Anny narrando...
O resto do dia passou se arrastando, minha cabeça estava explodindo de tanta dor, poderia usar isso ao meu favor meter o pé dali falando que não estava me sentindo bem e não seria nenhuma mentira porque eu estava péssima, mas o sorriso sínico que o Murilo me dava todas as centenas de vezes que ele já passou aqui me dá força para terminar o meu trabalho e mostrar a ele que esse poder sobre mim ele não tem mais.
Já dentro do meu carro amaldiçoou não ter saindo mais cedo do trabalho, inventei de ficar com a Tereza em um bar logo ao lado do banco, agora estou nesse trânsito infernal a mais de quarenta minutos ninguém merece o trânsito desse Rio de janeiro as sete da noite de uma terça feira.
Quando cheguei em casa já era quase nove da noite perdendo todo o tempo que eu poderia está curtindo minha casa já que hoje não houve aula, entrei já tirando a roupa essa é uma vantagem de morar sozinha, andar pelada pela casa, fui tomar um banho tão merecido, sai do banheiro enrolada na toalha e fui até a cozinha tomar um remédio pra dor de cabeça, ainda bem que comi uma porção de batata frita o que vai me fazer malhar em dobro amanhã cedo, bebi meu remédio voltando pro meu quarto até que ouvi o celular tocar.
Olhei no visor e vi que era a Tereza, não sei o que essa menina ainda quer comigo.
- Fala ( falei seca, p***a eu estou com sono)
- Nossa é assim que você atende uma amiga preocupada, Anny te pedi pra me avisar quando chegasse em casa ( revirei os olhos ela me trata como se eu fosse uma criança)
- Desculpa eu esqueci, mas como agora você já sabe que cheguei bem em casa eu vou dormir, minha cabeça está doendo e amanhã tenho treino logo cedo ( falei em um tom de brincadeira)
- Espera, amiga você realmente está bem ( lá vem minha segunda mãe agir)
- Estou sim, com bem sono só isso (sei muito bem do que ela está falando, mas não tô afim de levar esse assunto adiante)
- Muito engraçada você, minha amiga não precisa esconder nada de mim não pode falar, sei que aquele demônio do Murilo está pegando no seu pé outra vez ( engoli o no na garganta que ameaçou crescer)
- Tereza a muito tempo que o Murilo não tem mais esse poder sobre mim eu realmente estou bem, fiquei com raiva na hora mais passou, vida que segue pois vai ser sempre assim enquanto trabalharmos no mesmo lugar, ele vai estar disposto a pegar no meu pé por tudo e eu nem um pouco disposta a entrar na pilha dele. ( Tentei ser o mais firme possível nas minhas palavras)
- Certo, eu vou acreditar em você e deixar passar dessa vez, mais eu quero que saiba, eu estou aqui para o que você precisar entendeu e se você precisar denunciar aquele nojento por a***o de poder eu estou aqui também você não está só e nunca vai estar ( tinha tanta sinceridade e cumplicidade em suas palavras que não teve como não deixar algumas lágrimas descerem)
Eu a todo tempo tento ser forte para não precisar incomodar e acabar sendo um peso na vida dos outros, mas dias como esse eu só queria um afago e palavras como essas que me façam sentir protegida e não sozinha.
Depois daquelas palavras e um choro compulsivo eu peguei no sono por volta das vinte e três horas, já pensando em tudo que eu tenho pra fazer amanhã inclusive olhar para aquele homem e fingir que nada aconteceu e que suas palavras e ações não estão me destruindo aos poucos.
Acordei e o relógios marcava 5:30 da manhã, levantei da cama mesmo ela me convidando pra ficar fui mais forte pra poder cumprir com os meus horários e principalmente voltar pra minha rotina de exercícios que me fazem tão bem.
Me arrumei rapidinho e fui preparar o meu pré- treino bati bananas congeladas com whey de baunilha, logo ficou pronto coloquei em um copo com canudo, peguei minha água as chaves, carteira e uma toalhinha saindo logo em seguida.
