Apreciem a leitura, meninas...
Johanna Drummont
Ainda sentada aqui na ponta da cama, eu puxo o ar com força e libero com mais lentidão. Preciso controlar as batidas do meu coração. Sinto o meu peitö latejando sem parar e aperto o lençol da cama com força.
Esse quarto não tem nada que me faça se sentir bem. É luxo para todos os lados. Gosto de conforto? Sim, mas estou vendo que tudo é tão delicado que tenho medo de olhar e quebrar. Já vi que vou pisar em ovos aqui.
— Olá, senhora! Eu posso entrar? — Ouço uma voz suave depois as batidas.
— Quem é? — Pergunto vendo a porta sendo aberta.
— Sou a Celeste. — A mulher entra com cautela. — É um prazer conhecer a senhora. O senhor Drummont, me pediu para vi vê-la e mostrar o quarto e onde estão as coisas. — Agora eu me lembro disso.
— Obrigada! Pode me ajudar a tirar esse vestido? — Peço ficando de pé e virando de costas para ela. — Estou me sentindo sufocada.
— Claro! — Pouco depois, sinto o alívio de sentir o zíper sendo aberto.
Agora fica mais fácil de respirar e respiro até pela boca. Sinto um peso saindo do meu corpo e elevo a cabeça querendo mais ar. Celeste, fica bem na minha frente e ela explica que está sob os serviços da casa. É ela que comanda os funcionários e tudo passa por ela.
Ela avisa que conhece bem a casa e que amanhã, irá me mostrar tudo.
Ela já trabalha para a família Drummont, há quinze anos e pelo jeito, conhece bem o Ryder. Ela aparenta ter quase cinquenta anos. Parece ser uma mulher adorável, fala com suavidade e se mostra prestativa. Mas, noto também a sua cautela no que dizer. Pelo jeito, Ryder, gosta de intimidar as pessoas no geral.
— O closet fica aqui. — Ela mostra assim que entramos. — Eu coloquei as roupas da senhora desse lado e tem de tudo. Vestidos, blusas, saias, peças íntimas, calçados, bolsas e tudo que chegou da sua antiga casa. — Ela vai mostrando cada compartimento de gavetas. — O outro lado são as roupas do senhor Drummont. Ele não gosta que mexam nas coisas dele e ele percebe qualquer coisa. Qualquer objeto fora do lugar é visível ao seu olhar e eu só mexo com a permissão dele.
— Ele me falou sobre isso. — Comento enquanto observo.
Fico intrigada por suas roupas serem quase 100% escuras. Os ternos são pretos, as outras roupas também ou um tom de azul bem fechado e posso contar nos dedos as blusas sociais brancas.
É literalmente tudo em tom fechado e em preto.
— Eu imagino! No banheiro tem todos os seus produtos de banho, higiene e cuidados como gosta. Sempre que precisar que sejam reorganizados ou, quando precisar de mudanças e limpeza, pode me chamar. — Ela informa chamando a minha atenção. — Outras funcionárias não têm permissão de entrar nesse quarto.
— Entendi. Nesse momento eu preciso de um banho. — Afirmo ao sentir o suor escorrer na minha nuca.
— Claro! — Nisso, ela mostra onde ficam as toalhas limpas.
Eu receber, eu retiro o vestido por completo e vou ao banheiro. Celeste, fica no closet me esperando e prendo os cabelos. Realmente tem tudo aqui. Até o meu xampu favorito veio com as minhas coisas. Começo um banho quase completo. Me lavo bem com a esponja e bastante espuma duas vezes, querendo tirar essa sensação de calor e inquietação.
Esfrego bem o pescoço porque suei muito pela tenção e aproveito a água morna. Depois do banho, eu saio toda coberta e volto ao closet. Celeste, me mostra a gaveta das camisolas, conjuntos de dormir e tudo mais e é a hora de ficar tensa ao triplo.
— Celeste... — Chamo-a. — Onde ele está? Ele saiu?
— Está no escritório, senhora. — Queria muito ouvir que ele saiu.
— Ele dorme aqui nesse quarto? — Pergunto curiosa, tentando sondar as coisas.
— Claro, senhora! É o quarto dele e a partir de hoje é de vocês dois. — Fecho as minhas mãos em reação pela tensão. — Eu não fui alertada de alguma separação. Algum problema?
— É que..., e-eu... — Perco literalmente as palavras. — Eu não sei o que fazer.
— É normal! Eu também fiquei assim quando me casei. Quer um conselho? — Aceno em resposta. — Vocês se casaram hoje e o casamento precisa ser consumado. Apesar desse jeito fechado do senhor Drummont, eu nunca o vi machucar alguma mulher e vi de perto o primeiro casamento dele.
— Ele já foi casado? — Não escondo o choque ao ouvir isso.
— Não sabia? — Negö chocada com isso. — Desculpe! Mas eu não posso falar sobre isso em detalhes. O meu conselho é conversar com ele.
— Conversar? Duvido que seja fácil assim e ele me dá medo. — Confesso tendo aquela tensão novamente em mim.
— Uma hora isso passa. — Já vi que não tem como fugir.
Escolho uma camisola longa que eu tenho para usar. Ela é toda em seda, é branca e tem alças finas. Solto os meus cabelos e Celeste, pega um óleo de mirra para passar nas mechas. Sou orientada a usar hidratante no corpo, duas borrifadas de perfume e nesse processo, a minha vontade é de sair correndo daqui.
Nem os meus perfumes me deixam tranquila.
Eu não estou pronta para essa noite. Estou apavorada e o jeito daquele homem me dá calafrios. Ele não tem nada que me deixe confortável, ele não me dá uma sensação boa e a sua presença me deixa em surto interno. Como posso me entregar a ele dessa forma.
Será que ele vai me obrigar? Eu não vou suportar isso outra vez!
Outra coisa que está em questionamento na minha cabeça, é o que houve com a primeira esposa dele. Por que não me falaram que ele já foi casado?
Me sinto como uma pena frágil sem direção.
— Precisa de mais alguma coisa, senhora? — A pergunta me tira dos meus pensamentos. — Está com fome? Posso preparar algo para comer. — Não consigo pensar em comida agora.
— Não, obrigada! — Celeste, pede licença e ouço o som da porta sendo fechada.
Respiro fundo indo em direção à porta da varanda do quarto por estarem abertas e sinto o vento frio da noite. Fico bem na passagem perto da coluna e observo o seu como quem pede socorro a algo.
Estou com medo. Medo de ser machucada bem aqui, tenho medo de ter que olhar para aquela expressão que ele tem e medo ainda de descobrir o que ele é capaz. Ou seja, tenho medo dele por completo.
De repente, eu ouço o som da maçaneta da porta e como não há voz, só pode ser ele.
O perfume forte denuncia a sua presença e agora, eu estou imóvel. Prendo literalmente a respiração e pouco depois, sinto uma presença bem atrás de mim. Ele não diz nada, ele ainda não me toca e fico sem saber o que fazer.
O que ele realmente vai querer fazer comigo?