A sala de estar estava mergulhada em penumbra suave. As cortinas pesadas filtravam a luz da tarde, tingindo o espaço de tons dourados e acobreados, enquanto o cheiro amadeirado do conhaque repousava no ar como uma lembrança de poder antigo. O relógio de parede marcava pouco depois das cinco da tarde quando Jean entrou no salão menor da casa, um espaço reservado, com iluminação suave e cortinas grossas que mantinham a luz do entardecer sob controle. O ambiente tinha sido preparado de forma quase cirúrgica: sobre a mesa central repousava um tablet, um maço de documentos discretos e uma garrafa de conhaque repousando em cristal lapidado. Isadora — ou melhor, Izzie, como deveria ser chamada — estava sentada numa poltrona de veludo cor creme. As pernas cruzadas revelavam um leve nervosismo, me

