capitulo 5 continuação

998 Palavras
Tem uma coisa que todo mundo especula sobre mim, mas ninguém tem coragem de perguntar na minha frente: mulheres. relacionamento. amor. Como é que o Playboy, o soberano frio, o rei sem pausa… lida com isso? A resposta é simples: da mesma forma que eu lido com o resto do mundo com distância, cálculo e prazo de validade. AMOR? ISSO É COISA QUE O MORRO INVENTOU PRA NÃO PIRAR Amor não combina comigo. Nunca combinou. Amor é brecha, e brecha vira tiro. Brecha vira sequestro. Brecha vira fraqueza. Eu cresci vendo homem grande cair por causa de sentimento. Traficante que dominava três comunidades, mas desmoronava porque a “mina sumiu com o vizinho”. Bandido que trocava carregamento por ciúme. Gente que deixava o coração falar mais alto que a mira. Eu aprendi observando: quem ama, perde. Quem perde, morre. Simples assim. Por isso, meu coração não é prisão pra ninguém. E não é casa pra ninguém também. EU TENHO MULHERES — MAS NENHUMA TEM A MIM É importante entender a diferença. Eu não sou monge. Eu não sou santo. Eu não sou cego. Eu sou homem. E quando eu quero uma mulher, eu pego. Mas eu deixo claro desde o início, com a frieza de quem negocia rota de droga: “É só hoje. Não cria fantasia. Não tenta marcar território. E não pergunta nada da minha vida.” E a maioria entende. Porque elas não querem amor também elas querem a sensação. O perigo. O proibido. O homem que manda no morro e não pede licença. O cara bonito que fala pouco e transa como se o mundo fosse acabar. Eu não prometo nada. Eu não ofereço nada. Eu não dou doce e tiro depois. Eu sou direto, cru, transparente até na cama. Quando acaba, acabou. Quando eu levanto, é tchau. Não tem café da manhã. Não tem abraço. Não tem memória. Eu tenho mulheres, mas nenhuma tem o direito de dizer que tem o Playboy. O TIPO DE MULHER QUE EU NÃO SUPORTO Duas coisas eu odeio: 1. Mulher que faz drama. Chora, grita, pergunta “por quê?”, quer resposta emocional. Eu não dou. Eu não sei dar. 2. Mulher que tenta me entender. Isso é pior do que tiro errado. Eu não sou quebra-cabeça. Eu sou muro. E muro não é pra ser atravessado, é pra ser respeitado. Se tentar pular, cai. Se tentar quebrar, sangra. Simples. O TIPO DE MULHER QUE ME DÁ t***o E DOR DE CABEÇA AO MESMO TEMPO Eu tenho uma fraqueza, admito: independentes demais. Falo sério. Mulher que cruza as pernas sabendo o que tá fazendo. Que olha pra mim sem se tremer. Que fala pouco, mas fala firme. Que não se joga aos meus pés olha de volta, testa a minha paciência, mexe no meu ego. Isso me intriga. Não me domina — jamais — mas intriga. Porque homem como eu não gosta do fácil. O fácil eu descarto antes de terminar o nome. O difícil me mantém atento. Mas eu nunca deixo isso virar afeto. Nunca deixo isso virar hábito. Porque hábito vira apego. E apego vira fraqueza. E fraqueza vira morte. O PASSADO QUE EU NUNCA COMPARTILHO COM NINGUÉM Eu sei exatamente por que não amo. Uma vez, quando eu tinha dezoito anos, quase deixei uma menina entrar demais. Aline. Bonita, riso fácil, olhar leve. Ela acreditou que eu era só “Alexandre”. E eu quis acreditar também. Um dia, ela me perguntou: “Você nunca vai me contar o que você faz?” E eu respondi: “Você não quer saber.” Ela insistiu. E quando gente insiste comigo, a vida cobra. Dois dias depois, Aline foi sequestrada por uma facção rival que achou que me quebraria usando ela. Eu consegui resgatar viva, mas em pedaços. Ela chorava. Me abraçava. Dizia que me amava. E sabe o que eu senti? Nada. Só cálculo: quantos homens eu tinha que matar pra limpar essa humilhação? Quando tudo terminou, ela mesma foi embora. Me olhou com uma mistura de nojo e pena. Aquele olhar eu nunca esqueci. Foi a primeira e única vez que tentei sentir alguma coisa. Foi a última. EU NASCI PRA DOMINAR, NÃO PRA AMAR A rua me criou duro. O crime me moldou frio. E a disciplina me transformou no que eu sou: uma máquina de mandar. Eu não sou feito pra viver romancezinho de porta de escola. Não sou feito pra chamar mulher de “minha”. Não sou feito pra mandar mensagem de boa noite. Eu sou feito pra: – liderar homens, – tomar decisões rápidas, – cortar fraquezas, – calcular riscos, – construir império, – e manter a Soberania de pé. Mulher demais perto de mim vira ruído. E ruído eu elimino. O QUE O MORRO FALA SOBRE MINHAS RELAÇÕES Tem rumores. Dizem que eu nunca repito mulher. Dizem que eu não beijo. Dizem que eu prefiro elas caladas. Dizem que eu nunca deixo dormir na minha cama. Dizem até que eu não tenho coração. Todas verdade. E ainda tem mais uma verdade que pouca gente ousa admitir: Playboy não ama. Playboy é amado. E isso basta. MAS TEM UMA COISA QUE EU TEMO — SEM ADMITIR Não é amor. É perda de foco. Foco é meu oxigênio. Foco é minha mira. Foco é meu lucro. Foco é minha vida. Se algum dia uma mulher conseguir tirar isso de mim… eu mato o sentimento antes que ele me mate. Porque o trono que eu construí, pedra por pedra, com sangue e precisão, não cai por causa de coxas, perfume e sorrisinho. Eu posso admirar. Desejar. Comer. Mas amar? Amar é pra quem pode morrer fácil. Eu não posso. E A VERDADE FINAL SOBRE MIM Eu não sou c***l porque gosto. Sou c***l porque é necessário. Eu não sou frio porque sofri. Sou frio porque é lógico. Eu não evito amor porque sou quebrado. Eu evito amor porque sou soberano. E soberano não divide o trono.
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