CAP 2 - JÚLIO E YASMIN PARTE 1

3180 Palavras
Júlio entra no prostíbulo. Senta-se em uma mesa vaga para ele e faz sinal para o garçom vir servi-lo. O mesmo já vem com o vinho preferido dele. Como de costume, fica sentado olhando para tudo. Ele vê Madalena e lhe faz sinal com a cabeça, dando um oi. Madalena sorri para ele. As cortinas do palco se abrem e Yasmin dança, pela primeira vez no local, uma linda música celta: The Mummer’s Dance Loreena Mckennit: Júlio olha nos olhos de Yasmin demonstrando desejo. Estava fascinado com ela. Yasmin não vê ninguém, nem mesmo Júlio, pois ao dançar faz para seu Deus. No final de sua apresentação, ele levanta-se e vai até Madalena. Júlio: - Pago o que você quiser por uma noite com a dançarina. Madalena: - A dançarina, como o próprio nome diz, apenas dança. E, além do mais, ela é minha filha. Júlio fica surpreso: - A menina que você criou? Mas ela não viva com os tios em outra cidade? Madalena: - Veio morar comigo a poucos dias. Ela só se deita com quem quiser e não por dinheiro. Júlio olha para Yasmin, que senta-se ao lado de um mendigo. Mordido de raiva, por ser contrariado, vai embora. O mendigo, notando o olhar de Júlio, comenta com a moça: - O juiz se encantou com você. Yasmin sem notar absolutamente nada, responde: - Nem sei quem é. Mendigo: - Alguém que parece te querer. Yasmin: - E ficará querendo. - diz brava indo falar com Madalena. Madalena: - O que foi? Yasmin: - O mendigo que fala bobagens. Quem me atirar para os braços do tal juiz. Madalena: - Todos viram e perceberam os olhares de Júlio. Ele nem se preocupou em disfarçar. Aliás, está acostumado a ter tudo o que quer e fazer tudo do seu jeito. Mas você parece desapontada com o mendigo. Yasmin: - Ele parecia diferente. A noite transcorre normalmente. Yasmin ajuda nas mesas e ninguém mexe com ela por saberem ser filha de Madalena. Ela ganha até mesmo protetores, clientes de anos da casa. Na noite seguinte, Júlio está novamente lá com ares de caçador em busca de sua caça, no caso, Yasmin. Ela estava sentada em uma mesa no canto, sozinha. Ele vai até lá e gentilmente, pede: - Posso sentar-me aqui? Yasmin taxativamente, responde: - Não. Júlio expressa um olhar de fúria, por ser contrariado. Não estava acostumado com isso, pois todos lhe atacavam, em silêncio. Era imperativo por natureza. Eles, dissimuladamente, disfarçam o descontentamento e diz, tentando ser delicado: - Eu apenas quero falar-lhe. Yasmin, altiva, responde: - Um amigo meu logo estará aqui. Entra pela porta o mendigo. Júlio fica revoltado e cheio de ódio por ter sido trocado por um mendigo. Como ela se atrevera? Ele retira-se deixando claro seus sentimentos e esbarrando de propósito no ombro do mendigo. Yasmin pergunta ao mendigo: - Qual o seu nome? O mendigo: - Meu nome é Samuel. Yasmin: - Nome pouco comum na região. Você é de fora da cidade? Samuel: - Cheguei a poucos dias. Yasmin: - Percebo que tens hábitos de fidalgo. Samuel, sem graça, diz disfarçando: - Pois bem capaz que pareço fidalgo. Sou apenas um ninguém. Yasmin estava curiosa. Sabia não ser verdade. Lia as almas das pessoas. Júlio estava sentado bem no fundo do salão, só olhando os dois conversarem. Uma prostituta chega até sua mesa, a que ele sempre escolhia, por ser a mais jeitosa fisicamente. Ele rispidamente a toca de perto. A moça, revoltada, olha para Yasmin com inveja, por perceber um olhar diferente dela para com a moça. Até Yasmin chegar na cidade, era Sofia que tinha a atenção do juiz. Sofia insiste: - Posso apenas lhe fazer, somente, companhia? Júlio: - Se ficar de bico