Era noite. A casa, apesar de silenciosa, carregava um peso no ar. Constanza se recolhera mais cedo, após perceber que suas tentativas de manipular Elisa estavam surtindo menos efeito do que esperava. Dominic, por outro lado, estava inquieto. Elisa se encontrava na varanda, abraçada ao próprio corpo, olhando o céu como quem busca respostas nas estrelas. Dominic se aproximou devagar, sem o blazer, mangas dobradas até os cotovelos, os olhos mais suaves do que ela jamais vira. — Posso? — ele perguntou, apontando para o espaço ao lado. Ela assentiu. Sentaram-se em silêncio por alguns minutos. Só o som distante da cidade preenchia o ar. Depois de um tempo, Dominic respirou fundo, como se estivesse prestes a pular de um penhasco. — Eu nunca fui de falar — começou ele. — Sempre aprendi que mo

