vezes. — VITÓRIA!!!! — Ouvi o grito do Coringa, revirei meus olhos e olhei por cima do ombro do Henrique. Coringa andar rapidamente até nós e quando chega perto o Henrique o olhar e dá um passo para trás assustado, p**a que pariu. — Coringa? Eu não sabia que ela é tua p**a, foi m*l aí! — Disse já se afastando e saio correndo. Fico chocada, além de me chamar de p**a, insinuou que eu tenho algo com o Coringa, ridículo. Me viro e olho para o Coringa que está totalmente vermelho, vou para a borda da piscina e subo pegando impulso, me sento e depois fico em pé dando de cara com ele. — Que p***a de roupa é essa Vitória? Teu pai ia amar ver a princesinha dele vestida assim. — Reviro meus olhos. — Tu não me segue no i********:, né? — Falo e vejo ele arregalar os olhos. — Tracinho pequeno, vitória almeida tudo junto em minúsculo, vê lá as minhas fotos antes de falar merda, o****o! Pego o meu celular, shorts e saio andando, quando eu chego na porta sou puxada pelo braço, me viro dando de cara com o coringa. — Já falei que não sou teus amigo filho da p**a, me respeita nessa p***a! — O olhei de cima a baixo. Me aproximei dele, ficando com o rosto bem pertinho do dele e sorri debochada. — E você acha que é quem para me pagar desse jeito, me solta c*****o! — Falei e me soltei dele. Fui para dentro do hotel e peguei o elevador, rapidinho entrei no quarto, deixei o shorts na bolsa e fui para a sacada ficar pegando o sol enquanto mexia no celular. Escuto a porta abrir e sei que é ele, continuo plena mexendo no celular, foi quando para a minha salvação eu vejo um post de uma balada no Leblon falando que hoje vai ter algumas apresentações especiais. Sorrio animada e me levanto da espreguiçadeira, quando vou me virar dei de cara com o Coringa, reviro meus olhos e tento passar por ele, mas ele me puxa. — Que saco, virou moda ficar me puxando? — Falo tentando puxar meu braço. — Tu não vai sair da p***a desse quarto, daqui a pouco nós vai partir. — Reviro meus olhos. — Leva a minha bolsa, quando eu sair da balada eu vou! — Falo e me solto. Coringa me olha feio, feio mesmo com o olhar mortal e n**a como se não tivesse acreditando. — Eu falei pra tua mãe que ia te levar pra favela e tu vai pra favela cara, depois tu faz o que quiser. — n**o. — Eu vou pra balada Coringa! — Falo o encarando, Coringa me olha de cima abaixo e abre um sorriso debochado. — Tá bom então, vou com tu e depois nos parte pra favela. — O encaro. Sei que ele está tentando fazer eu desanimar e não ir, mas se esse é o intuito dele, ele tá muito enganado. — Ok gato, vou me arrumar! — Falei sorrindo. Seu sorriso irônico murchou e ele me olhou desacreditado. ***** Me olho no espelho e finalizo o meu look com o perfume de sapatinho que eu comprei no meu intercâmbio, o povo paga super caro e lá é uma mereca. Me olho uma última vez e é bem nessa hora que o bonito sai do banheiro secando os cabelos, quando ele me vê ele para por um minuto e me olha de cima a baixo. — Tô bonita titio? — Pergunto dando uma voltinha e quando o olho novamente vejo seu olhar malicioso. — Fecha a boca que tá babando, vou te esperar no saguão.— Falo sorrindo. Pego a minha bolsa em cima da cama e saio do quarto sem olhar para trás deixando o coringa de boca aberta me olhando, sorrio satisfeita com o jeito que eu o deixei, eu não queria provocar mas eu amei a sensação que senti com o seu olhar. Um olhar de cobiça e desejo.
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