calado e me servir, pode. Madalena chama Yasmin para mais uma apresentação. Yasmin se arruma no palco e os cantores e músicos começam a tocar The Mystic’s Dream - Loreena McKennitt: Mais uma vez Júlio fica olhando as formas sinuosas da moça, que tinha quadris largos e coxas grossas. Ela praticamente a despi com o olhar. Então percebe que ela está dançando e olhando para Samuel. Ele sai revoltado, jogando o dinheiro na mesa. Sofia percebe tudo e fica com mais inveja ainda de Yasmin. No outro dia, pela manhã, Júlio estava andando nas ruas e encontra Yasmin cheia de compras. Ajudava assim Madalena. Ele vê uma grande oportunidade de aproximação, dizendo e retirando seu chapéu: - Posso ajudá-la? Yasmin orgulhosa e cheia de si, responde: - Agradeço, mas sou uma mulher forte, que não precisa da ajuda de homem algum, muito menos um estranho. Júlio fica sem graça e ofendido. Quem era ela a negar-lhe a gentileza? Ele responde: - Não sou estranho, sou o juiz da cidade. Yasmin: - Pois eu pouco o conheço. Com sua licença. - Ela fala e se retira, por avistar Samuel. Aproximando-se do mendigo, lhe entrega as compras pedindo que a ajude. Júlio fala sozinho para si: - Pois você será minha agora por bem ou por m*l, e pobre do coitado que se meter entre nós. - Fala fulminado Samuel. No caminho para o bordel, Samuel e Yasmin conversam. Samuel: - O mendigo caiu em suas graças. Yasmin: - Pois só perderá tempo. Todos sabemos que ele só tem o sobrenome do patrono da cidade e utiliza isso em seu próprio benefício, desonrando o nome de seus pais. Nem se parecem com seus irmãos, muito menos com Lúcio, que é nobre e gentil como seu pai. Ele é um sujo e podre de espírito. Samuel: - Então conhece ele? Yasmin: - Sim. Morei aqui até meus quinze anos, quando minha mãe, por temer que seus clientes me fizessem m*l, me enviou até a casa dos meus tios para trabalhar e ter idade suficiente para me cuidar. Júlio já estava na faculdade e desde essa época me fitava da mesma forma. Me dá nojo e arrepios. Samuel: - Por isso o trata com tanto desprezo. Yasmin: - Justamente. Mas e você? Samuel: - Eu o que? Yasmin fala se insinuando: - Não caiu nas minhas graças? Samuel fala sem graça: - Mas o que uma menina tão linda como você que com um mendigo, poderia ter um juiz aos seus pés? Yasmin fala de forma petulante: - Primeiramente reconheço um homem bom quando olho para ele e um homem m*l também. Essa é a diferença básica entre vocês dois. Em segundo lugar, Júlio não cai aos pés de ninguém. Sou um capricho que ele quer, um troféu. Apenas isso. O mendigo fita a espontaneidade da moça com admiração. Não poderia, mas estava ficando difícil não se apaixonar. A música para esse momento era The Bonny Swans - Loreena Mckennitt: Júlio os perseguiu até um certo tempo e depois foi para seu trabalho. Lá, em sua escrivaninha, coloca-se a pensar com cara de assassino. Seu ajudante, aproxima-se com receio, dizendo: - Senhor? Júlio sem olhar, rudemente e impera dizendo: - Fala logo o que quer. O ajudante, de cabeça baixa, diz, em tom suave: - O senhor Ávila está querendo lhe falar. Júlio fala de forma grosseira e sem paciência: - Pois mande-o entrar, vamos! Quando o Senhor Ávila, nobre muito rico da cidade entra, Júlio vem sorridente lhe cumprimentar, dizendo: - Mas o que devo a honra dessa visita? Senhor Ávila: - É por conta daquela aldeia de plebeus, que se instalou nas proximidades desta cidade. Júlio diz seriamente: - Sei da questão. O Senhor Ávila diz, puxando um saco com moedas de outro, colocando-as à mesa: - O senhor sabe que represento os nobres que