Nessa brincadeira já era 6 da manhã e aquele ar gelado da manhã me fazia ter vontade de voltar pra cama, entrei no carro e fui em direção a academia que ficava um pouco distante mas só lá eu tinha o Jean como meu personal, todos pensavam que ele era gay e ele não fazia nada pra tirar isso da cabeça das pessoas e eu achava ótimo, principalmente por ele sempre tentar algo comigo e de vez em quando rolar uns beijos e outras coisas mas sem colocar sentindo é só pegação e pra tirar a minha carência.
Ele sabe toda a minha história com o Murilo e sempre me aconselhou a deixar o mesmo, mas a pessoa aqui era iludida até dizer chega.
Depois de uma hora e meia e dele quase levar minha alma terminamos meu circuito que está sendo bem puxado pois meu objetivo e definição.
Fiquei ali conversando com o Jean enquanto a sua aluna não chegava ele me contava sobre uma menina que estava conhecendo, o papo estava tão bom que eu não notei um par de olhos sobre mim de longe.
- Anny esse homem está malhando aqui também ( fez um gesto com a cabeça para eu olhar para o lado, fiquei abismada quando vi o Murilo conversando com um rapaz só que com o olhar sobre nós dois, não sei a quanto tempo ele está ali me observando)
- Ele não estava até a semana passada, ou se estivesse não era nesse horário (falei um pouco nervosa, eu não acredito que vá começar tudo outra vez)
- Estou em dois horários aqui manhã e noite, os únicos que ele pode está e eu posso te jurar que ele não esteve por aqui ( Murilo falou segurando minha mão ao notar o meu nervosismo) não fica assim não deixa ele fazer isso com você.
- Não vou, eu preciso ir agora ( falei pegando minha garrafa de água e meu copo que tinha trazido) ainda preciso terminar uns exercícios da faculdade pra entregar ainda hoje ( falei e ele me deu um abraço, paralisei com medo como sempre)
Eu não tenho atividade nenhuma pra fazer eu só precisava sair dali o mais rápido possível sem me render um sermão .
Dei uma passada rápida no banheiro só pra jogar uma água no rosto e voltar ao meu normal, sai dali indo para o meu carro preciso de um banho e um belo café da manhã.
Antes mesmo de chegar no carro vi aquele silhueta de homem encostado ao mesmo, braços cruzados e um olhar mortal, olhei pra trás e não tinha ninguém, eu e minha mania de estacionar distante pra ser mais fácil sair daqui.
Segui meu caminho pois não tinha como voltar atrás , parei a sua frente esperando ele me dá passagem mas isso não aconteceu.
- Será que você não cansa de querer chamar atenção ( sua voz estava rouca e me causava medo)
- Não estou fazendo nada além de malhar como qualquer outro ou outra aqui dentro.
- Se jogando pra cima até de um gay, você é muito v*******a não sei como eu perdi tanto tempo com você.
- E continua perdendo, Murilo me deixa em paz pelo amor de Deus e vá viver a sua vida longe dessa v*******a aqui ( falei pois não estava mais suportando aquela situação)
- Vou fazer isso até o dia que eu tiver vontade ( tentei desviar dele e abrir a porta mas foi em vão) enquanto isso n não te quero perto de homem nenhum, nem daquele gay ou então não vai prestar pra você. ( Falou com o rosto junto do meu)
- Vai fazer o que comigo hem ( nem terminei de falar e sentir um soco no meu estômago)
Ele usou tanta força que estou com gosto de ferro na boca, acho que o meu pré- treino quer voltar, me segurei no carro tentando recuperar o fôlego que me faltou na hora.
- Isso foi só uma amostra grátis do que te espera ( falou segurando o meu cabelo me forçando a olhar pra ele, soltou de uma vez e saiu dali como se nada tivesse acontecido pra ele nada aconteceu realmente mas pra mim é mais uma cicatriz que eu guardo internamente por medo e vergonha)
Esse filho da p**a fez isso aqui por não ter câmera e nem ter ninguém como testemunha, hoje em dia ele está mais esperto bate onde as pessoas não podem ver.
Não aguento mais isso, mas também não sei como sair dessa situação sem me prejudicar mais.