Leslie

2036 Palavras
Pela manhã... - Poderia ser mais específica por favor, senhorita? - O que mais você quer que eu diga? Eu estava dormindo quando de repente uma mulher vestida de vermelho entrou no meu quarto e quase me matou com uma faca. Evelline conversava com um oficial enquanto tomava um chá calmante e a polícia fazia perícia em seu apartamento. - Poderia descrever essa mulher? - Ela usava uma roupa vermelha, tinha mais ou menos a mesma altura que eu e é só isso que eu sei. - Não tem mais pra descrever? - E como teria? Eu estava dormindo! - Então como você viu? - Foi a Fragmentada, ela pôs a mulher pra correr. - Não poderia fazer mais perguntas a ela? - Eu já fiz, você quer tentar? Então Evelline deixa o pescoço mole e a cabeça cai, ela fica em transe por uns segundos, e depois levanta a cabeça de lado, com os olhos completamente azuis, e a Fragmentada diz: - OI! - N-n******e parar com isso! E então Evelline retomou o controle. - Isso é bizarro pra caramba. E o oficial se afastou. Johnny chegou na casa de Evelline nessa hora, e ele vai direto até ela e a abraça. - Meu amor, o que aconteceu? Você está bem? - Estou bem Johnny, não aconteceu nada comigo. - Que bom. Você sabe quem foi que fez isso? - Não. Então um policial chegou perto deles, pedindo licença: - Senhorita Armstrong, achamos sangue em algumas partes do chão e alguns cacos de vidro. Como a senhorita não está machucada, então... - Sim. Por favor, assim que tiver os resultados me avise pessoalmente. - Com toda a certeza, vou analisar agora mesmo, se me der licença... E ela acenou com a cabeça, e o policial saiu. - Tem alguma coisa que eu possa fazer pra ajudar? - ofereceu Johnny. - Claro, sabe onde está o Austin nesse momento? - Ahn... ele disse ontem que estaria na base em Nova Jersey. - Ótimo, vou dar um pulinho lá. - Espera, o que? - Eu não vou morrer, prometo. Te vejo logo, logo. - Tá bom... Evelline dá um beijo nele e se vira, pega o celular e faz uma ligação: - Sarah, arrume as malas. Um tempo depois, Sarah e Evelline pegaram um avião direto para Nova Jersey, e foram para uma base militar que ficava numa floresta. Chegando na base, elas são recebidas por Austin, que tinha acabado de participar de uma reunião com alguns líderes da corporação. - Ora, ora, ora, finalmente veio me visitar. - disse ele cordialmente. - É, eu só esperava que fosse numa situação melhor... - respondeu Evelline. - Do que está falando? - Tentaram me m***r ontem a noite, Tio. Austin franziu a testa, e então levou Evelline e Sarah para uma sala, e os três conversaram a sós lá, Evelline contou tudo o que aconteceu quando a invasora tentou matá-la, e Austin disse: - Não quero parecer insensível Eve, mas você já tem calibre o suficiente pra cuidar disso sozinha, não? - Isso não é sobre mim, lembra que eu falei que sentia que alguma coisa estava errada? Pois então... Evelline falou sussurrando agora: - Eu acho que temos invasores dentro da corporação. - O que quer dizer? Sarah tomou a frente: - Na nossa missão na Barca, dois soldados Osíris se disfarçaram de guardas americanos da Barca. - Uma inteligente estratégia de camuflagem. - disse Austin. - Mas, e se não for só isso? - questionou Evelline. - Certo, onde vocês querem chegar? - Aquela explosão dos barris no hospital, me processaram por isso, sendo que nem no país eu estava. Floyd York pareceu não ter conhecimento do paradeiro da sua própria equipe de resgate, já que se tivesse, ele não teria me processado. Não é estranho que tenham tentado me m***r ontem? Logo depois de eu ser inocentada e você não soube de nada, Tio? Além do mais, o F.E.C.T.O nem sequer se manifestou sobre todos esses ocorridos, estranhamente dois deles são ataques terroristas quase que seguidos e estranhamente