mandaram essa gentileza em troca de uma ajuda do amigo, para que tudo seja resolvido com máxima pressa. Júlio olha para as moedas e entende a velada ordem vinda de seus companheiros, respondendo: - Naturalmente irei providenciar a exclusão dos mesmos das terras. Senhor Ávila diz erguendo o dedo: - Terras da sua família, cedidas de maneira irregular, por seu irmão Lúcio. Júlio fala mordendo sua boca, por não gostar do tom do nobre: - Pois fique o senhor tranquilo quanto ao desfecho do assunto. Irei ter, logo mais, com meu irmão e certamente resolverei tudo ao agrado dos amigos. Senhor Ávila levanta-se satisfeito e, cumprimentando Júlio, despede-se: - Irei passar o recado a todos. Passe bem. Júlio responde, despedindo-se: - Passe muito bem. Ele pega o saco de moedas e guarda na gaveta. Olha para seus pais e deixa uma lágrima escorrer. Fazia algo que não queria para manter-se no grupo de poderosos da cidade. Ao contrário de Lúcio, que era respeitado por sua honradez, Júlio era suportado por troca de favores. Com a diferença de um ano de seu irmão mais velho, não conseguia deixar de ter mágoa do seu pai por deixar tudo nas mãos de seu filho mais velho. Era só um ano de diferença. Bobagem ignorá-lo por padrões sociais. Não engolia ter que acatar tudo que Lúcio dizia em respeito a memória daquele que não o respeitou. Estava sempre buscando contrariar seu irmão com o propósito de uma vingança descabida e fora de tempo. No fundo, cada coisa que fazia errado, sentia vergonha de quem era e do que tinha se tornado. Ele lembra de Yasmin e um sorriso vem em seu rosto. Uma música define os sentimentos de Júlio naquele momento, lembrando de Yasmin na adolescência e agora: O Amor, Você e Eu - SPC. Júlio vai até o bordel, Já anoitecera. Madalena vai cumprimentá-lo: - Senhor juiz? Júlio diz: - Para você é só Júlio, você sabe Madalena o que somos… Madalena: - Mas os outros não… Ele olha para Yasmin e Madalena percebe, dizendo: - Anda fitando muito minha filha. Júlio: - Nunca vi ninguém como ela antes. Madalena: - Não é de hoje… Júlio sorri, olhando para baixo. Madalena enxerga, por um momento, o Júlio da infância: doce, meigo e gentil...Até hoje não entendera como tinha mudado tanto. Ou sempre tinha sido assim e só tirou a máscara? Ela então diz: - Esqueça. yasmin pertence a fauna e a flora. Ela é bicho solto e livre. Lúcio olha em direção a ela e Samuel e diz: - Parece que nem tanto. Madalena tenta disfarçar. Sabia que Samuel correra perigo se Júlio o sentisse como uma pedra em seu caminho: - Bem capaz. Ela só está tentando ajudar. Minha menina é assim... coração mole. Júlio: - O olhar entre os dois não é de irmãos. Madalena: - Deixe de imaginar coisas. Está com ciúmes porque é o único homem que ela deixa chegar perto. Júlio tomando seu vinho diz: - Justamente. Madalena: - Yasmin tem suas crenças. Ela diz que ama ser livre. Que o amor de um homem é pouco puro. A união com um homem, que deveria libertar, aprisiona como um amor errado. Júlio, um pouco alto, revela: - Sei que quando amamos alguém temos que conquistar custe o que custar. Madalena: - Como se conquistam terras e ouro em brigas de posses? Por acaso está dizendo que a ama? Júlio cai em si, dizendo: - Deixe de bobagens. E isso lá importa? Eu a quero e a terei. Madalena: - Pois esqueço o que somos um para o outro e me terá como uma grande inimiga. Júlio fala com deboche: - Está tentando me ameaçar? Madalena: - Não me tire do sério ou… Júlio a interrompe dizendo: - Ou o que? Vai correndo contar para Lúcio? Poupe-me. Yasmin está dançando com um senhor cliente, de