O sol atravessava as cortinas finas do quarto, mas a luz parecia não tocar Elisa. Sentada na poltrona, o corpo envolto por uma manta, ela mantinha os olhos fixos na janela, como se esperasse que Luna surgisse ali, de repente, sorrindo em seus braços.
A saudade era um veneno lento.
No berço vazio ao lado da cama, os lençóis cor-de-rosa continuavam arrumados, as fraldas dobradas, as roupinhas de bebê alinhadas — como se a menina estivesse prestes a voltar a qualquer instante. Mas tudo aquilo era uma lembrança silenciosa do que Constanza havia tirado dela.
— Você precisa comer alguma coisa, Elisa — Júlia disse, entrando com uma bandeja nas mãos.
Elisa não respondeu. Seus olhos, fundos e vermelhos, não saíam da mesma direção. Júlia se aproximou e se ajoelhou à sua frente.
— Você precisa s