ligados. Austin ficou pensativo. - Qual seu palpite? - perguntou ele. - Acho que os Osíris estão infiltrados aqui. - E o que eles iriam querer aqui? - Caras do m*l realmente precisam de um motivo pra fazer maldade? - disse Sarah. Austin mudou a postura, e então contou: - Eu precisava ter certeza. Alguns agentes tem agido estranho desde um tempo pra cá. Quer dizer, a vida de um agente corporativo é sempre estressante e na maior parte do tempo todo mundo age estranho mesmo, mas ultimamente eles parecem mais... agitados. Conversando aos sussurros e enviando relatórios incompletos. Claro que eu procurei saber o que está acontecendo, mas nunca encontrei nada, até vocês chegarem pelo menos. Evelline pensou um pouco, e lembrou do que Maximilian disse. - Eles querem fazer a humanidade evoluir, dando super poderes a todos os seres humanos... - O Laboratório Power! - disse Sarah. - Faz sentido. O Laboratório Power é fundado em experiências com DNA e mutações genéticas. - confirmou Austin. Evelline ficou pensativa, e Austin perguntou: - Espera, vocês acham que eles querem entrar aqui pra ter acesso ao laboratório? - Eles não querem entrar aqui, eles já estão aqui, em algum lugar. Provavelmente por toda a parte. - respondeu Evelline. - Quando vai ser a inauguração do laboratório? - perguntou Sarah. - Daqui alguns dias. - respondeu Austin. E os três ficaram em silêncio, pensativos. - Bom, digamos que nós estejamos certos, não podemos confiar em ninguém aqui dentro. - disse ele. - Acho que conheço alguém que pode nos ajudar com isso. - disse Evelline, sorrindo. Austin e Sarah olharam pra ela curiosos. - O Leslie está por aqui? Austin levou as duas até uma sala secreta, assim que eles entram, uma porta de metal reforçada fecha atrás deles. Evelline vê um vidro de contenção bem a frente, e numa salinha, ela vê Leslie, um menino sentado e brincando com uns carrinhos de brinquedo. - Por que ele tá preso aqui? - perguntou a Capitã. - Ele não está preso, foi escolha dele, o próprio Leslie pediu pra ficar trancado aqui. - explicou Austin. - Será que eu posso...? - Pode. E então ela chegou perto do vidro e deu um toque de leve, imediatamente Leslie se virou para ela, sorrindo, e foi até o vidro, e pôs a mão sobre ele, e Evelline pôs a mão sobre o vidro também, junto com a dele. Eles sorriem um pro outro, e então Evelline entra pela porta da sala ao lado, e assim que chega dentro da salinha, Leslie vem correndo e a abraça pela barriga. - Como você cresceu! - disse ela abraçando Leslie. - Eu senti saudades. - respondeu o pequeno Leslie. - Eu também meu querido, mas não podia vir antes. Sarah e Austin, que estavam do lado de fora da salinha, ficam ali observando os dois, até que Sarah pergunta: - Esse não é aquele garoto que ela resgatou dos Salvadores? - Exatamente. - Ele se chama Leslie? - Nós demos esse nome pra ele. Evelline olhou os brinquedos dele, e se sentou ali, com Leslie ao seu lado. - O que você está fazendo? - O tio Austin me deu esses brinquedos de aniversário. - Uau, que legal. Quantos anos você tem agora? - Tenho dez anos. - Meus parabéns, vovô. Leslie ri. - Eve, você acha que eu vou conhecer meus pais algum dia? Evelline fica pensativa ao ouvir isso. - Eu não me lembro deles, eu tenho pais, né? - Sim... é claro, todos temos pais. - respondeu ela. - Os meus devem ter me esquecido com a cegonha. - disse ele, também pensativo. - Cegonha? AH! Sim... sim... quer dizer, não! Enfim, eu prometo que um dia nós vamos achar seus pais. - Você é como uma irmã mais velha pra mim, Eve! Evelline fica muito feliz em ouvir isso, e acaricia o cabelo de Leslie, sorrindo. - Então Leslie, por que você não sai daqui? Podia brincar lá fora com seus brinquedos, ou poderia ir pra algum lugar mais