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1366 Palavras

ISABELA NARRANDO Só que ele era todo “fechado”, né? Todo naquele modo durão, frio, cheio de muro. Mas não era só isso. Tinha algo mais. Algo que eu ainda não tinha entendido. Aí eu comecei a reparar que ele tava estranho. Nervoso. Distraído. Olhando pra mesa, mas vendo outra coisa. Até que do nada ele empurrou o prato pra frente e afastou a cadeira. — Vai aonde? — a Dona Helena perguntou. Ele só respondeu um “já volto” do jeito duro dele e saiu empurrando a cadeira pelo corredor. No impulso, sem nem pensar, eu levantei e fui atrás. Nem sei por quê. Só fui. Chegamos no quarto quase juntos. Ele entrou primeiro, meio ofegante, com a mão firme na roda, como se estivesse com pressa. Eu parei na porta, meio sem entender nada. — Davi? Tá tudo bem? Quer alguma coisa? Quer ir pra outro cômod

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