muita idade, que era muito respeitador. Júlio vai até lá e diz ao senhor: - O senhor me cede a vez? O senhor, sem ver maldade, diz: - Pois é claro, nobre juiz. Júlio pega Yasmin pela cintura e a puxa em sua direção, prendendo-a bem perto de seu corpo e olhando em seus olhos. Yasmin tenta se livrar, mas sente-se presa. Ela tenta empurrá-lo e diz: - Estou avisando, é melhor me soltar. Júlio diz chegando bem perto de seu rosto: - Não paro de pensar em você. Yasmin não perde a chance de afrontá-lo: - Por qual motivo? Por ser inesquecível ou por não me curvar diante de suas vontades digníssimo juiz? Júlio sorri: - Impetuosa...Cada vez me fascina mais. Yasmin fala com raiva: - Solte-me. Júlio com ar debochado diz: - Ou o que? Yasmin lhe dá um chute em suas partes íntimas. A maioria das pessoas ficam assustados. Ninguém jamais o tratara daquela forma. Madalena sorri, satisfeita e orgulhosa da filha. Yasmin senta-se ao lado de Samuel. Samuel diz envergonhado: - Devia ter te defendido. Yasmin responde: - Não preciso que ninguém me defenda. Sei me defender sozinha. Não puxe briga com o todo poderoso por minha causa. Eu lhe peço. Sofia se aproxima de Júlio dizendo: - Venho, vou lhe ajudar com a dor. Júlio deixa, com ódio no olhar para Yasmin e Samuel. Sofia o leva para o canto de uma mesa. Ela achava que tinha alguma i********e com ele. Até ver novamente Yasmin, até falava com ele de uma forma que ninguém mais. A moça então tenta aconselhar: - Se continuar bancando o ridículo na frente de todos, irá perder o respeito. Júlio fala para ela, pegando em seu braço com força: - Quem você pensa que é para falar comigo desse jeito? Você não passa de uma rameira insignificante. Sofia diz: - Sou a única pessoa que lhe tem amor. Júlio a empurra com desdém dizendo: - Não fale sandices. Sofia: - Sandices ou não, sou a única que faço tudo por você. Júlio a olha com o canto dos olhos sem lhe dar valor. Sofia: - Se você a quer, vamos pensar em uma forma de a ter sem se expor. Eu vou lhe ajudar com isso, prometo. Júlio olha para ela: - Em troca do que? Sofia: - Agrados, joias, chamegos… Júlio parece gostar da ideia. Ela era um bom passatempo. Tinha-lhe servido bem até ali. Se pudesse ajudá-lo a tirar Yasmin da cabeça. A moça parecia uma bruxa. Ele entorna todo o seu copo de vinho e diz: - Pois pense em algo e falamos amanhã. Preciso ir para casa. Sofia: - Não quer conversar no quarto. Júlio: - Não viu que a selvagem me acertou em minhas partes íntimas? Só quero ir para casa dormir. Ele sai sem se despedir de ninguém. Madalena tenta despedir-se, mas é ignorada. Yasmin nota um carinho especial de sua mãe com esse rapaz desprezível e não gosta. Júlio sai e vai para casa. Sua empregada pega seu chapéu e paletó. Ele nem a cumprimenta direito. Outra característica diferente de Lúcio, que cuidava de todos com muito zelo. Júlio desprezava pobres e plebeus. Tudo que não lhe servia para conseguir um poder era ignorado e tratado como lixo. Seus empregados já o conheciam e nem olhavam em seus olhos. Fingiam não estarem ali. Júlio só mantinha a seus serviços quem entendia as regras. Nada de muitas palavras, nem de olharem nos olhos, sempre cabeças baixas e o pouco que falavam tinha que ser de forma suave e submissa. Ele entra e sobe para seu quarto. A empregada sempre arrumava tudo. Deixava a mesa posta caso ele quisesse jantar. Se não, ela tirava e os empregados aproveitavam e faziam a festa. Júlio dava ordem de jogar fora, mas ela pegava a comida escondida para todos. Sempre que ele subia direto sem dar ordens, não comia. Mesmo assim, ela