divertido. - Não quero. - Por que não? - Aqueles homens... eles são maus. - Que homens? - Os que trabalham aqui, eles mudaram os homens semana passada, e eu não gosto desses novos. - Hm... - Evelline ficou pensativa. - Mas você não gosta de ninguém daqui? - Gosto sim, tem o tio Austin, aquela moça do lado dele. - falou Leslie apontando para Sarah pelo vidro. - Tem você, Eve. - Só nós? - Algumas outras pessoas também. - Entendo. Mas por que você não gosta do resto? - Eu me sinto ansioso perto deles, eles me dão arrepios, eu olho pra eles e vejo sombras pretas. Evelline já entendeu tudo na hora. - Bom, se você quiser, nós podemos tomar um sorvete a qualquer hora, o que acha? - Eu gostei. - disse Leslie, sorrindo. Então Evelline deu um beijo na testa dele, e disse: - Eu já volto, está bem? Ele balançou a cabeça positivamente e sorrindo. Evelline saiu da sala, e foi até Austin e Sarah, que as levou até uma sala de reunião, e lá eles sentaram e começaram a pôr as ideias na mesa: - O Leslie não confia na maioria das pessoas aqui dentro, ele disse que semana passada todos os que trabalhavam aqui foram substituídos, e ele não gosta nem um pouco desses novos. Meu palpite é que tudo o que rolou semana passada, da Barca, os barris do hospital, foi uma mera distração pra eles entrarem. - disse Evelline. - Perdão, mas que diferença realmente faz a opinião dele? - perguntou Sarah. Evelline encarou Austin, esfregando as mãos uma na outra, então Austin explica pra Sarah: - Passamos meses estudando que tipo de poder Leslie tinha, já que ele é capaz de até mesmo atrasar o tempo. - Eu lembro disso. Mas ainda não explica... - Leslie tem a habilidade de discernir as coisas. Ele consegue saber na hora quem é quem, só olhando. - explicou Austin. - Então ele é capaz de identificar os vilões? Perfeito! - Acho que só isso não vai bastar. - lamentou Evelline. - O que tem em mente? - perguntou Austin. - Não consigo tirar da minha cabeça uma coisa que minha avó me falou, a muito tempo atrás, quando descobri meus poderes. Austin e Sarah olharam para Evelline, prestando muita atenção. - Ela me falou que a chave para derrotar os Salvadores estava num alçapão, que ficava no meio de uma floresta. - Mas os Salvadores já foram derrotados, não é? - disse Sarah. - Sim, mas e se essa coisa não servir apenas contra os Salvadores, mas pra qualquer outra coisa do mesmo tamanho? - Por que você nunca procurou isso antes? - perguntou Austin. - Nunca foi necessário, deixei onde já estava guardado. Tentei ficar o mais distante possível de toda essa história, mas infelizmente nem tudo que a gente quer a gente consegue, né? E conhecendo Margareth Armstrong, eu sei que essa coisa, seja lá o que for, está num local totalmente seguro onde ninguém vai achar. - E onde está essa coisa? - Vamos descobrir. - disse Evelline, puxando um livro debaixo da mesa. - Isso é...? - Faz muito tempo, mas vamos ver. Evelline abre o livro que pegou na casa queimada da sua avó a anos atrás, e começa a ler com as pupilas brilhando em azul, e ela passava as páginas rapidamente, até que de repente ela fecha o livro, e os seus olhos voltam a cor normal. - Ottawa. - ela diz. - Espera, o que? - Sarah ficou confusa. - Eu sei exatamente onde está, precisamos ir pra Ottawa. - Ainda não. - interrompeu Austin. - Por que não? - Não esqueça que amanhã será o debate das pautas, todos nós precisamos voltar para Washington ainda essa noite. - lembrou ele. - d***a! - Evelline exclamou. Austin então propôs: - Essa conversa nunca aconteceu. Vamos manter tudo isso aqui entre nós três e agir normalmente, e depois do debate, vocês vão até Ottawa, estão de acordo? As duas se entreolham e respondem: - Estamos.
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