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O Chefe da Facção - o melhor amigo do meu pai

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Sinopse

Natalie cresceu cercada por amor, mas também por medo. Filha do temido e respeitado dono do Morro do Alemão, ela aprendeu desde cedo que o poder tem um preço. Aos 12 anos, perdeu a mãe — e três anos depois, viu sua vida virar de cabeça para baixo quando uma grande operação policial tomou conta da comunidade. Para mantê-la em segurança, o pai mandou Natalie para os Estados Unidos, para morar com a tia em Kansas.

Mesmo longe, eles nunca perderam o contato. As chamadas diárias eram o único jeito de matar a saudade, mas nada substituía o abraço do pai, o cheiro do Rio, o som do morro que pulsava como o coração dela. Agora, aos 25 anos, recém-formada em Medicina, Natalie decide que chegou a hora de voltar. Os perigos nunca vão desaparecer, mas a vontade de reencontrar suas origens fala mais alto.

Enquanto isso, no Rio de janeiro, o comando está nas mãos de Mago — o novo chefe da facção, herdeiro de um império que ele aprendeu a controlar com sangue e estratégia. Jovem, e inteligente ele cresceu sob a sombra do crime e da responsabilidade. Se não fosse o melhor amigo do pai , talvez Mago nunca tivesse sobrevivido às tentativas de traição que marcaram seu caminho.

O reencontro de Natalie com o morro vai reacender memórias, provocar alianças improváveis e colocar em jogo tudo o que ela acreditava ser certo. Dividida entre o amor, Natalie vai descobrir que algumas raízes são impossíveis de arrancar — e que o coração, quando volta pra casa, nunca mais é o mesmo.