esperava uma hora para ter certeza que não desceria. Após uma hora, ela e seu esposo tiravam a mesa, limpavam tudo e faziam a festa. Se sobrava comida davam para seus vizinhos igualmente empregados que pouco vinham carne e alimentos de qualidade. Júlio sentara em sua cama sem banhar-se. Estava entregue e só pensava em Yasmin. Era como um feitiço, pensara. Via suas curvas e seu corpo se movimentando naquela dança. Devia ser alguma espécie de feitiço. Mas já a tinha no coração desde muito nova. Naquela época já dançava daquela forma. Não eram passos tão bem elaborados, mas já fazia seu corpo se mexer de um jeito provocante para sua idade. Adorava dançar na floresta e tomar banho no rio. Ele ficava espiando suas vezes molhadas e transparentes, imaginando coisas com a cabeça de um adolescente com os hormônios à flor da pele. Yasmin nunca percebera. Estava sempre tão feliz na floresta, entre a fauna e a flora, onde se sentia segura e livre. Igual presa distraída sendo fitada pelo caçador. Ela a espiava por horas sem parar. Tinha uma fixação que só passou após sua partida na cidade. Lembra do dia que foi. Foi conversar com ela e pedir que fugisse junto dele. Disse que se casaria e a moça rio na sua cara. Ela jamais esquecera tamanha humilhação. Foi entregar seu coração, chorando e cheio de emoções e sentimentos e ela riu dele, como se fosse um nada. Desde aquele momento prometeu que jamais seria tratado daquele jeito. Yasmin não faria por m*l. Achou graça de um rapaz mais velho chorando por ela. Era algo muito incomum naquela época. Ela se declarara com tanta intensidade, que de nervosa começou a rir sem parar. Tentou explicar-se, mas ele havia saído correndo, sem olhar para trás. Ela nunca se perdoara. Sabia que fez algo errado, mas não teve a intenção, só não entendia tantos sentimentos sendo ainda tão menina e criança. Ele não tinha se dado conta disso. Só via suas curvas e corpo de mulher mesmo que com quinze anos ainda. Naquela época as meninas ainda eram tolas e brincavam de bonecas, sendo preparada para casar somente após seus dezesseis, quando começavam a aprender tudo sobre um casamento com seus pais. Obviamente nada íntimo. Yasmin então era mais boba que as outras meninas, pois não pensavam em casar-se. Queria viver na floresta, cantar, dançar, plantar e colher para comer. Seria livre e solta sem ninguém para lhe mandar ou lhe dizer como viver. Quanto mais distante da sociedade e das pessoas, melhor. Sentia-se bem assim. Não temia estar só nem nada e ninguém. Se precisasse se defender, pegava o que tinha pela frente e partia para a luta, sem se dar conta do perigo e de sua fragilidade. Não entendia o quanto a vida era frágil como se fosse protegida por Deus, sem vulnerabilidades e fraquezas, coisa que nenhum ser humano nessa terra é. E as pessoas se atraíam por isso. Naturalmente a protegiam sem que percebesse. Os homens não lhe tinham coragem de desejar-lhe como se fosse uma quase santa. Menos Júlio que não a via assim. Era fogo que saía do seu olhar toda vez que a via. Como algo que lhe cegava e o fazia cometer os mais bobos erros infantis somente para tê-la. Era um desejo de possuir, conquistar, domar aquele espírito selvagem que tanto lhe extraía sentimentos de instinto e paixão ao amor. Mesmo com sua risada esses sentimentos se intensificaram de uma forma a virar quase doença. Ele tinha que possuí-la para si feito pertence, coisa ou troféu. Era ponto de honra. Aquele amor que o fazia melhor praticamente extinguiu-se , sobrando vazio.
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