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capitulo 01
Natalie narrando Eu sempre achei que o tempo curava tudo, mas agora, sentada na beira da cama olhando pra mala aberta no chão, percebo que tem coisas que o tempo só disfarça. O cheiro da maresia, o som das vielas, o abraço do meu pai… nada disso saiu de mim, mesmo depois de dez anos. Kansas foi um recomeço — uma chance de me esconder do caos que engoliu a minha infância. Quando a polícia subiu o morro, eu tinha quinze anos e o coração em pedaços. Lembro do barulho das sirenes, dos gritos, do meu pai me colocando dentro de um carro com os olhos marejados e dizendo que ia me buscar logo. Mas esse “logo” virou uma década. — Você tem certeza disso, Naty? — a voz da tia Lúcia me puxa de volta pra realidade. Ela está parada na porta, os braços cruzados e o olhar preocupado. Eu sorrio, tentando disfarçar o turbilhão que sinto. — Tenho, tia. Eu me formei, cumpri o que prometi pra ele… agora quero voltar. Ela entra no quarto devagar, como se pisasse em um terreno minado. — Você sabe o que tá dizendo? Seu pai ainda vive naquele mundo, naquele morro… e você sabe como é perigoso. Eu suspiro, encostando o queixo nos joelhos. — Eu sei. Mas aquele é o meu lugar. Eu passei a vida inteira tentando me encaixar aqui, e nunca consegui. Sempre fui “a brasileira”, “a garota do morro”. Agora que terminei a faculdade, quero usar tudo o que aprendi pra ajudar quem ficou lá. Ela se senta ao meu lado e segura minha mão. — Seu pai vai pirar quando souber que você tá voltando. — Eu sei. — Digo, rindo baixo. — Por isso ainda não contei. O olhar dela se suaviza, mas a preocupação continua ali, firme. — Ele sempre quis o melhor pra você, Naty. Ele te mandou pra cá pra te proteger. — E eu sou grata por isso, tia. — Olho pro passaporte em cima da escrivaninha. — Mas eu cresci. Agora é minha vez de proteger ele também, de estar por perto. Ela aperta minha mão com força. — Você fala igual à sua mãe. Meu peito aperta. Falar dela ainda dói. Faz tanto tempo, mas a lembrança da voz, do sorriso e do perfume ainda me seguem. Quando ela morreu, foi como se metade da casa tivesse desabado. O resto foi o meu pai tentando ser forte, tentando não deixar o morro perceber que ele também sangrava por dentro. — Eu lembro dela todos os dias — confesso, com a voz embargada. — Às vezes, quando atendo um paciente, eu penso nela. Em como ela me ensinava a cuidar das bonecas quando eu era pequena. — Ela ficaria muito orgulhosa de você. — Tia Lúcia passa a mão no meu cabelo. — Formada em medicina, fluente em inglês, e ainda por cima decidida a voltar praquele morro maluco. Dou uma risada curta. — Ela dizia que eu tinha o coração teimoso do meu pai. Tia Lúcia ri junto. — Isso é verdade. — Depois o olhar dela se perde um pouco. — E ele? Vocês ainda se falam todo dia? — Todo dia. — Digo automaticamente. — Ele liga de manhã, pergunta se eu comi, se tô dormindo bem. E à noite ele sempre dá um jeito de me mandar mensagem, mesmo que seja só pra dizer “te amo, minha princesa”. A voz falha quando termino a frase. Não tem como esconder o quanto eu sinto falta dele. Meu pai é o tipo de homem que o mundo julga sem conhecer. Pra muita gente, ele é um criminoso, um traficante. Pra mim, ele é só meu pai. O homem que fazia miojo pra mim de madrugada, que me contava histórias antes de dormir, que prometeu que o morro ainda seria um lugar seguro pra eu voltar. E eu quero acreditar nisso. Tia Lúcia se levanta e começa a andar pelo quarto, como faz quando está nervosa. — Você vai sozinha? — Vou. Já comprei a passagem. Ela para e me encara. — Você devia contar pra ele — fala, preocupada com a reação dele. — Eu sei. — Admito, mordendo o lábio. — Mas quero fazer surpresa. Quero ver a cara dele quando eu aparecer lá. — Natalie… — Ela balança a cabeça, incrédula. — Você sabe que o morro não é lugar pra brincadeira. — Eu sei, tia. Mas eu conheço meu pai. Ele vai tentar me fazer mudar de ideia se eu contar antes. Vai dizer que é perigoso, que é melhor eu ficar aqui, longe de tudo. E eu não quero mais viver longe. Ela respira fundo, rendida. — Eu devia te impedir, mas conheço esse olhar. — O mesmo que o da mamãe? — Pior. — Ela ri, enxugando uma lágrima. — O seu pai vai me matar quando souber que eu deixei você ir. Dou um passo e abraço ela com força. — Obrigada por tudo, tia. Por ter me criado, por ter acreditado em mim, mesmo quando eu duvidava. — Eu só fiz o que o seu pai me pediu. — Ela segura meu rosto com as duas mãos. — Mas me promete uma coisa: se você sentir que tá em perigo, você me liga. Ou volta. — Prometo. — respondo, mesmo sabendo que não voltaria tão fácil. Termino de arrumar as minhas coisas e desço as escadas com o coração apertado. Minha tia está parada na sala, com aquele mesmo olhar que minha mãe tinha — doce, protetor, mas cheio de lágrimas. — Eu te amo tanto, minha menina — ela diz, com a voz embargada. — E quero que saiba que tenho muito orgulho da mulher forte e independente que você se tornou. As portas vão estar sempre abertas pra quando quiser voltar. — Eu também te amo muito, tia. Muito obrigada por tudo que a senhora fez por mim durante esses anos. Eu prometo que vou voltar pra visitar. — Digo, abraçando ela com força e deixando um beijo em seu rosto. Saio dali com o coração partido. Sei que, depois de todos esses anos, deve ser difícil pra ela me ver partir, mas eu simplesmente não posso ficar. A todo momento penso no meu pai, em como ele está, em como vai reagir quando me vir. Quero estar perto dele, quero fazer isso enquanto ainda há tempo. Entro no táxi, olho pela janela e vejo Kansas ficando pra trás. O coração aperta, mas a alma se acalma — é como se cada quilômetro me levasse de volta pra quem eu realmente sou. Fecho os olhos e respiro fundo. Pela primeira vez em muito tempo, falo com Deus em voz baixa, quase como um desabafo: — Senhor… cuida de mim nesse caminho, por favor. Eu tô indo pra perto do meu pai porque meu coração pede isso. Sei que ele vive num mundo difícil, sei que o morro não é fácil… mas, se for da Tua vontade, faz com que ele entenda. Que ele não surte quando me vir lá, que o amor fale mais alto do que o medo. Eu só quero voltar pra casa em paz. Abro os olhos e deixo as lágrimas caírem, silenciosas. É hora de voltar pra onde tudo começou.

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